Capítulo 25

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Yasmin encarou a fachada daquele prédio e retirou os óculos escuros, mesmo que o clima não pedisse tal acessório. Encarou a recepção com um certo desgosto e mexeu na bolsa tiracolo preta que trazia.

— Tem certeza que é aqui?

Ela encarou a pessoa ao seu lado, que assentiu com convicção.

— Absoluta! Fiz a pesquisa e vim aqui antes.

— Muito bem, então agora é comigo.

Caminhou de forma elegante até a recepção, atraindo olhares dos demais presentes. Ela era belíssima e sabia disso, mas naquele momento, sua beleza não iria ajudá-la no que precisava.

— Boa tarde, eu tenho hora marcada.

— Seu nome?

— Stephanie Brunet. — Mentiu com a cara mais lavada do mundo. A recepcionista mexeu por alguns segundos na tela do computador e sorriu para ela.

— Pode subir até o último andar e aguardar por alguns instantes. A senhora Camargo vai receber você.

Yasmin sorriu doce e seguiu até o elevador, pondo novamente os óculos de sol em caso de alguém teimar em lhe reconhecer. Mexeu na bolsa novamente e encarou seu reflexo no espelho. Estava toda de preto, desde o óculos luxuoso até os Scarpins finíssimos que usava.

As portas do elevador se abriram para revelar uma sala que poderia ser definida como elegante, se Yasmin não estivesse com muita vontade de queimar tudo com a terapeuta ali dentro. Observou com desdém o divã preto perto da janela com uma vista maravilhosa, a mesa de mogno muito bem polida, a poltrona de luxo preta e outros artefatos que de nada a interessavam. Para ela, horrendos pela raiva.

Yasmin deu um giro perfeito nos saltos quando ouviu o barulho da descarga seguida da porta sendo aberta. Seus óculos escuros lhe permitiam analisar perfeitamente a mulher que saia secando as mãos e com uma feição agradável. A senhora Camargo usava um vestido preto até abaixo dos joelhos, um certo decote que fez Yasmin sentir ânsia e sapatos de salto baixos. Seu cabelo estava elegantemente preso por um coque firme.

— Olá, deve ser a senhora Brunet, certo? —A velha mulher perguntou gentil. Yasmin assentiu dócil e se curvou.

— É um enorme prazer, senhora Camargo. Por favor, me chame apenas de Stephanie.

— Certo, Stephanie então. Sente-se.

Yasmin colocou sua bolsa no divã e se sentou, cruzando as pernas. Observou enquanto a velha senhora pegava a prancheta e a caneta, voltando a sorrir para ela.

— Então, senhorita Stephanie. O que lhe traz aqui?

— Eu... estava precisando conversar sobre o meu divórcio, não imaginava que fosse me divorciar um dia, compreende? Os óculos são para esconder a vermelhidão dos olhos. — Falou com voz de choro.

A senhora lhe olhou com pena e assentiu, anotando algo em sua prancheta.

— Eu compreendo. Há quanto tempo estava casada?

— Ah, pouco mais de 2 anos. Acho que o baque foi maior por isso.

— É muito cedo para um divórcio, concordo. — Falou surpresa. Yasmin fungou, assentindo.

— Exatamente. Meu marido e eu temos uma leve diferença de idade, mas pra mim é comum. — A mulher assentiu. — E-ele me disse que q-queria algo com alguém da idade dele!

E caiu em um falso choro ininterrupto, deixando soluços saírem sem parar. A senhora Camargo lhe olhava compadecida, e estendeu uma caixa de lenços de papel para ela.

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