Prólogo Pr.F

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Às vezes, passamos por eventos tão traumatizantes que nossas mentes, em meio ao caos do dia a dia, tenta apagá-los para não colapsarmos.

"Na última terça-feira, a faculdade EDSP em São Paulo capital, foi fechada pela polícia militar para futuras investigações."

Alguns dias, como esses, nem tudo sai como o planejado. Não saímos de casa planejando nos molhamos na chuva sem previsão. Não entramos em uma faculdade sem saber que ela não é a dos nossos sonhos. E não perdemos familiares por nossa vontade.

"A renomada faculdade tem sido alvo de grupos criminosos. Os relatos que chegaram até a polícia levam até o nome da professora de jornalismo do local.'

Talvez aqueles jornais nunca saberiam da sensação fria nos horários pós aulas. Ou de como essas paredes ouviram gritos de ajuda que nunca foram respondidos.

"A procurada se encontra desaparecida desde o ocorrido. A polícia está em sua procura. Qualquer informação, o número de emergências continua aberto."

Ou Talvez, eles não se importassem de saber sobre o sangue escarlate no tapete, ou os sonhos adolescentes jogados para trás.

Dias atuais, escritório do Senhor Veríssimo.

- Certo... Eu espero o relatório para sábado bem cedo, tudo bem? Acho que poderia ser um prazo justo ao grupo de vocês. - O homem dizia, entregando a papelada para o grupo de agentes que saída de sua sala em murmurinhos.

Aquele, era o Senhor Veríssimo. Idade entre os quarenta e cinquenta e cinco anos, ninguém nunca sabia dizer. Nomeado o chefe da Ordo Realitas.

Cabelos mesclados entre os fios grisalhos e poucos castanhos que ainda marcavam presença. O porte impecável para alguém de sua idade, as mangas da blusa social dobradas, os sapatos mais largos pelo fim de expediente. As marcas de expressão pelo rosto e o olhar, sempre cansado, sempre preocupado.

- Opa, veríssimo? - Uma voz o chamou da porta, assim que o grupo de quatro agentes saiu, batendo na madeira.

- Demorou a retornar hoje. - Disse cansado, mesmo com um sorriso mais relaxado no rosto, reclinando em sua cadeira.

- Eu fui rápido, chefão. Nem demorei dessa vez. - O homem falava bem humorado, entrando no local e fechando a porta atrás de si.

Veríssimo riu exausto, apontando a cadeira ao amigo. - Imagina se tivesse demorado. E então? O que temos sobre nossa agente?

O ator se sentou, mostrando uma pequena pasta ao chefe que a abriu, folheando as páginas. - Um resumo, por favor?

- A garota era professora nessa faculdade que visitamos. Namorava o professor de fotografia da faculdade. Quando o grupo que agia nas dependências da escola descobriram que ela ficou sabendo de suas reuniões, deram uma lição em ambos.

- E o paradeiro do rapaz? - Perguntava curioso.

- Não sabemos. Quando chegamos no apartamento, não tinha mais nada, cê' tava' com a gente.

-Ela possui algum envolvimento real com o grupo de alunos?

- Até onde a gente achou, só namorava o cara que ajudou eles. Mas parece que não tinha nenhuma relação direta. A garota falou a verdade. - O homem explicava, prestando atenção no amigo que parecia ler tudo com muita atenção.

- Já cuidaram de sua troca de identidade?

- Tudo certo. Nome, CPF, RG, até passamos ela pro corte de cabelo hoje mais cedo. - Continuava respondendo, com um pequeno sorriso no rosto, não deixando de fitar o rosto de Veríssimo. - Por que tantas perguntas?

Eyes Don't LieOnde histórias criam vida. Descubra agora