CAPITOLO PRIMO; LA FESTA

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17 de maio | sábadoInglaterra/Londres

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17 de maio | sábado
Inglaterra/Londres


O ano era 2011, dia 17 de agosto, e eu lembro de tudo desse dia como uma maldição interna.

Naquela manhã, às onze e quarenta, eu estava completando oito anos e, em comemoração, meus pais planejavam me levar para um passeio em família.

Durante o caminho, tudo estava perfeito, cantávamos, brincávamos e nos divertíamos, mas toda aquela alegria evaporou em segundos.

As únicas lembranças que persistem são aterrorizantes. A visão de meus pais mortos no chão é palpável, o sangue fresco escorrendo pelo asfalto quente. Minha respiração era irregular, meus olhos se enchiam de lágrimas desesperadas, as palavras "mamãe, papai" escapavam dos meus lábios como um sussurro desesperado.

Minha visão turvava, meu corpo enfraquecido, calafrios percorriam pelo meu corpo, a respiração superficial. Tudo girava ao redor, minha língua formigava. Era uma tortura incessante, que só cessou quando meus olhos se escureceram por completo. Naquele momento, achei que iria morrer, mas aconteceu o oposto.

Os médicos diziam que foi um milagre eu ter sobrevivido a um acidente tão grave, mas para mim isso era como uma maldição. Sobreviver trouxe uma sombra inescapável sobre minha vida, e as memórias daquele dia continuam a assombrar meus sonhos, uma lembrança constante de tudo que foi perdido.

Meus olhos refletem no espelho uma versão cansada de mim. Os olhos inchados e vermelhos, as olheiras profundas que testemunha as noites sem dormir, o rosto pálido e abatido me lembrando do peso das minhas lágrimas.

Essa é uma das noites que não consigo ter uma boa noite de sono sem sonhar com a morte dos meus pais, e me sentir mal por tudo. Meu coração se quebra em mil com esses sonhos.

As imagens se repetem, como um filme doloroso que não consigo desligar. A cada piscada, sou transportado de volta àquela noite, aos sons, aos cheiros, à sensação esmagadora de impotência. Tento afastar essas lembranças, mas elas me cercam, insistentes.

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