》Carl got shot⁴《

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•••

- Você deixou ela ir com uma desconhecida?

- Nao enche, ela sabia o nome dela e do Rick.

Carl levou um tiro...

- Eu ouvi gritos...

- Stella e Andrea foram atacadas por caminhantes.

Carl levou um tiro!

Como? Por que? O'Que aconteceu? Por que o Carl? Quem foi?

Mais uma vez, muitas perguntas na minha cabeça. Aquele estouro que escutamos foi um tiro que atingiu Carl por algum motivo que não sabemos. Uma mulher de cavalo nos encontrou na floresta e levou a Lori e deu as instruções para podermos encontrar a fazenda dela. Lori ficou arrasada, não pensou duas vezes antes de subir em cima do cavalo e desaparecer na floresta junto da desconhecida.

Me sento na escadinha do trailer e bebo água, o sol está quente e o Dale não para de fazer perguntas. T-dog parece estar bem pior do que estava antes de sairmos daqui, o machucado está infeccionando, ele não está nada bem. Daryl pega uns remédios que era do irmão dele e joga pro Dale, olho em sua direção e noto a bolsa de remédios.

- Tem algum remédio pra dor ai? - Pergunto me aproximando deles. - Pode ser Aspirina se tiver.

Cruzo os braços e Daryl levanta a sobrancelha. Na hora que eu caí no chão bati as costas com tudo, no calor do momento eu não senti dor, mas agora está começando a me incomodar, acho que nao foi nada demais, mas tambem nao quero deixar de lado e sentir mais dor depois, também tudo isso está me dando dor de cabeça,eu estou ficando estressada e ainda por cima estou toda suja. A coisa que eu mais quero no momento é um banho.

- Se machucou? - Daryl perguntou jogando o remédio em minha direção.

- Não. - Pego um comprimido com água e mando pra dentro - mas, na hora eu bati com tudo no chão, com a adrenalina eu não senti nada. -Dou de ombros e olho para o céu, o sol já está se pondo- Não é nada.

Digo por fim e vou ajudar o Glenn a colocar as coisas no carro para ele levar T-dog para a fazenda. Fui até o T-dog ver se ele estava se sentindo melhor que antes, o remédio tá fazendo efeito mas ele ainda está sentindo dor e às vezes parece não estar lúcido. Tinha muita coisa acontecendo ao mesmo tempo, Carol estava chorando novamente no trailer, Andrea continua estressada, Jay está em cima do trailer com dale e eu terminei de colocar as coisas no carro do Glenn.

- Quer vir com a gente? - Glenn pergunta me tirando dos pensamentos.

- Não sei se é uma boa... Tem coisas para fazer e eu não posso...

- Deve ter um chuveiro lá...

•••

- Não deve ser muito longe, ne?

Pergunto olhando pela janela, o vento estava batendo sobre meus cabelos ainda presos, o cheiro de mato já se faz presente e minhas narinas agradecem por sair daquela estrada, que por sinal não tinha um cheiro agradável. O sol já estava no fim, o céu começava a ficar estrelado e azulado, deixo meus olhos fecharem por segundos, sentindo o vento fresco na minha pele enquanto respiro fundo algumas vezes. No banco de trás está T-dog, calado, só murmura algumas coisas às vezes, e do meu lado o japinha.

- Nao, mas tambem nao e tao perto da estrada, isso é bom.

Glenn me respondeu, e eu apenas balanço a cabeça em concordância. Chega ser estranho eu estar confiando tanto neste grupo, e estranho eles estarem confiando em mim e Jay. Na verdade, eu acho que não tivemos tempo nem de nos dar ao luxo disso ou ao menos nos conhecermos. Estamos no fim do mundo, não podemos sair confiando em qualquer um, é perigoso, as pessoas fazem qualquer coisa para sobreviver, fazem coisas horríveis

Não que não fizessem antes...

Mas hoje não temos polícia, não temos bombeiros e nem médicos, não temos suporte, nem militares ou governo, somos nós por nós.

Mas, também não é como se eu não estivesse atenta às coisas, eu observo muito bem e consegui analisar quase todos desse grupo. Os únicos que ainda não consegui analisar bem foram Daryl e Shane. Daryl é muito quieto e inquieto ao mesmo tempo, ele é reservado, tem uma cara que vai te morder, e talvez ele até faça mas ainda sim, não acho que seja mau. Shane é estranho, ele foi muito gentil comigo, foi simpático com Jay e parece ter um grande instinto protetor e muito impulsivo, mas tem algo a mais nele...

