Prólogo

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Olá gente, essa é minha primeira história, por isso queria muito que assim que acabassem de ler, cometassem se acham que devo continuar assim como críticas e etc... Bem, eu queria muito agradecer a ludmyla_r que, praticamente, me ajudou em tudo, sem ela eu não saberia nem oq é Wattpad. Boa leitura!

3 anos antes

Meus passos ecoavam pela rua vazia enquanto eu me dirigia ao meu destino em piloto-automático, já que, se eu pensasse na tolice que iria fazer eu me bateria e correria para casa, mas agora era tarde demais para desistir.
Era o seguinte, havia semanas que eu e minhas melhores amigas, Caty e Luna, havíamos combinado de invadir o shopping a noite e roubar o último livro da nossa saga preferida.
O qual nossos pais não queriam nos dar afirmando que passamos muito tempo em casa lendo livros, o que não era verdade, eu tenho uma vida social, só gosto bastante de ler, mas isso não importa.
No começo foi apenas uma brincadeira, mas percebemos que tínhamos trunfos na manga. Primeiro:Caty era filha do chefe de segurança, poderia pegar as chaves, permitindo nossa entrada.
Segundo:Luna era filha de uma dona de uma biblioteca no shopping, que garantiu que ela ficasse longe dela faz semanas, o que facilitou com que ela soubesse exatamente onde os livros estão e pudesse ter pego a chave também. Eu só ia levar as lanternas.
Me restava então aspirar o ar da noite que, em contradição com meu estado de espírito, estava estrelada e continha uma brisa que brincava entre os fios dos meus cabelos como se ao mesmo tempo que me acalentava, sussurava que eu estava ferrada. E pelo mal pressentimento que está mexendo com meu estômago, eu tinha que concordar.
Pensamentos atordoam minha mente e antes que eu perceba já estou no lugar combinado, lá estão elas, conversando e gesticulando tranquilamente, olhos vagando pelo ambiente como se isso fosse só mais uma visita casual ao shopping. Nos comprimentamos e rapidamente entramos.
Pego a lanterna que estava na bolsa que levo e acendo, nos proporcionando uma visão superficial do que havia à frente, vejo as lojas e os contornos das que vem mais adiante e um piso de um material que desconheço.
Entrego as outras lanternas para elas e olho para seus olhos serenos "será possível que elas não estão nem um pouco tensas? ", penso. Mas os olhos castanhos de Luna e Caty estão totalmente relaxados. Talvez esse pressentimento seja só por que eu sou muito certinha, vou tentar ficar calma.
Começamos a andar em silêncio, com uma concentração que chega a ser engraçada por sua solenidade, já que vamos, tecnicamente, roubar. Caty, naturalmente, é a guia, estamos andando a um tempo, mas é natural, já que a biblioteca é no começo do shopping e estamos no final.
Olho para os lados procurando me lembrar onde estou, mas só o que vejo são lojas muito bem fechadas e eu passo por uma que tem o moletom que eu quero a séculos.
Eu não me controlo, paro e jogo a luz na loja, aprecio o moletom azul cobalto por algum tempo, um dia eu vou acabar roubando essa moletom também, dou um suspiro e me viro, me deparando com o nada. As formas negras que representavam minhas amigas sumiram. Não tem ninguém atrás de mim. Estou sozinha.
O medo e desespero me tomam devagar, torturantes, os pensamentos são como lava quente na minha cabeça, eu não tinha ouvido nenhum barulho e elas não sairiam sem mim, o que eu faço agora? Jesus, estou perdida. Controlo o impulso de chorar e tento controlar meu medo, eles não vão me ajudar em nada, ficar sozinha, somente com uma lanterna me apavora, mas respiro fundo.
Eles não devem ter percebido que eu havia parado e sigaram sem mim, o melhor a fazer é ir para casa e mandar uma mensagem para elas avisando do que aconteceu e que elas não esqueçam meu livro, já que com certeza eu não vou achar a biblioteca e muito menos elas, eu não queria fazer parte disso mesmo.
Me encaminho para a saída amando mais ainda aquele moletom por ter me proporcionado uma desculpa para ir embora. Enquanto eu caminha um pouco rápido e desesperada demais para ser considerada tranquilamente, eu paro abruptamente, eu ouço um grito. Não um grito qualquer, um grito de Caty, um grito fino, aterrorizado a ponto de me dar medo e paralisar, minha alma dói em compasso com a dor que o grito demonstra e aí sei que tem algo de errado. A calma que eu havia adquirido se esvai. O que provoca uma confusão na minha cabeça e eu começo a simplesmente correr.
