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– Vamos passar no supermercado mais tarde pra comprar umas coisas pra sua casa, e depois a gente passa na farmácia pra comprar uma pomada pra ajudae sua cicatriz sumir mais rápido, tá? – hoseok falava enquanto nos colocávamos nossos tênis no pé e recolhiamos a nossa toalha, colocando o que sobrou de comida dentro da cesta pequena.

– Hobi não precisa... nem dinheiro pra isso eu tenho – falei, me sentindo chateado por depender dele pra fazer essas coisas, levando em conta que eu só estou me mantendo por causa de um trabalho meia boca que eu arrumei em um restaurante.

– Eu pago pra você, já disse que não tem problema, tae – disse, andando ao meu lado com a toalha e minha bolsa na outra mão, onde ficam as tintas. – eu tô ficando esses dias com você, nada mais justo do que ajudar em coisas assim.

– Mas eu falei que não precisa, quando eu receber eu pago – falei cruzando meus braços.

– Taehyung, com 200 reais não se dá pra viver bem, convenhamos que além das coisas terem aumentado de preço também tem a questão de demorar pra receber. – ele falava sério, olhando pra frente, enquanto eu olhava pra ele com indignação.

– Mas eu tento... É como eu tenho vivido então já me acostumei com as minhas condições.

– Eu sei que você tenta, não tô insinuando que não – ele parou no caminho  e repousou sua mão na minha bochecha, acariciando brevemente com o dedão antes de voltar a caminhar. – Mas eu quero ajudar. Meus pais me dão dinheiro, e se a gente se juntar, podemos pelo menos tentar deixar sua casa mais segura e confortável. Inclusive, ontem eu troquei a fechadura...

– Ah... – desviei o olhar, vagando meus olhos pelo grande gramado verde à nossa frente. – Jackson vai acabar arrumando algum jeito de ter minha chave.

– Ele não vai conseguir – afirmou, parando na minha frente, deixando as mãos em meus braços até subir aos meus ombros, onde foram passar pelo meu rosto. – Ele não vai mais tocar em você, prometo.

Fechei meus olhos quando ele me puxou para um abraço apertado, acariciando meu cabelo. O abraço mais gostoso que recebi na vida. Hoseok tem cuidado muito de mim.

– Você não pode reprimir você mesmo – falou firme, separando nosso contato. – Você precisa parar de se diminuir e reagir, tae.

– Eu não sei como eu faço isso – murmurei irritado, olhando pro chão. – Não exige essas coisas de mim, hobi, tá sendo difícil...

– Eu sei que está, meu bem – acariciou minhas bochechas e sorriu comprimindo os lábios. – Eu vou te ajudar, tá? Conta comigo.

– Tá bom – assenti, o abraçando mais apertado, enlaçando seu pescoço com força. – Podemos ir na praia amanhã?

– Claro que sim – respondeu, ainda me apertando. – Vamos logo!

[...]

Quando fomos fazer compras enchemos as mãos de coisas pra minha casa, comida, e mais um tanto de coisa. Eu ja disse pra ele que não precisava, mas Hoseok é bem insistente. Chamamos o uber e voltamos pra minha casa, onde arrumamos algumas coisas e depois fomos pra de baixo da coberta assistir Tv juntos.

– Deita aqui – ele me guiou até seu peito, me fazendo relaxar por cima de si, deixando  nossas pernas entrelaçadas.

– Hobi – chamei. – Vem morar comigo?

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