Eu estava nervosa para começar uma faculdade onde consegui entrar com uma bolsa, sempre quis entrar na famosa Westfield, muito aclamada por alunos que viraram grandes nomes nessa pequena cidade. Lembro de ouvir histórias inspiradoras sobre ex-alunos que alcançaram o sucesso, e isso me motivou, para ter uma vida melhor. Acredito na minha capacidade intelectual, porém fiquei surpresa em suceder isso, foi um momento de realização, mas também trouxe um misto de apreensão e insegurança. Começarei amanhã, espero que eu consiga o que sempre quis, ser uma grande estilista e sair daqui. A música abafada pelo banheiro fechado onde estava, ecoava junto com os meus pensamentos, tentava não focar tanto nesse assunto, mas era difícil. Havia um pouco de medo dentro de mim, pelo fato de ser uma dançarina de boate e a faculdade que vou frequentar ser conhecida por abrigar apenas os "filhinhos de papai".
- Aisha! - grita a Mary do lado de fora. - Ah você tá ai - abre a porta do banheiro rapidamente e para me olhando de cima a baixo. - Tá uma gostosa, minha querida. Chegou sua hora. - pisca para mim mordendo os lábios. Respiro fundo e me olho no espelho. - Não é sua primeira vez fazendo isso. - me consola.
- Não estou assim por isso. É a faculdade. - abaixo e fecho os olhos.
- Vai dá certo, sabe porque? - ela se aproxima de mim e coloca a mão por cima do meu ombro. - Você é foda e gostosa pra caralho, menina. - sorrio de canto e me retiro, ao passar por ela, dar um tapa inesperado na minha bunda. - Esse é o espírito, vá e arrase. - grita através da música completamente alta.
Ando pelo corredor, com um salto, alto o suficiente para que um passo falso, eu me arrebentaria no chão, sorte minha que sou experiente nisso. Antes de descer percorro meu olhar pelas mesas que estão vários homens, bem mais velhos do que eu, com garçonetes servindo doses de whisky, acompanhantes vips no colo, fumaças feitas por charutos de uma boa marca, são pessoas da alta sociedade, pelo lugar ser bastante caro e bem investido, e tem a questão do dono ser um requintado no que faz e ter influência na cidade. Desço as escadas pegada no corrimão e o rosto elevado, ao chegar no meio daquilo tudo, os seguranças abrem para mim e vou até o palco. Escuto todo tipo de coisa ao passar,"dança no privado pra mim querida", "ei! princesa", "quando vai ser acompanhante, linda?" e por ai vai. Eu acho interessante, eles gostam de ver o que sou capaz de fazer e devem ficarem irritados de não poderem me ter. Apesar de não querer isso pra mim, adoro o nível do meu ego subindo toda vez que danço e seduzo. Me preparo para começar, as luzes se apagam e logo inicia a música reacendendo o ambiente, meus movimentos são lentos e deliberados, com uma sensualidade inebriante, cada gesto exalo para todos que estão me olhando, uma confiança sedutora. Meu corpo se envolve e desliza no poste, mostrando a perfeita harmonia entre força e feminilidade. Cada curva minha realça na luz suave, enquanto me ergo e giro com uma elegância provocante. Meu olhar como sempre é intenso e cheio de desejo, me conectando bem com o público e envolvendo todos. A música pulsa no ambiente, sincronizada com os meus movimentos, quadril, mãos e jogada de cabelo, tornando a performance em uma experiência arrebatadora. Todas as noites havia um homem importante, na área vip com outros senhores, na faixa dos 40 anos, sem garotas e só com drinks. Observava minha dança, hipnotizado, raramente desviava os olhos de mim e logo após eu acabar, descia e pedia uma garota para satisfazer ele. E nisso, aconteceu de novo o que acabei de pensar, terminei a dança e os homens que estavam ali perto jogaram várias cédulas para mim, mando beijos para todos em agradecimento e o cara misterioso, levanta do sofá ajeitando a gravata e desce fazendo um gesto com a mão para o Nilo, enquanto mirava os olhos em mim, passa segundos conversando até chamar a Mary e ela o guia para um quarto privado. Ela estava devendo meses de aluguel e a mãe doente também, uma situação difícil e não poderia só viver como dançarina, pagam pouco por isso, então resolveu recorrer ao Acompanhante Vip, o senhor MC que por sinal nunca mostrou o rosto para as meninas daqui, sempre faz propostas para mim, diz que ganharei muito como uma acompanhante, frequentemente recuso isso através do Nilo, o gerente digamos assim. Hoje pelo que vejo escolheu a Mary, espero que ela me diga o que ele tanto procura. Coloco um sobretudo e vou para o Open Bar.
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Hello Aisha
AléatoireAisha, de 19 anos, vive uma vida dupla após ser aceita em uma faculdade cobiçada. De dia, é uma estudante dedicada; à noite, uma dançarina na boate Fate. Com dificuldades para pagar as mensalidades, ela considera se tornar uma VIP na boate, o que tr...