Não toque em mim

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Ao amanhecer, o clã Uchiha se reuniu para o funeral de Tajima. Os rituais funerários eram rigorosos e deviam ser seguidos por todos os membros do clã, independentemente de seu status. No entanto, Tobirama, que agora se encontrava no coração do território inimigo, se recusou a participar. Ele permaneceu em seu quarto a maior parte do tempo, refletindo sobre a complexidade de sua situação e mal dormiu naquela noite.
Izuna também não conseguira descansar, sua mente preenchida com a presença do Senju sob o mesmo teto. Vendo nisso uma oportunidade de tornar seus sonhos realidade, ele se levantou cedo, tomou um banho, lavou bem o cabelo e se arrumou para visitar o quarto de Tobirama.
No corredor, Izuna encontrou Kagami, que parecia ter tido a mesma ideia. Kagami carregava uma bandeja com comida, claramente destinada a seu mentor. A surpresa de se verem ali, com intenções semelhantes, rapidamente transformou-se em um diálogo cauteloso.

"Izuna," disse Kagami, parando em frente a ele. "Você também veio visitar Tobirama?"

Izuna deu um sorriso tenso. "Sim, pensei em ver como ele estava. E você?"

Kagami levantou a bandeja ligeiramente. "Achei que ele poderia estar com fome. Sabe, é importante cuidar bem dele agora que está aqui."

Os olhos de Izuna estreitaram-se levemente, mas ele manteve um tom leve. "É verdade. E você sempre foi atencioso, Kagami. Acho que Tobirama apreciará isso."

Kagami deu de ombros, tentando parecer casual. "Ele sempre foi um bom mentor. Quero mostrar a ele que estou ao seu lado, mesmo agora."

Izuna assentiu, um pouco desconfiado, mas sem mostrar. "Entendo. E você já pensou em como ele pode estar se sentindo? Digo, sendo um Senju aqui entre nós Uchihas?"

Kagami suspirou, a bandeja ainda firme em suas mãos. "Sim, é complicado. Mas ele é forte. E você, Izuna? Como está lidando com isso?"

Izuna desviou o olhar por um momento, suas próprias emoções borbulhando sob a superfície. "É... complicado. Mas acho que devemos mostrar apoio, mesmo que ele não peça."

Os dois jovens trocaram olhares por um instante, cada um ponderando as verdadeiras intenções do outro. Finalmente, Izuna quebrou o silêncio.

"Bem, não vamos deixá-lo esperando. Vou ver se ele precisa de algo também."

Kagami assentiu. "Sim, vamos. Mas lembre-se, Izuna, Tobirama está aqui agora. Precisamos garantir que ele se sinta... bem-vindo."

Os dois seguiram pelo corredor até o quarto de Tobirama, cada um com seus próprios pensamentos e intenções. Ao chegarem à porta, Kagami bateu suavemente.

"Tobirama, sou eu, Kagami. Trouxe algo para você comer."

A voz de Tobirama soou do outro lado da porta, cansada mas firme. "Entre."

Kagami abriu a porta e entrou, seguido de perto por Izuna. Tobirama estava sentado na cama, o olhar sério e cansado. Ele ergueu uma sobrancelha ao ver os dois juntos, mas não disse nada.

Kagami colocou a bandeja na mesa ao lado do futon. "Trouxe um pouco de comida. Pensei que poderia estar com fome."

Tobirama assentiu, um leve sinal de agradecimento em seus olhos. "Obrigado, Kagami. Eu realmente precisava disso."

Izuna se aproximou, tentando manter a compostura. "Espero que tenha dormido um pouco. Sei que deve estar sendo difícil."

Tobirama soltou um suspiro. "Dormir não foi exatamente fácil. Mas estou bem."

Os três ficaram em silêncio por um momento, a tensão no ar perceptível. Kagami e Izuna trocavam olhares discretos, cada um ainda tentando entender as intenções do outro.

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