Pai solo por três dias - Kelmiro/part II

157 15 1
                                    

Ver a filha chorando com tanto desespero quase fez com que Ramiro também quisesse chorar mas precisava ser forte para socorrer a menina e entender o que aconteceu. Pega a bebê com cuidado no colo começando a nina-la devagar.

- O que aconteceu ein princesa ? Shiii tudo bem o papai tá aqui, chora não.

Tentava colocar o desespero escondido dentro de si e não deixar que ele tomasse conta no momento pois sua filha precisava dele. Um dos maiores medos de Ramiro sempre foi pensar em ver suas meninas sofrendo, não achava justo ver duas pessoas tão pequenas e inocentes sentindo alguma dor ou passando por algo ruim.

- Eu ouvi um tombo papai, quando levantei a Teté tava no chão chorando, eu tentei acalmar ela eu juro mas ela não conseguia parar de chorar - Lili falava já chorando, não suportava ver a irmã chorar, sofrer, sentir dor, sempre quer proteger ela de tudo e todos.

- Ei pequetita tudo bem, ela vai ficar bem tá bom ? Você pode ajudar o papai agora ?

A menina concorda enxugando o rosto fazendo o que o pai pede, pegando uma bolsa e colocando coisas dentro que Ramiro mandava.

- ...e duas fraldas, uma roupinha quentinha e a chupeta... Shiii tudo bem - ninava Esther devagar, a mão fazendo carinho nas costas da menina afim de acalma-la.

Troca a roupa das duas e as leva para o carro junto com a bolsa. Da cadeirinha Lilian tentava acalmar a irmã segurando sua mão e cantando as músicas que Kelvin costuma cantar para elas antes de dormir ou conversando enquanto fazia carinho no rostinho dela. Ramiro respirava fundo enquanto contava de um a cinco como o marido o ensinou a fazer caso tivesse uma crise ansiosa longe dele.

- Tamo chegando viu, vai ficar tudo bem.

Para o carro em frente ao hospital, se apressa em pegar as meninas, a bolsa e correr pra dentro, haviam poucas pessoas que não aparentavam ter nada grave então não demora para Esther ser atendida. Ramiro ajuda a segurar a filha na maca, Lilian fica sentada em uma cadeira, apreensiva de ver a irmã chorando.

- Ela não conseguia parar de chorar eu fiquei com medo doutor...

- Tudo bem Ramiro, eu entendo o seu desespero mas ela está bem o choro foi pelo susto e por ter batido o joelho que está avermelhado - diz olhando pela segunda vez algum sinal de lesão ou machucado - Não há sinal de nada grave, ela vomitou após a queda ?

- Não - Lilian responde.

- Certo, vou passar uma pomada para ser utilizada no local. Sugiro que troquem o berço por uma cama no chão para não haver riscos de acontecer novamente mas ela não deve dormir sozinha pelo menos por uns dias para que observem como ela está.

- Ela vai ficar bem ? - pede Lili.

- Vai sim, ela tem sorte de ter uma irmã tão corajosa e protetora como você viu - diz o doutor.

- Ela é mesmo viu doutor, é a melhor irmã do mundo pra pequetita aqui - pega a bebê no colo, vai até a mais velha e senta ao lado colocando as duas no colo enquanto Carlos escreve a receita.

No caminho de volta Ramiro compra a pomada, em casa coloca as meninas na própria cama após passar a cuidar do joelho da filha que já não chorava como antes. Pegou um dos livros a pedido de Lilian e começou a ler até elas pegarem no sono, aproveitou para se afastar de fininho ir até um cantinho do quarto e chorar baixinho sentindo culpa, medo, pensando no que Kelvin iria achar por ele ter deixado que algo acontecesse com uma das meninas.

- Pai - a voz sonolenta de Lili o assusta, enxuga rápido o rosto e engole o choro para a menina não notar.

- Oi fia, precisa de alguma coisa ?

One shots Kelmiro/Dimaury/Lorentins Onde histórias criam vida. Descubra agora