Capítulo 25

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Narrador Point of View

— Espera aí, está me dizendo que aquela desgraçada foi quem matou minha sobrinha? Como pode ter tanta certeza? - Jayme estava inquieto, andando de um lado para o outro em frente a Luara. Eles se encontravam de vez em quando, ele era mais um dos clientes dela. Mas dessa vez, Luara, movida pela vingança e sem mais nada a perder, resolveu revelar tudo o que sabia.

— Só ligar os fatos, meu querido. - Ela traça uma linha delicadamente com seus dedos pelo braço de Jayme, que respira fundo, tentando processar a informação. — Não tenho nenhuma prova concreta em mãos agora, mas posso garantir que ela está envolvida nisso.

— Não é o suficiente. - Ele murmura mais para si mesmo, a frustração evidente em sua voz.

— Pois é, mas com sua ajuda vamos poder colocá-la na prisão e nos livrar dela de uma vez por todas. - Luara respira fundo, a tensão em seu rosto revelando o peso do que estava prestes a dizer. — E depois eu... eu tenho que sumir daqui. - Ela murmura, quase inaudível.

Jayme olha para ela com o cenho levemente franzido, tentando entender a seriedade da situação. A rua estava silenciosa naquela noite, apenas o som de alguns grilos e o vento quebravam o silêncio.

— Sumir para onde? - Ele pergunta, a preocupação evidente em seu tom.

— Eu não sei! - Ela responde, a voz carregada de desespero. — Vou ter que largar a agência e ir embora para outra cidade, sei lá. - A incerteza em suas palavras é palpável.

Jayme fica em silêncio por um momento, considerando as implicações do que ela está dizendo.

— Você acha mesmo que isso vai resolver tudo? Que ela não vai te encontrar? - Ele pergunta, sua voz grave.

— Não tenho escolha, Jayme. - Luara diz, seus olhos brilhando com uma mistura de medo e determinação. — Se eu ficar, ela vai acabar comigo. E não posso permitir isso.

Jayme dá uma risada desconcertada, uma tentativa de aliviar a tensão que não funciona.

— Preciso acabar com ela e com aquela namoradinha dela, a Jordana. - Luara continua, sua voz firme e resoluta. — Eu fui na gravadora tentar reverter a situação, mas...

— Nem isso você conseguiu fazer, né Luara. - Jayme a interrompe, seu tom carregado de frustração. Ele a olha seriamente, sua paciência claramente desgastada.

Luara estreita os olhos, ressentindo-se da interrupção.

— As coisas não são tão simples quanto você pensa, bonitão. - Diz, a voz um pouco mais fria. — A gravadora está do lado delas. Elas têm poder e influência que eu nunca tive. Mas isso não significa que vou desistir.

— E qual é o plano, então? Você acha que vai conseguir derrotá-las sozinha?

— Não sozinha. - Luara responde, a determinação voltando a brilhar em seus olhos. — Com sua ajuda, podemos encontrar uma maneira. Você tem contatos, conhece pessoas que podem nos ajudar a juntar as provas que precisamos.

— Provas... - Jayme repete, a palavra saindo como se fosse algo tangível que ele pudesse segurar. — E se não encontrarmos nada? E se tudo isso for em vão?

— Não será. - Luara afirma, sua voz firme. — Eu sei que elas estão envolvidas. Só precisamos provar isso. E quando conseguirmos, elas não terão para onde correr.

Jayme olha para ela, a dúvida ainda presente em seus olhos.

— E depois? Depois que tudo isso acabar, o que você vai fazer?

Just Us - JorlenaOnde histórias criam vida. Descubra agora