Mariana saiu para fora aflita com a respiração ofegante de uma forma meio suspeita como se estivesse ocultando algo do seu marido Inocêncio
- por que toda essa agitação, é só a mulher do bocó do seu enteado
- não é nada não, eu só ouvi os gritos e fiquei preocupada, Eliana você por aqui?
- jurei que jamais colocaria meus pés aqui outra vez, mas pela minha melhor amiga eu faço tudo
- melhor amiga? Quer dizer que até a minha amiga tu roubou de mim?
- o Seu José Inocêncio eu não tô entendo esse piqui da sua mulher, será que você poderia me explicar?
- oxente Mariana, que história é essa que Sandra lhe roubou alguma coisa? Tá me escondendo algo?
- que isso meu amor, eu esconder algo de você? Eu não me casei com você? Se eu casei eu confio
- pois então é melhor ficar calada para não dar aberturas a desconfianças no seu sagrado matrimônio
alfinetou Eliana
- mas o que você tem de tão importante pra tratar comigo? Questionou o velho
- não oferecem nem um assento, um café? Mas que falta de modos para um coronel tão honorado?
- Inácia, faça um café para as moças
- sim sinhô
Mariana tomou Sandra pelo braço fortemente e ameaçou
- se você contar da minha ida a casa de João Pedro eu vou fazer da sua vida um inferno
- mais inferno do que você já fez? Eu tô aqui para tirar essa tua máscara de mulé recatada do lar e não é ameaça sua ou de ninguém que vai me impedir
- o que tanto vocês duas cochicham entre si?
Indagou Inácia
- agora não Inácia, esse assunto não lhe diz a respeito.
- venham para a sala
Estou ansioso para ouvir o que o bocó do meu filho fez dessa vez
- pois não se preocupe não que o meu bocó não fez nada dessa vez, eu vim mesmo foi para falar de sua mulher, sua querida esposa
- oxente, mas o que você tem pra falar de Santinha?
- muito obrigada pela consideração Inocêncio, sempre pensando na morta.
Sandra e Eliana seguraram o riso
- prossiga menina
- já está ficando meio tarde, não acha que seria melhor que elas voltassem outra hora?
- deixe de avexame Mariana, ninguém vai sair daqui sem antes me contar o que tá acontecendo, tá assim por quê?
- quem não deve não teme não é mesmo? Ou será que teme? provocou Sandra com um riso debochado
- Ô Sandrinha querida o seu marido sabe que você tá aqui? A esposa tem que acompanhar o marido.
- com meu marido eu me entendo depois, tá bom é de cuidar do seu
- o que você quer com João Pedro hein Mariana?
- eu não quero nada
Eu só tô dizendo que ela veio pra cá sem consultá-lo antes e não tá cumprindo com as obrigações do casamento
- e o que que você sabe sobre casamento hein Mariana?
Mariana congelou, permaneceu estática
Suando frio, os olhos arregalados e os lábios tremiam na mesma intensidade
- Eu não to gostando dessa conversa, eu acho melhor encerrarmos por aqui, ainda mais sabendo que você veio sem a ordem do seu marido
- meu marido não é meu dono, eu não sou capacho dele, eu só vim aqui porque estou precisando ter uma conversa muito séria com o senhor mas já que prefere obedecer as ordens de sua mulher, eu vou me picando, simbora Eliana...
- um momento, Dona Sandra não pode ir embora sem antes falar o que tem pra falar
- até você Inácia tá sabendo de alguma coisa e não me contou
- o sinhô me desculpe mas eu não me intrometo nessas coisas de família, de madrasta e enteado, de sogro e de nora
- o que ce quis dizer com madastra e enteado, anda Inácia?
- Acorda Inocêncio, tá casada com ela há tanto tempo e não abre os olhos para enxergar quem Mariana é de verdade
- e eu sou de mentira é Sandra?
- Inocêncio, é hora de você saber de uma vez por todas, lembra quando João Pedro abrigou Mariana em nossa casa?
- lembro e foi por causa dessa traição dele que eu rompi com ele de uma vez
- pois o senhor foi enganado, não foi João Pedro que colocou essa exótica lá dentro não, foi ela que foi se rastejar aos pés do meu marido quando ela se mandou para fora daqui, ela que implorou para que ele deixasse ela morar na casa do voinho dela.
Zé Inocêncio rangia os dentes, franziu a testa e dava para ver as faíscas saindo da sua cabeça, levantou de mansinho da sua poltrona segurou Mariana pelo queixo encarando seus olhos e perguntou
- essa é você de verdade?
