Memórias

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Esses dia achei na minha caligrafia a tua letra
e as lágrima molha a caneta.

-Emicida


Você era sonhador, sonhava alto, com grandes amores, com música, com poesia, com fotografia. Você era como eu, eu sou como você. Almas boas, desejam o bem, querem ajudar. Nunca tomam as melhores decisões, sempre metem os pés pelas mãos, mas eu estou aqui. Você está aí, tão longe. Às vezes eu sonho, sonho menos do que gostaria porque quando sonho mato a saudade e saudade eu tenho demais. Eu nem olho as fotos. Prefiro evitar. Elas parecem ser de outro tempo, parece que não me pertencem e bate uma tristeza. As preto e branco são minhas favoritas. Eu amo falar sobre você, mas eu evito. Evito porquê... não consigo. Não quero que me vejam assim, tão humana, vulnerável, tão eu. Eu daria tudo, tudo, mas tudo mesmo por uma última dança. Como a gente fazia na cozinha, em frente ao fogão a lenha, fogão que esquentava a cozinha toda e fazia a melhor comida. E se eu pudesse ouvir aquela música cantada com a sua voz uma última vez, nossa como eu seria feliz. Por um instante, mas seria feliz. Debulhar o milho era minha atividade favorita. Você me ensinava. Sua fé era inabalável. Será que você tinha mesmo toda aquela resiliência, ou como eu, você também fingia? Não importa, pra mim você sempre será o maior. Você.

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