Cassie soltou o ar que nem sabia que estava prendendo e respirou fundo ao entrar na limousine preta, como se finalmente sentisse ar fresco. Ela se acomodou no banco de couro enquanto Chuck dava instruções para o motorista, antes que o carro arrancasse em direção ao hotel.
Durante a maior parte do trajeto, eles ficaram em um silêncio desconfortável. Chuck, mais uma vez, tragava seu cigarro. Mas ela resolveu quebrar o gelo.
- Então... pode me dizer como soube que eu estava voltando?
Chuck deu um sorriso torto. - Eu sempre sou o primeiro a saber de tudo, Cassie. Especialmente quando você aparece publicamente naquelas revistas de fofoca irritantes. Você deveria ter me ligado... - seu sorriso sumiu.
- Eu não sabia se queria voltar para casa tão cedo... voltar para o hotel, ver o papai. Mas você veio, praticamente me obrigando a fazer a escolha sem nem mesmo pensar se eu queria ou não, - disse ela, abaixando os olhos e mexendo os dedos, uma mania feia que tinha desde criança.
- Mas poderia pelo menos ter me mandado um "Oi, irmão, depois de três anos estou voltando para Nova York e tals...", - ele ironizou, apagando o cigarro em um cinzeiro ao lado do porta-copos em seu banco.
Ela não insistiu e o silêncio continuou.
Chegando ao imponente prédio dos Bass, Cassandra olhou para a fachada do famoso Empire Hotel, que seu pai, Bart Bass, comprou, - uma parte icônica de Manhattan.
Eles entraram no elevador de mármore, lado a lado, com Chuck, e Daniel atrás com suas malas. Cassie podia sentir os olhares curiosos sobre si. Provavelmente os rumores já estariam se espalhando pela elite de New York City.
Parado na porta entreaberta da suíte de Cassie, Chuck disse: - Por algum motivo achei que você não quisesse ficar na nossa suíte... ahh, claro foi você mesma que disse... então, bem-vinda de volta, eu acho. - Ele sussurrou a última parte.
Cassandra suspirou quando ele saiu, olhando para suas malas no chão ao lado do sofá bege. Ela andou até elas, sentou-se e pegou a menor, colocando-a no colo e abrindo o zíper barulhento, torcendo para não ter quebrado nada na viagem - o que era bem difícil.
Ela jogou suas roupas de lado, sobre o sofá, boa parte caindo no chão. Roupas que pelo jeito ela fez questão de trazer nas TRÊS malas - que por alto, quase não fecharam -, mas parecia que não ligava enquanto procurava seu globo de neve. - Ufa, estava inteiro, - pensou, balançando-o enquanto a neve por dentro voltava a cair. Podia parecer infantil, mas era uma pequena lembrança que ela realmente amava.
Três anos atrás...
O inverno estava chegando ao fim, mas o frio ainda persistia em Nova York. A neve, agora derretida, formava poças de água gelada no chão. Cassandra, com catorze anos na época, desceu do carro que a levou até o parque onde costumava se encontrar com Nathaniel. Envolta em um casaco grosso, ela tentava se proteger do vento frio que cortava sua pele pálida.
Enquanto caminhava em direção ao banco no centro do parque, notava que o local, que durante os meses de neve era um lugar mágico e branco, agora estava se transformando, com manchas de verde começando a aparecer.
Cassie chegou ao banco e se sentou, olhando ao redor e se lembrando das inúmeras vezes que esteve no mesmo lugar. O local trazia uma sensação de nostalgia e tristeza. Ela sabia que aquela seria a última vez que estaria ali por um bom tempo. Seu coração estava pesado com a decisão que havia tomado para si mesma.
Poucos minutos depois, Nate apareceu no horizonte, caminhando em direção a ela. Ele também estava agasalhado, com um olhar abatido. Ao se aproximar, sentou-se ao lado dela no banco, sem dizer uma palavra de imediato.
Finalmente, Nate quebrou o silêncio. - Então, você está mesmo indo embora? - Sua voz estava trêmula enquanto a encarava, carregando uma pitada de ansiedade, rezando para que fosse apenas mais uma fofoca.
Cassie abaixou os olhos, incapaz de encará-lo diretamente. - Sim, Nate. Vou para um internato na Espanha. Meu pai acha que é o melhor para mim. - Ela não mencionou os motivos reais, as tensões e pressões que a estavam levando para longe.
Nate respirou fundo, ainda tentando processar a notícia de que sua melhor amiga estava indo embora. - Por que tão longe, Cassie? Por que não pode ficar aqui? Há algo que eu possa fazer...? - sua voz ia sumindo.
Ela balançou a cabeça lentamente. - Não é algo que você possa mudar, Nate. Preciso disso, de alguma forma.
Nate ficou em silêncio por um momento antes de tirar uma pequena caixa de presente que estava escondida em seu casaco. Ele a entregou a Cassie, que olhou surpresa para o pacote. - O que é isso?
- Um presente de despedida. Ia te dar no seu aniversário, mas... - Ele parou com um sorriso melancólico, já que ela não estaria mais ali no dia do seu aniversário. - Quero que você se lembre de mim, de nós... mesmo estando tão longe.
Cassie abriu a caixa com cuidado e tirou de dentro um globo de neve. Dentro do globo, uma miniatura de Nova York, com a neve caindo suavemente sobre os arranha-céus brilhantes. Ela segurou o globo nas mãos, os olhos brilhando como os de uma criança vendo um brinquedo novo.
- É lindo, Nathaniel. Obrigada, - disse ela, com a voz embargada.
Nate colocou um braço ao redor dela, puxando-a para um abraço apertado. - Vou sentir sua falta, Cassandra. Mais do que você imagina.
₲ossip Girl, XOXO💋.
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Double trouble - Gossip Girl
Teen FictionAs emoções e escândalos da elite de Manhattan estão prestes a ficar duas vezes mais emocionantes. Cassandra "Cassie" Bass voltou para Nova York depois de anos longe. Como irmã gêmea do notório bad boy Chuck Bass, Cassie sabe como criar problemas. Ma...