Hello Aisha

Capítulo 2 - Olá Aisha

Meus passos em direção a ele eram cautelosos e lentos, como se cada movimento precisasse ser cuidadosamente calculado. Dentro de mim, uma batalha silenciosa ocorria, e eu lutava contra a vontade que se insinuava entre minhas pernas. Edan, sempre o cavalheiro impecável, mantinha uma postura formal e fiel às regras do MC. Seus ombros estavam eretos, e o semblante, apesar de sereno, carregava uma sombra de preocupação. Eu sabia que tinha uma vantagem sutil: ele gostava de mim. Isso não era segredo para mim, mas também não era algo que ele demonstraria abertamente.

Ao me ver, a expressão de alívio que tomou conta de seu rosto foi inconfundível. Seus olhos suavizaram, e por um breve momento, pude ver a tensão nos ombros dele diminuir.

- Senhorita, graças à Deus que apareceu. - Ele murmurou com uma voz grave e macia, enquanto seus olhos desceram rapidamente ao relógio de pulso. - Onde esteve? - a preocupação transpareceu em seu tom, como se o peso do mundo tivesse sido tirado de seus ombros, mas ainda pairasse uma incerteza no ar.

Minha resposta saiu neutra, sem revelar o turbilhão de pensamentos que se desenrolavam em minha mente.

- Visitar um amigo. - respondo.

Eu estava consumida por um desejo, insistente e insuportável. A presença do Edan, tão próximo, fazia meu corpo reagir de maneiras que eu tentava desesperadamente controlar. Minha mente gritava: transa com o Edan. A ideia ecoava repetida vezes, dificultando até ficar em pé direito, estava pulsando. Em pensar que isso ocorreu só pelo oral do Peter, ele não quis terminar, eu precisava do dinheiro e, mais ainda, de um sexo.

- Acho que se divertiu então. - fala, meio que decepcionado.

- Não como eu gostaria, mas sim. - sorrio gentilmente. - Não fale nada para o MC. - alerto docemente.

- E as câmeras? - pergunta com as mãos para trás.

- Eu desligo sempre que saio.

- Acha que ele não percebe algo de errado? - dou de ombros e subo tentando me convencer a não agarrar o Edan ali mesmo.

Subo as escadas lentamente, cada passo ecoando pelo espaço silencioso. A cada degrau, as lembranças da noite anterior retornam, trazendo uma mistura de sensações. Foi algo que eu não experimentava a muito tempo: o prazer intenso de um toque que finalmente compreendia o que meu corpo queria. Fazia anos que não recebia um oral como aquele, tão habilidoso, tão atento. Antes, as poucas experiências que tive sempre me deixavam insatisfeita. Me lembro de mais desajeitadas, dedos pressionando lugares onde meu corpo rejeitava o toque, movimentos bruscos de língua sem nenhuma suavidade, sem ritmo. Eles eram rápidos demais, impacientes demais, achando que força bruta poderia me levar ao êxtase. Mas o prazer verdadeiro requer sutileza, exige escuta. Balanço a cabeça, tentando afastar essas lembranças que não fazem mais sentido. O que passou, passou.

Chego até a porta do meu apartamento, e ao fechá-la, tranco com firmeza, selando o mundo exterior para longe. A sensação de estar sozinha é um alívio, e já sei o que quero fazer para relaxar. Com um movimento automático, ligo as luzes, que espalham um brilho suave pela sala, e deixo uma música tocar baixinho, criando um clima perfeito. A melodia tranquila preenche o ambiente, e sigo meu caminho de costume até o banheiro, removendo cada peça de roupa pelo caminho. O tecido desliza pela minha pele, e a liberdade de estar nua dentro do meu próprio espaço traz uma leveza.

Embaixo do chuveiro, a água quente cai como uma cascata, relaxando meus músculos e limpando qualquer resquício de tensão. Fecho os olhos e permito que o calor me envolva completamente, enquanto a lembrança de toques delicados e habilidosos continuam a pulsar na minha mente. A dúvida, que fez ele não querer transar, ficou remoendo um bom tempo. Depois de alguns minutos, saio do banho e, sem me preocupar em vestir algo, caminho nua até a cozinha. Adoro a sensação de estar assim, sem barreiras, sem convenções. A brisa noturna que entra pela porta da varanda aberta acaricia minha pele úmida, e sinto cada gota que escorre pelas curvas do meu corpo.