Capítulo Um

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(Dias atuais)

Vermelho. É incrível como essa cor me fascina. Principalmente quando ela escorre dos corpos daqueles que ousaram me desafiar.

Louis Carter teve essa coragem e hoje, ele iria perceber que sua existência miserável, como ele conhecia, mudaria para sempre.

Pensei enquanto caminhava em direção ao galpão secundário, onde costumava fazer os interrogatórios e execuções.

Vi, um pouco à frente, Louis e seu amigo serem arrastados. Louis tinha sido levado a uma sala separada enquanto meu hacker, Maze, me passava o relatório desse amigo que ainda não conhecia.

— Frederick Dickinson, 32 anos. Nada muito interessante além de ter herdado a casa e todos os bens dos pais, depois que ambos morreram em um acidente de carro.

— Ele está limpo, então? —Perguntei.

— Não mesmo! O pequeno Fred gostava aparentemente de treinar boxe no rosto de sua ex-namorada.

Falou, me passando o tablet com imagens dos documentos anexados nos quatro boletins de ocorrência em seu nome. Em ambos, nenhuma medida judicial foi tomada.

— Vai ser menos um merda no mundo, então —murmurei.

Meze concordou com um aceno de cabeça enquanto eu lhe devolvia o tablet.

— Com qual você vai brincar primeiro?

— Vamos ver se o boxeador gosta de dor tanto quanto gosta de causar — comentei em uma risada.

— Estarei te assistindo.

— Vê se aprende de uma vez então. — reclamei, me referindo ao seu último treino.

— Vou tentar — murmurou.

— Você sabe que nesse meio não dá para ser tão sensível ao sangue, né?

— Estou trabalhando nisso, chefa — respondeu, dando uma continência exagerada.

Balancei a cabeça, não acreditando tanto nisso, já que ele não era tão hábil na tortura. Em todas as vezes que tentou, logo após passou mal. Desci mais um lance de escadas e parei em frente à porta principal.

Meu vestido e saltos estariam arruinados até o fim dessa madrugada, já que vim de mais um dos leilões que costumo frequentar.

Respirei fundo enquanto ainda podia, já que lá dentro o cheiro não era dos mais agradáveis. Finalmente, permitindo que toda a frustração e raiva mergulhem em cada veia do meu corpo, fazendo com que todos esses sentimentos me tomem por completo.

Pensei em como eu apreciaria a cor viciante que tomaria todo o piso abaixo das correntes. Frederick tomou a péssima decisão de tentar defender seu amigo quando meus homens os emboscaram na saída da minha boate, teria se livrado da minha ira, se não fosse uma escória também.

Por mim, não perderia um segundo com sua vida, lhe daria um tiro na testa logo que o encontrasse.

Mas estava precisando gastar minha raiva e, para tudo sair como planejado, eu não poderia me descontrolar ao lidar com Louis.

Pedi para um dos meus homens o içar ao teto e fiz uma pequena arte em seu corpo. Com uma lâmina afiada e uma habilidade adquirida através da prática, fiz cortes precisos nos lugares mais dolorosos. Ao terminar, ele não tinha mais nenhuma reação além de alguns pequenos tremores e espasmos. Para finalizar, decidi destacar toda a pele do seu rosto, só porque sabia que Louis tinha sido levado por um dos meus homens para observar. Amordaçado e com seu corpo devidamente preso às correntes. Apreciei seu olhar ao jogar a pele do rosto de seu amigo aos seus pés.

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⏰ Última atualização: Jul 06 ⏰

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FILHOS DA MALÍCIA - Protegendo-se na escuridãoOnde histórias criam vida. Descubra agora