MINE.

Candles in the bathroom

— Porra…— Lix ofegou um tanto alto, sentindo a mão do namorado o tocar com desejo, a pequena sala de material de limpeza estava vazia, causando o eco de uma caverna.

  Mas Félix não parecia ligar, estava finalmente dando uns amassos depois de uma semana inteirinha, apesar de estarem na escola, precisavam tanto. Só a ideia de ter o ruivo dentro de si, já era alarmante para seus sentidos. Estavam no pátio, era audível o falatório de alguns alunos pelo corredor, o que fazia Lix se conter, para não gemer mais alto.

— Os gemidos do irmãozinho do Minho é uma delícia, né Dylan? — Cardan comentou do lado de fora, parando a caminhada que fazia para o auditório, se aproximando rente a porta de madeira velha, dando tapinhas no ombro do moreno que gargalhava.

  Minho estava começando o dia mal abessa, saia da quadra de futebol, junto ao time que zombava de si por alguma razão boba, infelizmente o diabo tem trabalhado duro para o descontrolar, visto que na hora fazia o mesmo trajeto que os outros dois. E como se já não bastasse o combo de cansaço, o suor que encharcou sua camisa, e um pouco de ira por ter perdido uma partida fútil, seus ouvidos captaram muito bem cada palavra ditada pelo garoto de cabelos alaranjados.

  E para início de conversa, algo no Lee mais velho se agitava sempre que falavam de seu irmãozinho, seja lá oque fosse. Além das diversas brigas que já estivera envolvido, na maioria sendo o motivo principal aquele garoto com uma beleza de entorpecer qualquer um.

  Todos os veteranos o respeitavam, sabiam o quanto o acastanhado era um ótimo lutador, e estava disposto a provar isso a cada vez que citavam o sobrenome "Lee". Portanto tocar em qualquer assunto relacionado ao garotinho de madeixas longas e loiras era um pedido implícito para arrumar um problemão com o jogador.

— Hee-Soh… — O loiro chamou, quando as mãos do namorado tentaram invadir suas calças, a barulheira lá fora deixava o Lee tímido entretanto não conseguia conter, já que era tão sensível.

  Min por sua vez, recebeu um "empurrão" de Bangchan, que tinha feito um comentário absurdo relacionado as roupas indecentes que Lix tinha usado uma vez, esse que fez seu sangue subir pelas ventas, se limitando encarar o capitão do time, estreitando os olhos, incrementando com a mandíbula tensionada, dizendo com um silêncio impagável que só não o descia a porrada, porque não queria ir para o banco do reserva.

  Cerrou os punhos enquanto sua postura ampliava-se, pisando duro como o diabo no apocalipse, espalhando todo o caos que havia sido causado pelo australiano, e que estava se instalando em seu corpo. Ver o amontoado de alunos em volta da porta de onde vinham os gemidos agudos da voz que ele conhecia o tom de có e salteado fazia sua carne estremecer.

— Repete o que você falou, seu filho da puta. — Bradou, franzindo o cenho, empurrando o rapaz que se encontrava com a orelha colada na madeira cheia de farpas a amostra.

  A força do garoto de cabelos castanhos, foi tanta que Cardan cambaleou, e bateu os ombros no batente, murmurando um palavrão pela dor imensa que o atingiu, apontando com arrogância na direção do culpado, advertindo num tom exacerbado que Yongbok era quase uma prostituta barata.

  O aglomerado de estudantes começou a colocar pilha, alguns jogadores se anteciparam para expulsar o octógono humano, já que isso ajudava a raiva do Lee mais velho emanar com facilidade, seu cerne tomado em ódio, e talvez ciúme deixava todos ao redor com medo de se meter.

  Félix ouviu exatamente tudo, tentou até sair dali, no entanto Hee-Soh o prendeu. Não queria que seu irmão fosse expulso por sua causa. Congelou quando deduziu que Min desferiu socos no rapaz lá fora, rapidamente se ajeitando, se desvencilhando do rapaz que o segurava, afobado destrancou a porta, não se importando com os fios bagunçados, e a contestação do outro.