- Inocêncio eu posso...
- quieta. Eu estou esperando sua resposta
- eu fui sim, fui atrás de João Pedro para procurar abrigo
- não não, você foi cobrá-lo da promessa que ele te fez de dar as terras de Belarmino e também porque estávamos brigados, ainda pediu para ele dar uma chance ao amor que você sentia por ele.
- não acredite nela Inocêncio, ela veio aqui para tentar destruir nosso casamento
- E EM QUEM EU DEVO ACREDITAR, MARIANA? EM VOCÊ?
- isso aqui tá melhor que novela, vou até comer uma pipoquinha. sotacou Eliana com um ar debochado.
- Zé, se eu amasse João Pedro, tu acha mesmo que eu iria me casar contigo?
- acho sim, eu me casei contigo amando Maria Santa
- Te achei! Graças a Deus
- eu não tava perdida.
- mas mulé tu ainda indaga, sai com essa daí as escondidas deixando todo mundo preocupado
- essa daí não, mais respeito comigo, menina.
- agora não é hora meninas, depois eu explico tudo
- por que você veio para casa de painho?
- João Pedro, eu quero que você seja sincero comigo, alguma vez Mariana se insinuou para você?
- eu não quero entrar nesse assunto
- para de fugir de mim
Me fala a verdade, você colocou Mariana em sua casa porque ela foi lhe procurar?
João Pedro respirou fundo e revelou
- foi sim, sua mulher foi me procurar, se abrigou casa de seu Rachid e foi atrás de mim para pagar a promessa que eu tinha feito
- João Pedro, você não tem vergonha nessa cara? Eu sou sua madastra, eu me casei foi mais teu pai
- e eu sempre lhe respeitei, mas não venha querer bancar a santa porque você foi me procurar na cachoeira onde eu conheci a mulher de minha vida, foi pra lá me esperar porque sabia que eu me encontrava lá mais Sandra
- Mas é uma mal amada mesmo
Exclamou Zinha
- e você cale a boca ou eu vou te dar uma pisa
- vem Mariana, pra ver se eu não te mando fazer companhia para seus avós
- sossega Zinha
Disse João Pedro
- Zé, eu te amo
- eu já ouvi tudo o que precisava, agora eu sei onde foram parar os burrinho da mior qualidade do seu avô Belarmino, estão bem aqui na sua frente, eu e o bocó do meu filho
- eu avisei que essa menina era a tocaia
- eu sempre soube Inácia, foi por isso que casei mais ela para proteger João Pedro, eu devia era ter lhe expulsado daqui
Coisa que eu nunca fiz
- pois é seu Inocêncio, todo o desprezo que você descarregou sobre meu marido todos esses anos, foi injusto.
João Pedro se debulhou em lágrimas e Sandra lhe abraçou
- eu gostaria de pedir perdão a você João Pedro, perdão por ter duvidado da sua honestidade
- eu já ouvi essas mesmas palavras há muito tempo e é sempre a mesma coisa, já ando cansado
O sinhô pediu para romper de vez comigo então acho que não tenho mais nada pra perdoar, vamos embora Sandra e Zinha, como painho falou uma vez
Eu não sou bem vindo nessa casa...
- vamos pra casa meu nego, nós sim somos a sua família de verdade
E saíram dali de mãos dadasA noite:
- me desculpa meu rei
- te desculpar pelo que meu amor?
- a confusão que eu causei
- você fez o que eu devia ter feito há muito tempo, contar para painho e romper de vez com ele
- eu fiz isso porque eu te amo meu rei
- eu te amo minha preazinha
- finalmente acabou essa história de Mariana
Disse ZinhaMorena e Deocleciano chegaram sem entender nada
- o que aconteceu por aqui meus fio?
- nem te conto Morena
Hahahahah
- pois vai contar
- depois depois, vamos deixar Josandra dormirem em paz
- Jo que?
- é o shipp que criei para eles
- tá aí João, gostei
- eu achei meio esquisito
- esquisito é tu bocó
- oiaaa rapá
- vocês briga mas se amam.
indagou Morena
Zinha, Morena, Deocleciano e Josandra gargalharamTeremos uma trégua dessa vez?
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Josandra/ depois da dor
Fanfictionhistória da vida dos filhos dos coronéis rivais, João Pedro Inocêncio e Sandra Coutinho quando viram o maior sonho deles desmoronar...