Coleção do Caos

Capítulo 2

Notas Iniciais

Bom dia, boa tardem, boa noite!
Mais um capítulo pra vocês nessa quarta-feira gelada haha

Os parágrafos em itálico se tratam de mensagens e comunicações espirituais
[Todas a referências do texto estarão nas notas finais]

Boa leitura, aproveitem!

Capítulo 2

"Há mais alguém aqui"

Disse Mo XuanYu através das cordas da cítara. Com as respirações aceleradas, os servos começaram a transpirar, sem entender o que estava acontecendo de fato e o que o tal fantasma dissera. JingYi e Sizhui se encararam. Como os melhores cultivadores juniores de GusuLan, claro que estariam comandando a missão provisoriamente, apenas sendo acompanhados de longe por Lan WangJi, seu professor. Portanto, diante da possibilidade de problemas acontecerem e os jovens não serem capazes de tomar corretamente as rédeas da situação, Sizhui virou-se a um dos colegas de estudo:

- Chame HanGuangJun. - Um tanto medroso, o jovem saiu do salão. Sizhui se voltou a todos os outros presentes.- Prestem atenção ao que vou dizer agora. Os dois cadáveres, de Mestre Mo e de Jovem Mestre Mo têm mais em comum além da óbvia aparência.- Os criados se agitaram como um grupo de pintinhos famintos.- Em ambos está faltando o braço esquerdo. Vocês sabem dizer qual era a mão dominante dos dois?- Segundos se passaram até que um jovem franzino e que parecia-se mais com uma criança, respondeu:

- Mestre Mo e Jovem Mestre Mo eram destros.- Sua voz também era baixa e ele parecia medroso.

- Tem certeza sobre isso?- JingYi perguntou. O menino assentiu.

- Sou mensageiro, eles escreviam com a mão direita.

- A-Tong... Ele se enforcou com a mão esquerda.- A criada de Madame Mo, aquela que parecia preocupada com A-Tong, comentou, com os olhos arregalados, chocada.

Então Sizhui e JingYi já sabiam que havia algo que tomava os braços esquerdos. JingYi pronunciou:

- Todos, levantem seus braços esquerdos!

Enquanto os juniores se movimentavam para conferir os braços de todos os presentes no cômodo, puderam ouvir e vislumbrar levemente o som e a luz que o sinalizador de GusuLan projetou no céu escuro. Madame Mo ainda estava desmaiada, sentada numa das cadeiras e com a cabeça pendida sobre o próprio ombro. Distraídos, não perceberam os pequenos e ritmados movimentos da mão esquerda da senhora.

Ela levantou-se devagar, sua sombra surgindo pelo chão devido as velas que iluminavam o cômodo. Madame Mo grunhiu algo inaudível e uma de suas servas se virou para ela, deparando-se com um rosto pálido demais, porém o que a assustou não foi a palidez. Seus olhos estavam completamente brancos, não haviam íris ou pupila, a boca estava escancarada, grunhindo repetidamente. De forma súbita, ela ergueu a mão esquerda e avançou sobre a criada.

Num movimento rápido, JingYi atingiu o braço da mulher com sua espada espiritual. Ela cambaleou levemente, mas se recuperou e avançou novamente, dessa vez sobre o junior. Lan JingYi se movimentou para o lado de fora do pavilhão, atraindo Madame Mo para longe dos criados e de seus amigos. Segundos depois, todos os juniores estavam do lado de fora e antes que as portas fossem fechadas com os criados dentro do pavilhão, Wen Sizhui dedilhou uma ordem na cítara de sete cordas. Seus olhos ganharam o mesmo brilho avermelhado de horas antes e ele sussurrou às almas:

"Se levantem."

E os cadáveres de Mestre Mo e Jovem Mestre Mo se ergueram, grunhindo como o corpo de Madame Mo. Eles correram em direção à porta e antes que os criados pudessem fugir do pavilhão, Sizhui fechou a porta por fora.