Reforços (Pr.F)

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OBS: Infelizmente tenho uma sessão agora e postei o capítulo rápido! Irei revisar mais tarde, qualquer erro de digitação, peço desculpas!

(Ouvir "Chamado da Tinta" para ler, caso queira seguir as recomendações da autora)

Lapsos de memória às vezes vem por um bom motivo. Seu cérebro te protege de memórias que um ser humano não devia suportar.

Talvez, esquecer da sua tarde de domingo não seja grande coisa. Porém, em um dia traumático, isso pode significar salvação.

Aquele tinha sido um dia difícil. E os dias após ele também. Você se lembra de chegar em casa após um dia de trabalho. Sua cabeça aérea, todos os pensamentos voltados para o acontecimento.

Era uma noite mais fria que a normal. E sua ansiedade dizia que algo iria acontecer, mas seu pensamento mais racional lhe avisava que estava tudo bem, isso era só uma impressão causada por filmes de mistérios clichê que você via quando menor na televisão.

Pegando sua bolsa, você entrou no carro e deu partida. Não era seu maior desejo dirigir em uma noite de frio. O vento batendo na janela, aquele sentimento ruim apertando seu peito.

Você não sabia como o dia ia prosseguir amanhã. Desde o que descobriu naquela noite, nada mais foi o mesmo.

Não sabia como enfrentaria sua nova vida, a realidade, seu noivo. A pessoa que você mais confiava, com seu nome envolvido nos experimentos de um grupo de estudantes inconsequentes.

Vocês tinham um apartamento juntos. Uma vida. Seus pais o conheciam, passaram a faculdade toda como chicletes e como uma tempestade não prevista, tudo desabou.

Um site não confiável a levou até investigações por todo o setor da faculdade. Que a levaram até aquele momento.

Seu coração disparou, quase saindo pela boca. Não conseguiria ir para casa e enfrentar toda a situação novamente. Enfrentar ele.

Parando de modo violento, você virou o carro e voltou até a escola. Sua bolsa permaneceu no carro e com a lanterna do celular, subiu as escadas.

Os pés batendo ao chão, a única pessoa ainda naquele prédio. Seu olhar bateu no mapa da parede. A lanterna do celular a ajudou, apontando para as salas que você já conhecia muito bem. Apontando para a biblioteca.

Com a respiração pesada, você seguiu até o local já conhecido. Seguindo até a parede mais próxima, você já sabia o que fazer. Você sabia o que o site dizia, o que o fórum explicava, o que o relato do zelador dizia.

Seus pés tremeram com suas pernas, vendo a parede se abrir em uma porta. Descendo lentamente com a lanterna, você não sabia exatamente onde estava indo nem o que esperar. Mas seus instintos diziam que aquilo era o certo.

O local era uma sala abandonada. Nada mais do que um atalho até o porão da faculdade. Salas vazias ou cheias de móveis parados e empoeirados.

Olhando ao redor, as paredes pareciam sujas, sangue seco, ambiente medonho. Seus olhos congelaram. Os boatos eram reais. Seu noivo realmente estava envolvido nisso tudo.

Os pedaços de serras ao chão, ensanguentados. Ambiente insalubre para uma faculdade. Como um universo paralelo acontecendo ali, debaixo de seus pés. Andando pelo local, seus passos faziam eco. O silêncio ensurdecedor, amedrontador. Até aquele som.

(Ouvir "Enpap" para ler, caso queira seguir as recomendações da autora)

Quando crianças, nós imaginamos os sons que animais grotescos e monstros assustadores faziam embaixo de nossas camas. Mas aquele, não estava embaixo de sua cama como uma imaginação fértil gerada pelo medo. Ele estava em sua frente, correndo em sua direção.

Eyes Don't LieOnde histórias criam vida. Descubra agora