Maya Pov
Chicago//EUANo inferno e no céu
Já se passavam das 02:00 da manhã, e junto ao frio insuportável que fazia. Eu me apertava, na tentativa de me esquentar do frio. Aquilo com certeza não iria me esquentar, pois da maneira que eu estava vestida, não adiantaria de nada. Sentir meus olhos se lacrimejando, mas não podia, pois se o desgraçado visse o borrado de minha maquiagem, eu sei o que viria a seguir.
Acuada e entristecida, passei pelas moças que já marcavam local, e fiquei o mais longe assim posso dizer. Não gosto de me misturar e nem quero proximidade com elas. Posso estar sendo hipócrita no que acabei de falar, mas tem uma enorme diferença.
Não gosto de olhar, falar, e até de respirar perto dessas mulheres. Tinha raiva, repulso e até nojo de todas. Elas riam, brincavam. Pareciam estarem todas felizes. Elas gostavam disso. Elas gostavam de vender seu corpo em troca de dinheiro. Enquanto eu era obrigada a isso tudo.
Com meus pensamentos longos e dolorosos, fui pega de surpresa com um carro de luxo parado em minha frente. Me abracei e recuei. O vidro se abaixou, e um homem jovem apareceu. Antes de se dirigir à mim, olhou ao lados como se conferisse se alguém estivesse nos vendo. Talvez eu esteja errada. - Entra. -
sua voz era rouca e firme. Suas vestes pelo o que vi, eram ótimas, e em seu pulso um relógio. Esse homem tinha dinheiro, e muito dinheiro.
O que um homem como ele estava fazendo em um lugar como este? Tenho certeza que ele poderia estar em umas das melhores boates, com as mulheres mais caras em sua cama. Mas ele estava nessa rua nojenta, repleta de vários tipos de mulheres baratas, e nesse meio estava eu.
- Vai entrar ou não? -Completamente incomodada e intimidada com seu tom de voz arrogante, botei minha mão na maçaneta de seu carro, e entrei.
Fazia isso todos os dias. Todos os dias essa era a minha mesma rotina. Me prostituindo por misérias, que no final, eu não ficava com um real. Até os centavos o desgraçado ficava. Mas também eu não me importava. Quero nem chegar perto desse dinheiro nojento.No momento que sentei no banco de seu carro, esperava pela agarração que todos esses homens sempre faziam, mas ele não fez isso. Ele apenas ligou o carro e seguiu até o caminho desconhecido.
Aliviada mas confusa. Era assim que me encontrava. Aliviada por ainda não ter suas mãos em meu corpo e confusa do porquê ele não ter tido essa atitude. Pois afinal, esses homens que pegam garotas de programas, eles a tratam desta forma. Como um objeto. Mas no final de tudo, nós realmente somos esse objeto.
- Bora, desce! - peguei minha bolsinha e desci do carro, e segui o corpo alto e forte. Agora tendo uma visão melhor desse homem, pude reparar da beleza que possui. Ele realmente era muito bonito, era bonito e jovem. De repente me sentir envergonhada.Todos os homens nojentos que eu fiquei eram horrorosos. Eram feios e nojentos. Ele é o segundo homem com boa aparência que já me deitei. Já fiquei com um, mas de boa aparência era só a cara. O cara me tratou como merda.
Se envolveu comigo ali mesmo em um beco.
E depois jorrou seu esperma em meu corpo e junto me ofendeu com as piores palavras.Chorei tanto nesse dia. Perguntei tanto para Deus do porquê desse destino cruel. Será que eu só vim para esse mundo para sofrer? Minha dignidade não tenho mais, e nunca mais terei.
Olhei ao redor, estávamos em um motel, e uns dos caros. Engraçado, os nojentos que sou obrigada a ficar, ou me usam na calçada, ou quando tem um pingo de consciência, ali no carro ocorre o que tem que correr.
Será que eu parecia uma puta de luxo? Não, claro que não. Elas tem seu espaço. Estão em casas noturnas caríssimas. Eu sou só uma putinha barata de esquina. - O Sr já pode subir. -
O homem então pegou um corredor, depois um elevador e já estávamos em frente à uma porta.
Em todo momento me mantive calada e de cabeça baixa. Sempre era assim. Ao entrarmos no quarto, reparei o qual bonito era. Nunca pisei em um motel, e muito mais um tão chique igual esse.
Olhei de canto, ele estava de costas se servindo com algo. Talvez whisky. Homens ricos gostam bastante dessa bebida. Nessa observação, nossos olhares se cruzaram, e pude sentir um tremenda vergonha. Por que eu estava assim?
Ele não é o primeiro homem que faço programa, mas a sensação que tenho é parecida. Bom, a primeira vez foi tão torturante. Odeio lembrar desse dia.
-Vem! -
sem enrolação, me apressei em ir ao seu encontro. Enquanto menos enrolação, mais rápido eu sairia desse inferno. Sua mão tocou minha cintura, e seu rosto se aproximou de meu pescoço. Fechei meus olhos com tanta força, não gostando nada daquilo. Só queria que essa madrugada acabasse logo.
Ele começou a beijar meu pescoço, e me apertava com força. Só se ouvia suspiros pesados da parte dele, pois de mim nem a respiração podia se ouvir. Odiando tudo aquilo, teria que fazer minha parte, afinal eu tava ali para isso.
Me aproximei de seu rosto para beija-lo, e quando iria juntar nossos lábios, sua mão agarrou minha nunca, e junto um olhar de nojo e repulso me olhou.
- Eu não beijo prostitutas -
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Xuxus curte aí pra eu ficar animada e postar mais! Bjs e até o próximo cap!🫶🏽❤️
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No céu e no inferno
FanfictionMaya, com apenas 18 anos, é obrigada a entrar no mundo da prostituição pelo seu padrasto abusador. Com sua mãe já falecida, Maya se ver perdida e sem forças para lutar pela sua própria vida. Kaleb, um jovem de 24 anos, bonito, jovem, e rico. Tinha t...