CAPITULO 5 - O INFERNO

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POV VIVIAN:

Esses três dias foram um inferno.

Marjorie disse que tomaria conta de mim após ele ir embora, nem ao menos quis se despedir ou algo do tipo. Eu o olhei pela janela, ele se distanciando cada vez mais, parecido quando eu era criança. A única diferença era que eu não tinha ficado tão triste quanto agora.

"-Porra, porque estou tão chateada ? Ele nem ao menos prometeu nada a mim. Estou sendo imatura." Falei a mim mesma, esfregando meu rosto.

Marjorie trazia minhas comidas no quarto. Eu quase nunca saía desse lugar.

Até que ela veio. Aquela mulher nem ao menos se apresentou.

-"O que faz aqui?" Ela perguntou entrando em meu quarto.

-"eu vivo aqui e quem é você?" respondi.

Nunca tinha visto ela, seu rosto era como de uma boneca, olhos azuis e cabelo loiro com cachos na ponta.

-"Você não sabe seu trabalho de empregada?" Ela disse séria.

Eu ri a primeiro momento.

-"Você tá doida?" Eu respondi

E foi aí que começou o inferno.

-"Sua insolente, guardas, levem ela para a cela." Ela disse.

Vi dois homens se aproximar, me segurar pelos braços e me levar. Não importa o quanto eu berrasse, o quanto me debatesse, eles não me soltavam. Eles me jogaram dentro da cela e trancaram.

-"Você deveria saber quem sou" disse ela sorrindo.

-"O Louis é meu marido. Estive fora por um tempo e já veio uma vadia ficar com ele" ela disse.

-"Ele não disse nada sobre você" disse e a mesma parecia bufar.

-"você além de vadia é mentirosa?" ela disse.

-"guardas, açoite ela. 10 vezes acho que está bom" ela disse.

Fui novamente puxada pelos braços. Minha blusa foi rasgada.

Senti minhas costas arder numa dor descomunal.

-"parece que você já foi punida uma vez" ela disse passando o dedo em minhas cicatrizes e rindo em seguida.

E foi assim. Fiquei o dia naquela cela, sem água e nem comida.

Apenas jogada no chão.

Naquela madrugada, durante a pausa dos guardas, vi a Marjorie me trazer um pedaço de pão.

-"Aqui, coma e fique quietinha" ela disse, entregando o pão nas minhas mãos e saindo rápido.

Comi o pão como se fosse o último da minha vida.

No dia seguinte. Fui liberada da cera, mas fui servir aquela mulher.

-"Me dê seu braço" ela disse puxando com força meu braço e o cortando logo em seguida com uma faca.

-"Hm, seu sangue é horrível" ela disse jogando a taça no chão.

Meu braço ainda sangrava.

Eu chorava baixinho.

-"Guardas, levem ela de volta pra jaula. Ela não me serve de nada" ela disse e novamente fui levada, como na primeira vez.

Passei minha tarde, noite e madrugada naquele lugar. Empoeirado e escuro, como quando criança.

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