Capítulo 2 - Carma

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A ruiva permanecia com seus pensamentos presos na cena da noite anterior, o horror reinava em sua feição. Não conseguia prestar atenção na aula por mais que se esforçasse muito, e os murmúrios com seu nome se espalhavam atrás de sua carteira. Ela até pensou em virar se para trás e tirar as devidas satisfações, mas seu pescoço não ousava mexer um músculo sequer, pois sabia que atrás dela, observando cada respiração sua, Kureiji a encarava com aquele olhar morto de sempre.
Por mais que já tenha tomado vários banhos desde ontem a noite, ela ainda sentia o cheiro de sangue vindo de suas mãos, e a junção disso com seu sono desregulado, causava a ela náuseas e tontura.
Até que o som do sinal a trás volta à realidade. Olhando para cima, ela dá de cara com Kureiji que está encarando-a com o mesmo rosto da noite anterior. Seu olhar causa falta de ar em Hilana.
-A gente pode conversar sobre ontem? Podemos ir lá fora se preferir.
Hilana se levanta e acompanha a menina até o lado de fora. Pelos corredores, ela agradece profundamente o fato de todos estarem tendo aula e não verem essa cena. O que seria dela se alguém visse ela andando com a esquisita da escola?
Já do lado de fora, ela se escora no muro, observando Kureiji que a encarava de volta com as mãos para trás como se segurasse algo.
-Você acredita em carma Hilana? Você não acha que as suas ações possam voltar pior para você? - Hilana sente um arrepio que a faz olhar para as mãos de Kureiji, que agora revelavam um taco de baseball que parecia ter alguns espinhos - Você deveria se preocupar em ser uma pessoa melhor.
Antes de poder fazer qualquer coisa, Hilana é acertada na cabeça, desmaiando no gramado da escola.

Ao acordar, a dor de cabeça e a sensação do cérebro latejando eram insuportáveis. Ela olha em volta e tudo o que sua visão alcança é uma sala branca com algumas manchas nas paredes e chão, que emitiam um cheiro de podridão, como se algo tivesse morrido dentro das paredes. Um cheiro forte de cinzas também tomavam conta do ambiente. Quando de repente, uma outra dor toma conta de seu corpo.
Ela sente seus pulsos queimando como se suas mãos estivessem soterradas em lava fervente. Ela olha para suas costas e vê que amarrando seus braços, tem uma corrente grande de aço escaldante que por estar tão quente e apertada, abriu um buraco que chegava às camadas profundas de sua pele, fazendo ela sentir suas veias saltarem e seu osso derreter. Ela olha em volta mais um pouco para ver se acha alguma coisa que possa usar para se libertar, mas na sala, está apenas uma cadeira onde Kureiji se encontrava.
-Você é intrigante. Mesmo com os pulsos há 200 graus celsius, você não soltou um ruído de dor. Isso vai ser mais divertido do que eu pensava! -O eco de sua voz, faz o coração de Hilana palpitar mais depressa pela mistura de medo com raiva e pela sensação de quase morte. -Fica tranquila, ninguém irá sentir sua falta, você é desprezível até para suas amigas. Eu andei conversando com suas vítimas. Não foi fácil achar 217 pessoas, e ainda faltou o Tom.
Hilana se lembrava muito bem de todas essas pessoas, e ao ouvir o nome de Tom, ela sentiu vontade de rir.
-Você não é a primeira que me ameaça, e não vai se tornar especial por isso. Você quer mesmo falar do fracote do Thomas? O gayzinho que não aguentou umas brincadeirinhas e se matou? Se você sente pena dele, você é tão idiota quanto ele.
A cara de Kureiji rapidamente se fechou.
- Você vai sofrer em dobro tudo oq vc fez. Que os Deuses tenham piedade de sua alma. Porque eu não vou ter.
Ela se levanta e sai da sala sem conceder um único olhar ou suspiro para Hilana, cujo os braços permaneciam em chamas. Ao ficar sozinha na sala, ela cede a postura e deixa escorrer pelo seu rosto, uma mísera lágrima de dor. Seu corpo treme pelo ar gélido da sala misturado com a ardência de sua pele sendo queimada. Ela promete a si mesma, que não importa o tamanho de seu sofrimento, ela nunca abaixaria a cabeça para uma esquisita qualquer.
A dor lancinante em seus pulsos e a tontura pela pancada, fazem ela desmaiar novamente no chão frio da sala. Kureiji, que observava tudo pelo vidro da sala com olhos frios e determinados, havia anotado cautelosamente todos os males que a ruiva havia feito com outras pessoas. Ela vai pagar. A única certeza que as duas tinham em comum, era que Kureiji não iria ter pena alguma ao acabar com os limitados rastros da vida de Hilana.

非常に単純な小さな出来事が、圧倒的な予期せぬ影響を生み出す可能性があります。トムは悪魔に貧しい人生を奪われました。しかし、この悪魔は最も強力な神ですら止められない強さを知るでしょう。カルマは誰にでも訪れます。

O carma de HilanaOnde histórias criam vida. Descubra agora