ᴄᴜɪᴅᴀᴅᴏs

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Cuidados

s/ɴ ᴘᴀʀᴛ

Acho que eu não conseguiria definir o quão preocupada estou. Um nervosismo — embora pequeno — me consome. Minhas mãos estão levemente geladas e eu puxo a manga de meu casaco para o usar pra cobrir as mencionadas pela metade. Isso tudo porque Leon ainda não voltou. São quase onze da noite, e uma chuva barulhenta e forte cai lá fora. Só não me surpreendo muito porque os noticiários avisaram sobre isso. Ainda bem que Leon levou um guarda-chuva, ao menos — mesmo que isso não me deixe menos preocupada, ao que meu namorado está fora de casa.

Ligo para ele várias vezes, e nada. Leon não atende. Provavelmente está muito ocupado e fora de condições de atender. Céus, eu só quero que ele volte pra casa. Quero ele volte para mim e que possamos finalmente dormir juntinhos. Eu quero Leon em segurança, no conforto de nossa cama e me esquentando. Quero seus beijos e sua respiração em meu pescoço, uma vez que costumamos dormir de conchinha. Juro que estou tentando me manter tranquila, mas está difícil. Porra, é o meu namorado quem está fora de casa por tanto tempo e com uma chuva do caralho caindo.

Agora eu ligo mais uma vez, não sendo atendida novamente. Meus olhos começam a ficar marejados e minha testa dói. Quando solto um suspiro pelos meus lábios, sinto um arrepio gelado junto e estremeço, deixando o celular no balcão atrás de mim para agora entrelaçar meus dedos. Minhas mãos continuam como gelo. Mesmo que todas as janelas estejam fechadas, ainda sinto frio. O nervosismo está deixando meu corpo gelado. Mesmo com um casaco quente e confortável, ainda sinto arrepios frios. Eu só quero meu loirinho aqui comigo. É pedir muito?

O que me resta é torcer para que meu namorado esteja bem e longe de perigo. Como se não já bastasse ele ter que voltar tarde do trabalho, ainda vai ter que pegar toda essa chuva. Eu não gostaria que ele pegasse um resfriado, mesmo que eu vá cuidar dele depois.

Massageio minha têmpora com meu dedo indicador, agora tentando me lembrar de onde coloquei a cartela de comprimidos para dor de cabeça. Mal estou conseguindo pensar. Também não é pra menos, ao que meu loirinho não está comigo. Consigo me lembrar vagamente de onde o remédio está e fecho meus olhos, forçando a me lembrar e aumentado a dor latejante em minha cabeça. Ao finalmente lembrar, abro meus olhos e pisco algumas vezes, me direcionando até a minha bolsa e puxando a cartela de comprimidos. Tiro um e guardo o restante na bolsa novamente, agora voltando para o balcão da cozinha. Mas antes de chegar na mesma, passei por uma janela. Decidi abrir para ver como estava a situação lá fora. Resultado: não consegui ver nada, pois está tudo esbranquiçado. Céus, como que o Leon vai dirigir assim? Mal tenho tempo de pensar, pois o vento começa a empurrar a chuva para dentro de casa. Fecho a janela na mesma hora e respiro trêmula, ao que ainda sinto o gelo da ventania em meu corpo, assim estremecendo levemente. E se alguma árvore for derrubada com todo esse vento forte? A volta para casa deve estar sendo horrível.

Quando já estou na cozinha, coloco o comprimido na boca e pego um copo com água — não gelada, é claro — e o bebo imediatamente, engolindo o remédio e torcendo para que o mesmo faça efeito o quanto antes. Deixo o copo em seu devido lugar novamente e passo a mão no cabelo, não conseguindo me acalmar de forma alguma.

Calma, S/n. Ele está bem. Ele está bem. Nada aconteceu com ele. Não precisa se preocupar.

E por mais que eu tente, tudo que eu menos consigo é ter calma. A dor pulsante em minha cabeça e a preocupação são os motivos pelos quais lágrimas — estas extremamente quentes — agora escorrem de meus olhos e molham minhas bochechas. Escuto um trovão e estremeço levemente. Não por medo. Não tenho medo de trovões, de forma alguma. Mas o fato de que algo pode ter acontecido com Leon me deixa muito nervosa. Ele já chegou ferido em casa algumas vezes, é claro. A profissão dele contribui para isso.

ঔৣImagines Leon Kennedy | Aceito pedidos ঔৣOnde histórias criam vida. Descubra agora