Meus pés tocam o chão gelado mas isso sequer me incomoda, ou as garrafas e copos espalhados pelo chão da casa sigo meu caminho em direção ao jardim que já estava morto a tanto tempo, que eu sequer podia me lembrar.
Paro em frente a estátua que já se encontrava desgastada pelo tempo, me ajoelho ali já sentindo as lágrimas transbordarem por meus olhos. Meus dedos passam delicadamente por seu rosto como se ele ainda estivesse ali.
Mas não estava e nunca mais estaria, e o pior de tudo era saber que eu viveria para sempre em um mundo onde ele já não respirava mais.
Fecho meus olhos encostado meus lábios na pedra fria, nesses pequenos momentos eu podia senti-lo ali comigo. Fico por horas a fio sentado no jardim observando a estátua que se assemelhava tanto ao amor da minha vida.
- Sabia que te encontraria aqui.- escuto a voz famíliar dizendo atrás de mim.- Hyun.
- Não quero ver ninguém vá embora.
- Não, cansei de ver você se afundando cada vez mais.
- Então acabe com ele de uma vez.
Me levanto olhando para meu amigo.
- Me mata chan, eu te imploro.
- Sabe que não irei fazer isso.
E eu sabia que não desde que felix havia morrido, eu pedi e implorei por diversas vezes para ele acabar com minha dor, mas chan nunca aceitou.
Esse era o grande problema da imortalidade, ter que conviver com essa dor que nunca teria fim. Olho uma última vez para meu amigo, caminhando em direção a floresta que rodeava a casa, meu amigo grita meu nome mas o ignoro.
Vou em direção a cachoeira onde tantas vezes eu o trouxe para fazer piquenique, felix sempre amou esse lugar ele dizia que parecia mágico.
- Esse lugar é tão lindo.
Olho para ele que passava seus dedos pela água, naquele momento o sol refletia em seu rosto o deixando parecido com um anjo, meu belo anjo.
Sou tirado de minhas lembranças ao ouvir um barulho na mata, imagino ser bang chan novamente insistindo por uma conversa, mas o cheiro era muito diferente. Começo a prestar atenção ouvindo os passos da pessoa se aproximando.
- Ai que porcaria!
A voz que eu jamais seria capaz de esquecer murmura, sem nem pensar sigo a direção de onde ela vinha.
Então eu vejo meu felix ali no meio da floresta, olhando para as borboletas que voam por ali me aproximo sentindo uma enorme sensação de felicidade.
- Felix?
O garoto me olha parecendo assustado, mas era ele meu anjo estava ali na minha frente lindo como sempre e respirando.
- Desculpe quem é você?