Capítulo 2: Nas Ruas de Neon

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A música alta e as luzes piscantes do bar começaram a diminuir à medida que o lugar se esvaziava. Axel terminou sua última bebida e deixou algumas moedas sobre o balcão. — Até mais, Kron, — disse ele, acenando para o barman.

Kron acenou de volta, um sorriso condescendente nos lábios. — Tente não arrumar muita confusão lá fora, Axel.

Axel riu, tropeçando levemente ao se levantar. — Eu? Nunca.

Ele saiu do bar, a brisa fria da estação espacial Helios atingindo seu rosto. As ruas eram um mar de neon, com anúncios holográficos piscando e refletindo nas poças de água suja do chão. O ambiente tinha uma atmosfera distópica, com seres de todas as espécies andando apressados, cada um cuidando de seus próprios assuntos.

Axel caminhava sem rumo, seus passos um pouco incertos devido ao álcool. Ao longo das calçadas, garotas alienígenas de programa sussurravam ofertas tentadoras. Uma delas, com pele iridescente e olhos grandes e sedutores, agarrou seu braço. — Ei, lindo, quer se divertir?

Axel deu um sorriso torto, mas sacudiu a cabeça. — Hoje não, querida. Tenho outros planos.

Ele continuou andando ignorando os olhares curiosos e as luzes brilhantes que refletia em seu rosto. O som dos anúncios holográficos se misturava com o zumbido das conversas e o barulho distante dos motores das naves. Axel estava absorto em seus pensamentos.

Então, ele sentiu. Aquele instinto aguçado que desenvolveu ao longo dos anos lhe dizia que estava sendo seguido. Parou por um momento, fingindo admirar uma vitrine cheia de gadgets alienígenas, e olhou de soslaio. Viu as silhuetas das criaturas que havia enfrentado no bar mais cedo. Eles o seguiam, seus olhos cheios de desejo de vingança.

Axel suspirou. — Ótimo. Exatamente o que eu precisava.

Ele se virou rapidamente, encarando os alienígenas. — Ei, vocês. Vocês realmente querem tentar de novo? Não foi suficiente da última vez?

O alienígena de pele verde rosnou. — Você nos humilhou no bar. Agora é nossa vez.

Antes que Axel pudesse reagir, o alienígena avançou, desferindo um soco que o acertou no estômago, dobrando-o de dor. Axel cambaleou para trás, mas conseguiu se firmar a tempo de bloquear outro golpe. A luta se tornou um caos, com Axel acertando alguns bons socos, mas também recebendo muitos.

Um dos golpes o atingiu na mandíbula, fazendo-o cair no chão. Ele vomitou, o gosto amargo misturando-se à dor que sentia. Os alienígenas riram, mas estavam descoordenados, errando socos e tropeçando uns nos outros.

Axel, mesmo machucado, levantou-se. Com um esforço hercúleo, acertou um soco na têmpora de um dos alienígenas, que caiu desacordado. Os outros hesitaram por um momento, e Axel aproveitou a oportunidade para se afastar, cambaleando pelas ruas iluminadas pelo neon.

Ele andou sem rumo, o corpo dolorido, mas a mente ainda afiada. Então, avistou um grupo de garotas alienígenas conversando e rindo em uma esquina. Uma delas, com longos cabelos prateados e olhos que brilhavam como estrelas, captou seu olhar.

Axel sorriu, limpando o sangue do canto da boca. — Ei, meninas, — chamou ele, tentando soar mais confiante do que se sentia. — Que tal continuarmos a festa no meu quarto?

As garotas se entreolharam e riram, mas havia um brilho de interesse em seus olhos. — E por que deveríamos ir com você? — Perguntou a de cabelos prateados, aproximando-se dele.

Axel deu de ombros, fazendo o possível para parecer charmoso apesar das contusões. — Porque sou Axel, o rebelde das estrelas. E prometo que vai ser uma noite inesquecível.

As garotas riram novamente, mas dessa vez com uma nota de curiosidade. — Ok, Axel, — disse a de cabelos prateados. — Vamos ver o que você tem a oferecer.

E assim, Axel, ferido, mas não derrotado, levou as garotas para sua morada, um pequeno apartamento com vista para as luzes eternas da estação espacial.

A odisseia das EstrelasOnde histórias criam vida. Descubra agora