- O3 - CASA

61 10 2
                                    

A chuva trazia consigo uma nova sensação

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

A chuva trazia consigo uma nova sensação.

Os pés de Nate batiam contra a terra fofa de modo tão leve que podia jurar que não estavam tocando o solo, e sobre sua face que esbanjava um sorriso de pura satisfação, as gotículas de chuva que caíam intensamente não causavam desconforto. Não havia esforço para correr, era tão natural quanto viver, então não demorou absolutamente nada para descobrir que aquele corpo não se cansava — ele nunca iria ficar exausto. Ao seu lado, Edward o acompanhava sem qualquer dificuldade, enquanto seguiam por um caminho brumoso entre os pinheiros.

A sombra dos outros vampiros tinha desaparecido há algum tempo. Na verdade, Nathaniel apenas se guiava pelo perfume adocicado que percorria toda a trilha descendo a campina. Um pequeno riacho soava ruidoso ao lado, revelando a continuidade da floresta em sua margem oposta. Em um ponto mais distante, o mesmo riacho fazia uma curva sinuosa para a direita, e quando chegaram próximos da água, eles saltaram.

Desprender-se do chão em meio à corrida era como voar sem a necessidade de asas. Nate abriu um sorriso despreocupado e alegre, querendo saber se era daquela maneira que os pássaros se sentiam quando voavam. Todavia, a gravidade era uma força que não podia ser vencida por métodos ortodoxos, então seus pés tocaram novamente o solo. E eles continuaram a correr.

A escuridão da floresta não cedia, porém não era um empecilho para sua excelente visão. Depois de alguns quilômetros, estavam em uma campina pequena, como o gramado de um jardim. Montando guarda, irresolutos, seis cedros centenários e frondosos recobriam cada hectare com seus longos ramos. As árvores lançavam suas sombras protetoras nas paredes da casa que se erguia entre elas, tornando obsoleta a varanda larga que contornava o primeiro andar. No entanto, ainda que tivesse uma edificação antiquada, Nathaniel descobriu que gostava.

A casa era atemporal, graciosa, e devia ter algumas décadas. Era pintada de um branco suave e desbotado. Três andares erguiam-se ao tentar atingir a altura das árvores frondosas, sem sucesso. Era retangular e proporcional. As janelas e as portas ou faziam parte da estrutura original, ou eram uma restauração perfeita. Nathaniel vislumbrou-a com admiração, os lábios entreabertos enquanto encarava a imponência da moradia daquela família — e seu coração ficou levemente pesado.

"Será que, quando humano, tive uma casa?", ele pensou, desejoso.

— Você gostou? — A voz clara e doce de Esme chamou sua atenção.

Ela estava em pé na varanda, as mãos tocando com suavidade a mureta e um sorriso estonteante se abriu em sua sublime feição, ansiosa pela resposta.

Nate demorou para encontrar uma palavra correta que pudesse expressar a verdadeira essência do que sentia naquele momento. Inúmeros verbetes floreavam sua memória desgastada das palavras que conhecia e outras tão estranhas que achava que nem existiam, porém, apenas uma parecia revelar a totalidade do que sentia.

• 𝐅𝐑𝐀𝐆𝐌𝐄𝐍𝐓𝐒 || edward cullenOnde histórias criam vida. Descubra agora