capítulo 6: ressaca

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A luz da manhã filtrava-se pela janela do quarto, iluminando os traços de Max enquanto ele despertava lentamente. A cabeça latejava, e a lembrança da noite anterior era como uma névoa. Ele se virou para o lado, apenas para encontrar Bradley ainda dormindo ali, com a boca ligeiramente aberta e uma expressão de serenidade no rosto.

Max deu um sorriso bobo ao ver o rapaz, mas logo a realidade do que aconteceu na noite anterior voltou à sua mente. O que eles tinham feito? Ele se sentou na cama, passando a mão pelos cabelos desgrenhados, tentando processar a situação. Bradley e ele nunca se deram bem, então como ele foi parar na sua cama?

- Merda... - murmurou, levando as mãos ao rosto. O quê aconteceu na noite passada?

Sentindo um peso no estômago, Max decidiu que precisava de um copo de água. Ele se levantou cuidadosamente, tentando não fazer barulho para não acordar Bradley, vestindo qualquer coisa que encontrou na pilha de roupas que estava em cima de sua escrivaninha. Ao sair do quarto, tentava se lembrar do que haviam feito. Era óbvio o que fizeram, ele sabia disso, mas como chegaram lá? Era a única coisa que Max conseguia pensar.

Na cozinha, Max encheu um copo de água e começou a beber, quando ouviu passos um tanto quanto apressados atrás de si. Ele se virou e viu Bradley, que estava agora vestido, abotoando a camiseta amassada e se dirigindo à porta, como se estivesse tentando evitar qualquer contato com Max.

- Onde você vai? - Max perguntou, a voz um pouco mais alta do que pretendia.

Bradley hesitou, os olhos mirando o chão, mas logo ergueu a cabeça, com uma expressão que Max não conseguia decifrar.

- Embora. A última coisa que quero é ver sua fuça! - A resposta foi curta e grossa.

- Sério? - Max indagou, largando o copo na pia, cruzando os braços e arqueando uma sobrancelha.

Bradley parou com a mão na maçaneta, olhando para Max com uma mistura de irritação e algo mais... talvez vergonha? Não sabia ao certo. O silêncio pairou entre os dois por um breve momento, e Max não conseguiu evitar uma troca de olhares com Bradley. O que não durou muito, porque Bradley logo se voltou novamente para abotoar a camisa, parecendo mais interessado em fugir da situação do que em enfrentá-la.

- Se você não quer falar sobre isso, tudo bem - Continuou tentando adotar um tom mais leve.- Mas não podemos apenas fingir que nada aconteceu. A gente estava bêbado, lembra? Não foi nada planejado. Não é como se quiséssemos isso.

Mentira. Fingir que não queria aquilo era uma puta mentira. Talvez quisesse transar com Bradley desde a faculdade, só nunca tinha admitido.

Bradley parou novamente e lançou um olhar fulminante para Max. O contraste entre a irritação nos olhos dele e a leveza da manhã era quase cômico.

- "Nada planejado"? - ele repetiu, como se as palavras estivessem queimando sua língua. - Foi uma noite de merda, Max!

Max deu uma risada. Não imaginava que Bradley fosse tão boca suja quando irritado.

- Você não precisa ser tão dramático. - Max se inclinou contra a bancada da cozinha, lançando-o um sorriso furtivo.

- Ah, ótimo! - Bradley exclamou frustrado. - Eu não posso acreditar que estou tendo essa conversa com, com você!

Max olhou para Bradley, percebendo a frustração clara em seu rosto. Na verdade, ele também não sabia como agir. A tensão entre eles era palpável, mas a ideia de uma briga ou uma conversa séria parecia exagerada, especialmente considerando o estado em que estavam. A melhor solução seria provocar Bradley. Aquilo sempre era divertido.

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⏰ Última atualização: Oct 24 ⏰

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