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─ Mamãe, olha! Eu tô soltando água pelo dedo!

─ Sua individualidade!

Individualidades, a única maneira de você ser alguém, de ser lembrado.
Desde pequenos nossos pais esperam pela aparição delas, por mais mínimas que sejam.
Desde os meus cinco anos eu tenho a minha individualidade. Chegou um ano atrasada, mas veio.
Minha mãe e eu não tínhamos muitas condições financeiras. Eu estudava em uma escola pouco lembrada do Japão.
Meu sonho desde pequena sempre foi estudar na u.a., mas com base na minha escola, as chances eram baixas, mas não impossíveis.
Eu lembro daquele dia como se fosse ontem. A excitação de descobrir minha individualidade contrastava com a preocupação no olhar da minha mãe. Ela sabia o quanto eu queria ser uma heroína e quanto isso significava para mim. A partir daquele momento, comecei a treinar. Nas manhãs, antes da escola, eu praticava controlar a água, moldando-a em diferentes formas e tentando aumentar minha precisão. Às vezes, meus três irmãos mais novos se juntavam a mim, tornando os treinos mais divertidos. Eles adoravam brincar com as pequenas esculturas de água que eu conseguia criar, e suas risadas me motivavam a melhorar.
Apesar das dificuldades financeiras, minha mãe fez tudo o que podia para me apoiar. Ela trabalhava longas horas e economizava cada centavo para garantir que eu tivesse o necessário para continuar meus estudos e treinos. Eu sabia que precisava retribuir de alguma forma, e a única maneira de fazer isso era sendo aceita na U.A. e me tornando uma heroína de verdade. O tempo passou rapidamente e, aos poucos, minha habilidade com a hidrocinese se tornou mais refinada. Eu podia controlar volumes maiores de água e executar movimentos mais complexos. No entanto, a insegurança sobre o meu futuro na U.A. ainda pairava sobre mim. Eu sabia que a competição seria feroz e que muitos dos candidatos viriam de escolas renomadas e famílias ricas. Mas eu também sabia que desistir não era uma opção. Cada gota de suor derramada, cada noite de sono sacrificada, tudo isso valeria a pena. Eu acreditava na força dos meus sonhos e na determinação que minha mãe havia posto em mim.

─ Caramba! Death Arms, Backdraft e Kamui Woods! - Naomi falou enquanto segui caminho para a escola.

Ver heróis pelas ruas não é algo impressionante para Naomi, já havia até virado rotina.
Estudar em uma escola cmde pessoas normais era um tédio, e isso Naomi dizia com todas as letras. Não pode usar suas individualidades era tão entediante.
Naomi suspirou enquanto caminhava pelos corredores da escola. A monotonia das aulas e a proibição de usar individualidades tornavam os dias arrastados. Ela sentia-se presa, incapaz de mostrar seu verdadeiro potencial. Naqueles momentos, sua mente vagava para a U.A., imaginando como seria estar entre os melhores, onde poderia treinar livremente e ser desafiada a cada dia.

─ Ei, Naomi, não fique tão perdida em seus pensamentos! - disse Kaito, um de seus poucos amigos na escola.

─ Sei que você sonha com a U.A., mas lembre-se de que cada passo que você der aqui é importante para chegar lá.

Kaito sempre tentava animá-la, mesmo sabendo que ele próprio não possuía uma individualidade.
A amizade deles era baseada em apoio mútuo e sonhos compartilhados, ainda que diferentes.
Naomi sorriu, grata pela companhia dele.

─ Obrigada, Kaito. Você tem razão.

Naomi sabia que, apesar das dificuldades e da rotina entediante, cada dia a aproximava um pouco mais de seu objetivo. E enquanto houvesse esperança, ela continuaria a lutar, determinada a fazer seu sonho se tornar realidade.

My cute boy - Izuko MidoriyaOnde histórias criam vida. Descubra agora