A Salvação

O mundo ao meu redor II

Safira Sloan.

Uma presença ocupa o espaço, me fazendo sentir vibração por todo corpo. Seus passos estavam cada vez mais perto... deito Naomi no chão, e os olhos dela ainda desamparado, me deixava preocupada. Ela olha em meus olhos, e em seguida para algo que estava atrás de mim... na verdade, alguém. Por um momento, o barulho de passos, pararam, junto do meu corpo, que travou e não sabia oque fazer naquele momento. Tento virar para trás, lentamente, e sentindo um medo que consumia meus pensamentos. Estava negando a me virar para ver oque estava atrás de mim. Quando estou completamente virada para trás, vejo um homem alto, que não parecia-me desconhecido. Sua altura, seu corpo e a forma que vestia-se, me lembrava à alguém.

Dion.

— Não consegue mais correr? Logo você, uma guerreira. — Sua voz era calma, e serena, era de arrepiar. Seu capuz fazia sombra contra seu rosto, me impedindo de ver sua face, e me deixando totalmente intimidada, com aquela simples e pequena frase, e sua voz em um tom mais forte. — Correr dos problemas, não vai ajudar, pelo contrário, eles vão te perseguir, perseguir... até te encontrar, te sufocar, e sufocar até a morte. Ou você vai enfrentá-los ou eles vão matar você mesmo. — Ele aproxima-se, e estende sua mão para ajudar Naomi, mas ela recusa desesperadamente.

— Isso foi você? — Aponto para Naomi, desaprovando o estado em que ela encontrava-se.

— Não, foi ela mesma. Apenas dei um trailer de como seria no campo, e ela saiu correndo. Eu só queria me apresentar. — Dion fala sarcasticamente, e sem expressão alguma.

— Depois você vai ter um breve e pequeno trailer do inferno. Ai, você não sair correndo, vai se matar mesmo. De tão bastardo que é. — Aproximo-me do mesmo, apontando meu dedo em seu rosto.

— Seus olhos são diferentes, ja te disseram isso? — O olhar de Dion se encontra com os meus por alguns segundos, e por um momento minha barriga esfriou, e uma sensação quente percorre no meu corpo todo, e por um milésimo, me perdi em algum lugar.

— Se olhar assim pra mim de novo, eu arranco OS SEUS olhos. — É perceptível o quanto fiquei nervosa diante da situação, e sem graça. Tentei procurar uma forma de me expressar com meu corpo, mas não consegui. Tudo estava muito silencioso, parecia que havia só nós dois ali, naquele momento.

— Eu ajudo você. — Ele aproxima-se de mim. Seu rosto ficou acima do meu, e sua respiração quente, passeava em meu rosto.

— Ajudar arrancar seus olhos? — Pergunto desajeitadamente e nervosa.

— Não. A levar sua amiga para casa. — Ele sai de perto, e vai até Naomi. Pega ela no colo, e vai na frente com a mesma. Vou logo em seguida, tentando acompanhar seus passos que eram maiores que os meus, e vejo como Naomi está diante aquela situação. Ela estava desacordada de novo. E novamente vem os pensamentos do que eu poderia fazer, mas não aparecia solução.

Ao chegar na frente de sua casa, sua mãe estava la, desamparada, chorando junto de seus irmãos. Ao ver Naomi, correu em nossa direção, e parecia mais aliviada. Seus irmãos mais novos, sorriram por um momento, até perceber que a mesma estava desacordada.

— Ela tentou se matar. — Essa foi a frase que sua mãe me disse ao me olhar.

— Que? porque ela faria isso? — Não conformada daquela situação, eu sorrio nervosamente dela.

— As lutas. Isso mexe com a cabeça de todos. E você, deveria sorrir mais. Mas não agora, não é momento. — Dion diz enquanto olha para Naomi, e cobre a mesma com meu agasalho. Mas não olha sequer um segundo para mim.

— Safira, ela anda preocupada, aperreada. Não é a mesma a muito tempo. Eu queria que ela não participasse, mas ela esta fazendo isso por você. Então, faz por ela oque nunca fez por ninguém... pede para ela desistir. Porque eu juro a você, se minha filha morrer naquele campo, eu morrerei também. — Mãe de Naomi me segura com suas duas mãos, apertando meus ombros. Vejo tristeza em seu olhar, e parecia que estava assim há muito tempo.