E se Adhara Clearwater surgisse de repente no mundo onde não pertence, mas que era apaixonada e conhecedora de todos os acontecimentos, desde a morte de alguém ao nascimento de outro, o lugar e a hora em que algo iria acontecer e tivesse a chance de...
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A vida era de fato uma caixinha de surpresas, ninguém poderia negar, alguns tem mais sorte que outros, e Adhara era sem sombra de duvidas essa pessoa.
Claro que agora aos 22 anos ela estava bem ─ bom, à controvérsias. ─ estava financeiramente instável, tinha onde morar ─ mesmo que seja de aluguel e que seja num cubículo de lugar ─ tinha o que comer, uma cama boa e confortável para dormir e o melhor ─ à controvérsias novamente ─ tinha um bom emprego onde recebia até que bem, trabalhava 8 horas por dia, e era de segunda à sexta, e até fazia uns bicos durante o fim de semana para guardar um dinheiro e quem sabe comprar uns bons livros no inicio do mês.
Tinha uma ótima saúde e dessa vez era de fato verdade, não tinha tantos traumas da sua infância como a maioria dos jovens e adolescentes atualmente tinham, tá que não tinha de fato ninguém em sua vida desde os 16 para tentar traumatiza-la de algo, vivia constantemente para si mesma, e isso era algo até que bom, já que via sua melhor e única amiga reclamar dos pais e avós controladores que a proibiam de fazer qualquer coisa, mesmo que Heloise tivesse 24 anos e fosse até que calma perto da irmã de 16 que tinha piercings no rosto e corpo e alguns grandes delitos que até mesmo na delegacia do bairro a conheciam muito bem.
Adhara perdeu os pais aos 16 anos após um acidente de carro onde apenas ela sobreviveu com um braço quebrado além de duas costelas fraturadas e um pequeno medo adquirido de carros ─ como eu disse, ela não tinha tantos traumas, não que não tivesse nenhum.─ foi viver com a madrinha que apesar de bastante rabugenta e com a síndrome do adolescente preso num corpo de um adulto, era até que legal. Não era controladora, na verdade poucas vezes se viam já que Elladora quase nunca estava em casa, e quando estava mal se viam também já que ela estava sempre presa no quarto dormindo depois de uma bela ressaca.
