capítulo 1: reencontro

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O sol nascente invadia o quarto antes escuro, forçando o garoto de cabelos pretos a levantar. Aparentemente, seria um dia muito bonito. Bem, não para Max. Ele havia acordado com uma puta ressaca. Não poderia culpar ninguém além de si mesmo; ninguém mandou ele se embebedar em um domingo à noite. Para ser sincero, não achava que havia acordado com o sol batendo em seu rosto, mas sim com o barulho de seus vizinhos. Graças a eles, além de estar de ressaca, não dormiu direito, o que só o fazia ficar mais mal-humorado.

- Que merda, por que não alugam um motel pra fazer isso? - Max murmurou, tentando abafar o som cobrindo os ouvidos com um travesseiro, sem sucesso.

Já aceitando que teria que ouvir aquilo até sair de seu apartamento, ele verificou o horário em seu celular: 7:28. De qualquer maneira, não ouviria aquilo por muito mais tempo.

Odiava seu trabalho, mas a grana que lhe davam era boa, então não reclamava. Às vezes, se perguntava como tinha acabado assim. Quando foi que ele acabou em um apartamento barato e sujo, num emprego ruim, indo para festas sempre que podia? Talvez se tivesse concluído a faculdade, não estaria assim.

Seus amigos, felizmente, não tiveram o mesmo azar. Bobby foi morar em um apartamento perto do emprego que, diferente do dele, era bom, e PJ foi morar junto com sua namorada. Ele fora o único que ficou para trás.

...

- Bom dia, Max! - a moça da recepção falou em um tom alegre.

- Bom dia, Eliza. - Max colocou sua bolsa em seu armário e em seguida trancou-o.

- Você está de ressaca de novo? - Eliza levou seus dedos aos olhos para coçá-los. - Max, quantas vezes eu vou ter que te dizer a mesma coisa? Você tem que começar a ter responsabilidade. Se continuar assim, não vai demorar muito para ser demitido. - Ela parou e o encarou com um olhar de pena. - Você sabe que não posso te acobertar para sempre, você precisa ter mais compromisso com o que é realmente importante.

Eliza era uma jovem bonita, de pele negra e cabelos cacheados que chegavam até a cintura. Ela normalmente encobria Max. Ele a via como uma amiga.

- Desculpe, eu perdi o controle ontem. - Eliza apenas bufou.

- Apenas desculpas não ajudam, Max! Você pode não só acabar com o seu emprego, mas também com o meu. - Ela começou a arrumar alguns papéis.

- Isso não vai mais acontec... - Eliza o interrompeu.

- Você poderia ter ido para essas suas festas dar uma de adolescente rebelde, tomar todas e transar com qualquer um outro dia, mas você escolheu justo antes dos proprietários chegarem. - Ela parou de arrumar a papelada e o olhou. - Você é muito esperto, hein?

- Proprietários? - Max a olhou com uma expressão surpresa.

- O quê? Você não vai dizer que esqueceu, né? Puta que pariu, Max, mais isso? Você...

Max não estava prestando atenção. Como ele pôde esquecer de algo tão crucial? Para falar a verdade, ele nunca conheceu seus superiores, sequer sabia quem eram, o que o deixava ainda mais ansioso.

- MAX. - Eliza gritou, fazendo Max se assustar.

- Desculpa, o que você disse?

- Você pode pelo menos fingir que está me ouvindo? - Suspira. - Deixe pra lá, apenas apresse o seu trabalho, não demora muito para eles chegarem.

Max apenas vai à sala onde estão os materiais de limpeza. Ele suspira, esfregando as têmporas na tentativa de aliviar a dor de cabeça. Pegou o carrinho de limpeza e começou seu trabalho, tentando ignorar a dor latejante em sua cabeça.

Unexpected EncounterOnde histórias criam vida. Descubra agora