Saio vagando por aí, virando a esquerda depois a direita, até que as direções se misturam e depois nem existem, estou caminhando mas não vou para lugar nenhum, lágrimas se formam e as deixo cair livremente.
Então, digo um grande dane-se e estou prestes a gritar o nome delas quando escuto outro grito ainda mais aterrorizado, prolongado e dessa vez de Luna.
As lágrimas aumentam. "não, não, não... " só o que penso. Começo a gritar loucamente o nome delas, mas a única resposta que tenho é o meu próprio desespero ecoando pelos corredores.
Desisto. Me encosto na parede e me deixo chorar. E tudo isso por um maldito livro! Choro por mais alguns minutos, permitindo a mim mesma não pensar em nada. Quando me deu conta de algo óbvio, minhas amigas não gritaram porque acharam bonitinho... Algo fez com que elas gritassem.
E esse "algo" pode estar atrás de mim agora mesmo. "imbecil!"xingando a mim mesma por demorar tanto tempo para reagir, levanto e procuro desesperadamente na minha memória por uma saída, olhando para os lados para me localizar.
Quando percebo que minha lanterna caiu e estou no escuro, começo a tatear o chão em busca dela, quando vejo seu contorno no chão, dou um suspiro de alívio e aí percebo uma luz pela minha visão periférica.
Assim que viro minha cabeça eu vejo minha lanterna que a segundos estava no chão, entre uma mão azulada, iluminado um rosto. Quando levanto meu olhar, vejo que aquilo não é bem um rosto.
Vejo dentes de tubarão, uma cabeça careca com orelhas pontudas, pele azulada, sem nariz, com "lábios" que estavam repuxados em um tipo de sorriso maligno, aquela... Criatura era horrível, me deu arrepios, me fez querer... Gritar.
Então eu entendo tudo, esse era o "algo"que perseguiu minhas amigas que, provavelmente as paralisou e matou de medo. Eu não ia deixar que isso acontecesse comigo. Antes mesmo que eu perceba já estou correndo mas não antes de pegar minha lanterna naquelas mãos frias como gelo.
Eu corro como se tivesse um foguete plugado em mim, até que reconheço um corredor e que tem uma loja que sei que está destrancada onde tem uma porta dos fundos que eu posso me trancar, olho para trás e vejo que despistei a coisa.
Entro correndo na loja com vitrines vazias e sem placa, vou para o final da loja onde ao lado do balcão que se pagava as roupas tem um corredor, entro nele e vejo as fileiras de vestidos, sapatos que serão retirados amanhã e... A portinha cinza que eu estava procurando e melhor ainda eu vejo a chave reluzindo quando aponto a lanterna, tremendo, eu pego a chave, destranco a porta e entro.
Fico lá pelo o que suponho serem horas, só revendo os acontecimentos, temendo pelas minhas amigas e por mim, quando eu finalmente pareço me dar conta de onde estou, essa loja fica perto da saída, não tem como me perder é só ir sempre para frente, eu não posso ficar aqui para sempre.
Entāo, corajosamente, me levanto em silêncio, abro a porta com cuidado, saio e vou silenciosamente para frente da loja, olho para os lados e não vejo nada, então continuo, mas assim que saio ouço um barulho e eu não preciso me virar para saber quem é.
Corro para porta que por culpa do amanhecer o sol passa pelos buracos, inutilizando a lanterna e ouço ele atrás de mim novamente, iniciamos uma corrida mortal, olho de relance para trás e o vejo sorrindo "por favor, eu tenho que conseguir, só mais um pouco. "
Meu coração acelera, meu sangue retumba no meu peito, esse medo que eu sinto não é algo normal e consome tudo menos a minha coragem e eu corro, corro e corro tanto até que coloco tanta força de vontade nisso que eu sou preenchida de uma força poderosa que me faz praticamente voar pelo piso, sinto o corrimão gélido, abro a porta e saiu, o sol batendo no meu rosto, o meu corpo em chamas, olho novamente de relance para trás para ver se estou sendo seguida, mas só vejo a coisa parada na porta, ainda sorrindo, movendo os lábios formando uma única frase.
"Você está morta."

A pedra perdida(HIATUS)Onde histórias criam vida. Descubra agora