𝐍𝐎𝐈𝐑 𝐍𝐄𝐈𝐆𝐄 é sobre uma jovem comum, que reside em uma vila remota de pequeno porte, situada em uma região coberta por neve incessante e um clima gélido eterno.
Neste local, os habitantes nutrem a crença na existência de um lugar mítico...
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A neve, como um véu macio e silencioso, descia do céu, envolvendo as casas da vila em um abraço branco e acolhedor. Parecia adormecer sob o manto branco, a única evidência de vida sendo a fumaça tênue que escapava da chaminé de uma das casas, tão semelhantes umas às outras como as casas de um vilarejo de brinquedo. Era como se a neve, em sua silenciosa beleza, tivesse apagado as diferenças, unindo as casas em uma única paisagem de paz e quietude.
Dentro daquela casa de madeira, o aroma tentador do ensopado de carne borbulhante na panela permeava cada canto, envolvendo todos os presentes em uma dança sedutora de sabores e memórias. O cheiro, tão rico e reconfortante, tinha o poder de despertar o apetite mesmo nos mais saciados, provocando um desejo irresistível de provar aquele ensopado. Era como se a panela, com seu conteúdo fumegante e apetitoso, tivesse criado um microcosmo de calor e aconchego, um oásis de sabores em meio ao inverno rigoroso.
O calor emanado pela panela fervilhante criava uma atmosfera aconchegante e reconfortante, como um abraço caloroso em meio ao frio intenso da neve que caía lá fora. O calor, tão intenso e convidativo, formava uma espécie de manto protetor contra o gelo que se acumulava do lado de fora, transformando a casa em um refúgio seguro e acolhedor em meio ao inverno implacável. Era como se a casa, com seu interior aquecido e acolhedor, tivesse se tornado um porto seguro, um refúgio contra a fúria da natureza.
━━ Eles estão demorando. . . ━━ A menina de cabelos [Cor do seu cabelo], com um olhar melancólico, observava a paisagem congelada através da janela. Joaan, seu amigo de pele clara como a neve, estava deitado ao seu lado, parecendo dormir tranquilamente.
━━ Eles logo devem chegar. Prometeram menos de três semanas! E só faz quatro meses! Devem ter tido algum contratempo, já devem chegar. ━━ O albino de olhos lilás, com um sorriso esperançoso, tentava acalmar a amiga.
━━ Já sei! Brincaremos na neve! Sabe? Fazer briga de bolinhas de neve! ━━ Ele tentava animar a menina, que parecia inquieta com a demora dos pais.
━━ Claro, por que não? Ficar aqui só vai me deixar mais impaciente. ━━ Ela disse, com um ar de desânimo, mas já se dirigindo para a porta, como se a brincadeira fosse um bálsamo para a ansiedade.
O albino, com um sorriso travesso, deu um pequeno soco no ar, em direção ao teto da casa, como uma comemoração silenciosa por convencer a amiga.
A alegria da neve, que antes pairava no ar, foi bruscamente interrompida por uma voz rouca e autoritária. Um senhor de idade, com cabelos grisalhos e um olhar severo, surgiu na porta, sua bengala de madeira batendo no chão com um ritmo seco e implacável. Uma cicatriz em forma de “X” marcava sua bochecha direita, como um mapa de batalhas passadas, e um poncho branco surrado de pele de urso antiga o envolvia como um manto de tempos ancestrais.
