Julgamento

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Três dias. É incrível como um curto período de tempo demorou tanto chegar, mas pareceu passar num piscar de olhos.

Durante esses 3 dias, Beelzebu e Lilith permaneceram na casa de Qin, que surpreendentemente não recebeu uma visita sequer nesse meio tempo. Ficaram extremamente confortáveis ao colocar quase 2000 anos de vida em dias, e Qin aproveitou para conhecer melhor os filhos e vice-versa.

Porém hoje não. Hoje era o dia do julgamento. E por incrível que pareça dos 3 presentes na casa Lilith era a mais nervosa.

— Vamos Lith, temos que chegar primeiro já que somos deuses — Beelzebu tentava fazer a irmã sair de casa pela milésima vez num curto período de 10 minutos.

— Tá! — A albina se levantou — Mas... e se acontecer algo? E se os outros deuses ficarem do lado dela? E se acontecer algo com o papai? E-

— Pelos deuses minha filha! — Qin chamou a atenção da garota com um sorriso no rosto — Se acalme! Primeiro que as chances de "algo" acontecer, independente do que seja, são poucas. Segundo que os deuses só se colocaram de um lado ou outro após ouvirem a história. Terceiro que é impossível seu pai receber alguma... punição — a última parte saiu da boca do imperador como se fosse óbvio.

— Mas, mamã... e se acontecer algo com o senhor?

— Lilith, pela milésima vez! Pare com esse nervosismo atoa! Nem sabemos se em algum momento vão falar de nós ou do mamã! Então para com esse "drama" e vamos logo, ou vamos nos atrasar! — Beelzebu bateu o pé irritado com a situação, suspirou fundo e agradeceu quando um servo lhe ofereceu um doce para comer, se alimentar ajudava a reduzir o estresse, agradecia sua parte demônio por isso — às vezes mesmo que quase nunca.

Colocando o doce — aparentemente francês — na boca, o moreno mais novo puxou a irmã pelo braço se despedindo do Imperador da China, que ficava para trás apenas para terminar de se aprontar. Entre risos e pensamentos Qin rapidamente se aprontou, seguindo em direção ao Olimpo, onde fora combinado o encontro de todos os irmãos humanos.

Hades, Apolo e Hermes, conseguiram convencer os outros deuses a permitir que os humanos assistissem ao julgamento, com a desculpa de que eles deveriam aprender como funcionava as coisas se caso eles fizessem algo grave para os seres que moravam em Valhala. Assim, ao abrirem os portões para o grande salão de julgamento todos os humanos se sentaram junto, ocupando dois bancos no meio do salão.

Temis, a deusa grega da justiça, estava atrás da grande mesa de julgamento, Zeus estava na ponta direita do salão, sentado em um enorme trono talhado em dourado exalando sua magnitude. No oposto, a esquerda, Hades estava sentado em um outro trono, com uma feição completamente seria e exalando imponência.

Os outros deuses estavam sentados em poltronas e tronos menores nas primeiras fileiras. Todos, sem excessão, olhavam e encaravam a deusa ao centro do tribunal, loira, algemada, e indefesa. Olhares desprezo eram constantemente direcionados a filha de Zeus, se perguntando como era possível ela se encontrar em uma situação tão deplorável.

Assim que Temis abriu o julgamento uma sequência de burburinhos inacabáveis se iniciou.

O que ela fez pra estar ali?

Viram a cara de Hades? Ele parece querer mata-lá!

Olhem Zeus! O Monte Olimpo está o caos por conta das tempestades.

Ouvi boatos de que ela traiu o Hades...

— E eu ouvi que ela tinha feito algo a Belzebu e os três anjos que ficavam perto dele.

O Imperador do Meu CoraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora