Um amor impossível

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Nos dias que se seguiram, Joong estava convencido de que poderia seguir com a amizade sem nenhum problema. Em sua mente, tinha o pensamento recorrente de que ele era maduro o suficiente para separar as coisas. Eventualmente, ele iria desapegar dessa apaixonite e seguiria em frente. Os sonhos, que antes o perturbavam com frequência, também haviam parado, trazendo-lhe um alívio temporário.

A relação com Alice no trabalho permanecia a mesma de sempre. Raramente ela mencionava o noivo, e quando o fazia, era para comentar que Dunk também gostava de determinada coisa que Joong apreciava ou que tinha algum objeto que Joong desejava comprar. Esses pequenos comentários não o incomodavam de maneira alguma, e ele achou que estava superando os sentimentos que nunca deveria ter tido.

O horário de trabalho de Joong ia até as 17h, e com o sol ainda brilhando no céu, muitas pessoas aproveitavam para ir a um café naquela região. Certo dia, Dunk enviou uma mensagem convidando Joong para ir a esse café. Ele ficou pensativo sobre esse convite, mas após refletir um pouco, decidiu aceitar.

Ao chegar ao café, Joong encontrou Dunk já sentado em uma mesa perto da janela, observando o movimento da rua. Dunk levantou a mão e acenou, sorrindo calorosamente. Joong sentiu um misto de alegria e apreensão ao se aproximar.

— Oi, Dunk. — disse Joong, tentando soar casual enquanto se sentava.

— Oi, Joong. Que bom que veio! — respondeu Dunk, com o mesmo sorriso familiar que Joong tanto admirava.

Eles pediram café e começaram a conversar sobre assuntos triviais, como trabalho e hobbies. A conversa fluiu naturalmente, mas Joong não conseguia ignorar a tensão que sentia por dentro. Cada sorriso e gesto de Dunk só fazia com que ele se lembrasse dos sentimentos que estava tentando suprimir.

— Sabe, Joong — disse Dunk, depois de um tempo, com um olhar pensativo —, desde que te conheci, sinto que encontrei um amigo de verdade. Você é uma das poucas pessoas com quem eu realmente posso falar sobre tudo.

Joong sentiu o coração acelerar. Ele tentou manter a calma, mas a proximidade emocional que Dunk expressava tornava difícil esconder seus sentimentos.

— Eu também sinto o mesmo, Dunk. Você é um amigo incrível. — respondeu Joong, tentando manter a voz firme.

Dunk sorriu e, por um momento, ficaram em silêncio, apenas apreciando a companhia um do outro. Joong se perguntou se Dunk sentia algo mais, mas rapidamente afastou esses pensamentos. Era injusto alimentar esperanças quando sabia que Dunk estava comprometido com Alice.

Depois de algum tempo, Dunk começou a falar sobre sua infância e as memórias que tinha da cidade. Ele compartilhou histórias sobre seus pais, amigos antigos e as aventuras que viveu. Joong ouvia atentamente, encantado com cada detalhe. Sentia que conhecia mais de Dunk a cada palavra, e isso só tornava seus sentimentos mais profundos.

Enquanto Dunk falava, Joong percebeu uma coisa. Por mais que ele tentasse negar, estava completamente apaixonado por Dunk. A amizade que pensava poder manter sem problemas estava se transformando em uma dor constante, um lembrete de um amor impossível.

Depois de algum tempo, Dunk pegou sua câmera e mostrou a Joong algumas fotos que havia tirado recentemente. Eram imagens de paisagens, flores e momentos cotidianos. Joong admirou cada foto, mas uma em particular chamou sua atenção: um campo de girassóis, semelhante ao quadro que ele comprou.

— Essa foto é incrível, Dunk. — disse Joong, sentindo uma pontada de emoção.

— Obrigado. Eu tirei essa foto recentemente. Sabe, os girassóis sempre me lembram de momentos felizes da minha infância. — respondeu Dunk, com um sorriso nostálgico.

Joong sorriu de volta, mas sentiu um aperto no peito. Ele queria fazer parte desses momentos felizes de Dunk, queria estar ao lado dele de maneira que agora parecia impossível.

O café começou a esvaziar e o sol estava se pondo. Joong e Dunk se despediram, prometendo se encontrar novamente em breve. Ao caminhar de volta para casa, Joong sentiu o peso da realidade cair sobre seus ombros. Por mais que desejasse, sabia que não poderia continuar se enganando.

Sentado em seu pequeno sofá na sala, Joong olhou para o quadro de girassóis na parede. Ele sabia que seus sentimentos por Dunk eram complicados, mas estava determinado a encontrar uma maneira de lidar com isso. Ele decidiu que, por mais doloroso que fosse, precisava se afastar um pouco para evitar machucar a si mesmo e a todos ao seu redor.

Joong pegou seu diário e começou a escrever, derramando todas as emoções que estavam presas dentro de si. Ele escreveu sobre os sonhos, os momentos que passou com Dunk e a confusão que sentia. Quando terminou, sentiu-se um pouco mais leve, como se uma parte da dor tivesse sido transferida para o papel.

Ele sabia que a jornada seria difícil, mas estava determinado a seguir em frente. Afinal, o amor verdadeiro também significava saber quando deixar ir, mesmo que fosse a coisa mais dolorosa a fazer.

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