Homem ao mar

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Any Gabrielly

-Caralho Soares, não consegues ajudar com a rede? - Um dos pecadores reclama comigo enquanto puxamos a rede com peixes em pelo alto mar.

-Olha parvo, se não tivesses avariado a máquina que puxa a rede não teríamos este problema! - A minha voz saiu mais alto que eu queria mas irrita-me estes homens que acham que manda numa mulher.

- Sabes o que tu merecias? - O pescador aproxima-se de mim com um sorriso nojento no rosto mas já o vou tirar.

-Diz-lá parvalhão! - Sinto ele a puxar-me pelo braço e a raiva sobe-me a cabeça.

- Merecias um belas palmadas para aprenderes! - Dou-lhe um sorriso sinico e penso que praticar luta com o meu querido irmão pode ajudar bastante neste momentos.

-Homem ao mar! - Grito e empurro o homem para o mar. Antes de dizerem que sou cruel eu atirei ao mar o colete salva-vida.

Ouço o meu nome por todo o barco e vejo o pescador a ser quase engolido pelas ondas mas não importei, acendi o meu cigarro e sentei-me na proa do barco. Chegamos a terra e o dono da pescaria vem em minha direção já penso que vou recebe outra advertência.


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-Mas não pode-me despedir! A minha mãe esta doente e eu preciso urgente de dinheiro! - Digo com os olhos em lágrimas . Foi um sacrifício arranjar um trabalho a pescar por causa de ser mulher.

-Any, não podes continuar aqui porque ou és tu ou são eles que vão embora. - Suspiro e limpo mais uma lágrima que insiste em cair pela minha bochecha.

- Vós sabeis que isto não pode ser assim! - Meu patrão tira algumas notas da gaveta e começa a contar e eu só assistia.

- Aqui vai dois meses de pagamento para tentar ajudar a tua mãe com os tratamentos e desculpa Soares é o máximo que eu posso fazer por ti! - Pego no dinheiro e coloco no bolso interior do meu casaco e despeço-me rápido.

Caminho pelas ruas com pouca luz visto que já são oito horas da noite, entro em casa retirando o calçado encostado ao tapeta e coloco o dinheiro em cima da mesa. Minha mãe olha para mim e balança com a cabeça negativamente.

- Fui despedida mãe e agora?- Arrasto uma cadeira para sentar-me e tento conter as lágrimas refletindo como vou pagar as contas de casa e o tratamento.

-Querida não fiques assim, vai tudo correr bem! - Minha mãe dá-me um abraço forte a tentar-me consular.

-Como? Explica-me? O meu irmão um drogado, eu uma desempregada e tu mãe com esta doença. O que falta acontecer mais?

- Boa noite, minhas lindas! - Meu namorado Louis entra pela minha casa e cumprimenta com um beijo na testa a cada uma. - Que se passa? Vocês estão com uma cara é um funeral a esta hora?

- A Any foi despedida! - Como sempre Louis vai ter um dos seus grandes ataques de raiva e querer matar toda gente que haja de mal.

- Aquele desgraçado despediu-te? Eu e ele vamos ter uma breve conversa. - Diz percorrendo a sala de um lado ao outro nervoso.

-Podes parar Louis!

- Oh meu amor, sabes que eu faço tudo por ti! - Dá-me um leve beijo e acaricia-me os cabelos.

- Meus meninos, vou retirar para o meu quarto qualquer coisa há comida no fogão! - Minha mãe pega nas muletas e caminha até ao seu quarto.

- Princesa, o que precisares sabes que estou aqui e podes contar comigo para tudo!

- Louis, não quero o teu dinheiro sujo de roubos ou do que querer que seja!- Afasto-me dele o mais rápido. Sinto que o nosso amor não é o mesmo desde que ele envolveu-se com roubos e talvez matar pessoas.

- Any sabes que é a unica forma que tenho de ajudar-te. - Reviro os olhos com o que o meu namorado fala.

- Acorda oh Louis! - Dou-lhe um soco no braço com tamanha estupidez.- Se a minha mãe sonha que tu em algum momento não trabalhas na banca da feira da tua mãe e sim roubas pessoas, ela até morria de enfarto. - Vou até a bancada da cozinha para tirar um café quente para nós os dois.

- Então o que estás a pensar fazer Any? - Afasta o meu cabelo do pescoço e começa a dar beijos, já sei o que ele quer.

- Se for para não ajudares é melhor desapareceres daqui.

- Amor vamos estar até quando assim? - A cara de sonso dele faz-me rir sínica.

- Até tu perceberes que eu perdoei a tua traição porque supostamente estavas muito bêbado. - O Louis na semana traiu-me com uma loira do bar da praia. Nem sei como perdoei mas foi só para o calar já que não parava de seguir até minha casa mas acho que isto vai ter um fim breve.

- Já partiste o meu nariz Any, queres mais o que? - Olho para o rosto dele enfaixado na zona do nariz e suspiro cansada de ouvir a sua voz. Ouço alguém a entrar quase ao arrastos e vejo o meu irmão todo drogado.

-Vais ajudar-me a colocar esta pessoa na cama! - Meu irmão está cada vez mais perdido neste mundo e tudo por causa do meu pai. Chris é o meu irmão mais velho sempre foi a melhor pessoas que eu ja conheci, cuidou de mim quando meus país se divorciaram. Minha mãe ficou muito abatida e meu irmão acho que tentou segurar o que conseguiu mas perdeu-se nas drogas.

- Não queres companhia para adormecer? - Louis fala assim que saímos do quarto onde colocamos o meu irmão a dormir.

-Não quero Louis estou de cabeça cheia, quero descansar. - O olhar de zangado estava estampado na cara dele mas tudo o que fez foi depositar um beijo na minha bochecha e fechou a porta com força.

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⏰ Última atualização: Jul 01, 2024 ⏰

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