- Tem um portão...

Glenn anunciou, parando o carro. A casa pouco iluminada podia ser vista ao longe. Eu abro a porta e vou em direção do portão, olho em volta e só encontro o escuro: um escuro tão calmo que dava para ouvir o motor do carro ligado e os poucos sons de passaros em árvores. Era um escuro estranhamente reconfortante, como se não houvesse necessidade de temer alguém ou algo por perto. Um escuro que não existiria nas cidades vivas, onde, olhando para o céu, conseguiria-se ver as estrelas brilhando como nunca seriam vistas em uma cidade viva.

Assim que o carro passa, eu fecho o portão e volto para o carro. Em menos de dois minutos, eu já me sentia melhor do que na estrada. Talvez fosse o ar melhorado, o cheiro de flores, o escuro reconfortante, ou um pouco de tudo. Eu sinto que poderia deitar na grama e dormir como não durmo há semanas.

Poucos minutos depois, paramos o carro em frente à grande casa. Era mais imponente do que parecia de longe, com suas janelas escuras e uma aura de quietude que envolvia o local. Eu não escutava nem uma voz, e isso me deixou um pouco nervoso. Eu saio do carro junto com T-Dog e Glenn, e nós trocamos olhares inquietos enquanto nos aproximamos da casa.

- A gente aperta a campainha?pede licença? Tem gente morando aí...

-A essa altura isso já era, esse lance de etiqueta. -T-dog diz subindo um degrau da pequena escada que tinha na entrada da varanda, mas uma pequena movimentação chamou minha atenção.

-Fecharam o portão de onde vinheram?

Maggie, a mulher que havia pegado Lori para trazê-la até a fazenda, se aproximou. Glenn comentou que haviam fechado o portão. Maggie olhou para o braço de T-dog, que fez questão de deixar claro que não era uma mordida. Eu cruzei os braços, percebendo a brisa fraca, mas gelada, que passou por nós.

- Ah, meu Deus! Você está horrível. - disse Maggie, virando-se para mim.

Eu fiquei surpresa, sentindo uma leve vergonha tomar conta de mim. Será que eu estava tão mal assim?

- Venha, vou preparar algo para vocês comerem e você pode tomar um banho - ela sorriu gentilmente.

O alívio tomou conta de mim quando pensei na possibilidade de tomar um banho. Maggie me guiou diretamente para o banheiro de seu quarto. Não consegui ver Lori nem Carl, e não poderia enquanto estivesse nesse estado. Enquanto isso, observei o quarto de Maggie: simples e delicado, limpo e com um cheiro agradável, completamente diferente dos quartos que havia visto na cidade.

- Aqui estão roupas limpas e produtos para o cabelo. Não tenho muito, mas espero que sirva para você - Maggie apareceu atrás de mim, entregando as coisas.

- Nossa, não precisava, muito obrigada de verdade, Maggie.

Ela disse que não havia problema e que ficava feliz em ajudar. Ela me deixou sozinha no quarto, e eu entrei no banheiro. Assim que me olhei no espelho, estranhei: estava pior do que pensava, e não era apenas a sujeira. Meu cansaço era evidente, olheiras expostas, postura contraída e rígida, como se estivesse em alerta - mesmo não estando. Havia algo faltando em meu olhar, e eu sabia e conseguia notar. Não sequer tentei sorrir, apenas suspirei e entrei no box, ligando a água, que, para minha surpresa, estava quente.

Isso me fez soltar um suspiro tão profundo e agradável. Tentei relaxar um pouco, fechei meus olhos e deixei a água escorrer pelo meu corpo. A sensação da água quente que me deu um leve arrepio, e da sujeira saindo do meu corpo, era tão boa e prazerosa que senti que poderia ficar ali por horas. Não sei ao certo por quantos minutos fiquei debaixo daquela água, só consegui sair quando me senti limpa por completo.

Coloquei a roupa que Maggie me deu e me olhei no espelho mais uma vez. Meu cabelo estava abaixo dos meus seios, e minha franja estava enorme, então decidi procurar pelo pequeno armário da pia e, felizmente, achei uma tesoura. Com ela, cortei pequenas mechas, deixando-as um pouco acima dos meus seios.

e finalmente, cortei minha franja.

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⏰ Última atualização: Jun 19 ⏰

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