Capítulo 8

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EU FARIA TUDO PRA PODER PASSAR O DIA TODO NA CAMA,deitada embaixo desse cobertor pesado e com esse vento fresco entrando pela janela.

Não sei de onde eu vim, mas sem dúvidas esse tem sido o meu momento favorito do dia, o frio da manhã.

Mas não demorei a me levantar, logo fui ao banheiro onde tentei melhorar minha aparência com um banho quente e fiz o que precisava fazer para parecer mais apresentável.

As roupas que Emily trouxe pra mim tem se ajustado bem e parecem combinar comigo.

— Bom dia — Desejei, passando pela mulher que sorriu em minha direção enquanto lia um jornal sentada tranquilamente ao lado de uma xícara quente — Bom dia, Sam — Desejei a ele também, o homem parecia concentrado em preparar um omelete enquanto vez ou outra levantava seu olhar para a noiva.

É boa a sensação de ver o quanto eles são apaixonados, me faz sentir bem por algum motivo que não posso explicar.

— Bom dia — Ele me respondeu de uma maneira simples — Omelete com bacon?— Assenti feliz por ele ter oferecido, mesmo querendo eu não teria coragem de pedir.

— Obrigada — Agradeci quando um prato me foi entregue, com cuidado o levei até mesa onde me sentei ao lado de Emily.

Comecei a comer tranquilamente com a mente vazia de pensamentos, mas me distraí quando paul passou pela porta e em passos decididos foi até Sam cochichando algo em seus ouvidos que atraiu atenção do homem no mesmo momento.

— Aconteceu alguma coisa?— Emily perguntou a ele quando ele desligou o fogo e serviu um prato rapidamente, antes de deixá-lo na mesa na frente dela.

— Eu volto logo — Avisou saindo logo em seguida.

Paul não o seguiu, mas Emily pareceu chateada, então pegou o prato e foi direto para o seu quarto.

Paul sentou no lugar antes ocupado por ela e arrastou a cadeira mais para o meu lado, ele tirou o garfo de minha mão e o levou aos lábios.

Observei seu movimento reparando nos detalhes, como os lábios dele se moviam devagar e pareciam macios.

— Gostou?— Perguntei vendo ele repetir o movimento, apoiei meu rosto na mão sem tirar os olhos dele.

— Nunca imaginei que veria o Sam fazendo omelete pra alguém além da Emily.

— É, ele é muito atencioso ao fazer isso. Acha que a Emily está bem? Ela pareceu se chatear.

— Assim que o Sam voltar, ela vai ficar, eles são como um só, então agem como se faltasse um pedaço quando estão longe.

— Parece um amor muito forte — Fiz uma observação pensando que de fato Emily sempre fica mais distante quando Sam não está, como se de fato faltasse a parte mais importante dela — Você já se sentiu assim?

Paul colocou o garfo de volta no meu prato e coçou a garganta desviando os olhos dos meus.

— É complicado.

— Alguém partiu o que seu coração?

— Que tipo de pergunta é essa?

— Você reagiu sobre a pergunta.

— Quando foi que você começou a falar tanto?— Levantei os ombros sem saber, talvez seja o efeito das manhas frias.

— Me sinto à vontade em falar com você, só não me pergunte o porquê — Sem jeito comi uma garfada do omelete e em seguida o peguei mais um pouco estendendo na direção de Paul.

Vi seus lábios se abrirem em minha direção enquanto segurava aquele garfo, novamente os detalhes, as mastigadas confiantes, os lábios macios e chamativos. Os olhos presos nos meus.

— Vocês são nojentos — Ouvi a voz de Embry fazendo nosso olhar se afastar, voltei o garfo para o prato antes de olhar em sua direção — Sam tá chamando — Disse ao Paul que se levantou no mesmo momento e se virou ainda esperando na porta.

Paul se apoiou sobre a cadeira que estou sentada e ficou mais próximo de mim.

Ele abriu a boca como se quisesse dizer algo, mas no fim não disse nada, apenas se afastou e foi embora.

Eleonora - Paul LahoteOnde histórias criam vida. Descubra agora