bad boys heaven「hyunlix」

[0.0] Prólogo

— Eu lhe contei tudo, Sr. Lee. — O mais novo voltou a recostar-se na cadeira desconfortável daquele espaço minúsculo. — Já estou aqui, algemado e pagando pelos crimes que cometi, então nada que eu disser fará diferença agora.

— É o lugar que merece estar — respondeu o grisalho, com rispidez. — É o seu destino. Você mente, rouba, mata, engana as pessoas por onde passa apenas para alcançar seus próprios interesses e ainda arrancou a pureza do meu filho! — vociferou bravamente, fazendo o outro abaixar levemente a cabeça. — Eu, como pai e chefe de investigações do seu caso, farei o possível para que nunca mais saia de trás das grades.

— Você me odeia, não é? — o criminoso sussurrou. — Eu pagarei por todas as merdas que fiz, Sr. Lee, mas me envolver com o seu filho não foi um crime. Não pretendo me afastar dele.

— Foi um crime para mim, para Deus! — O mais velho apontou o dedo para o moreno, com as veias do pescoço visíveis e vermelho de raiva. — Eu não estou pedindo para que se afaste dele, eu estou mandando que quebre o coração de Yongbok e o faça esquecer essa história estúpida de paixão! Sei muito bem que você apenas está brincando com os sentimentos dele!

— Eu o amo — confessou, olhando com seriedade para a figura autoritária. — Não sou um monstro como pensa, Lee... Fiz muitas escolhas erradas na vida, achei que resolveria meus problemas mais facilmente dessa forma e me dei mal, mas... — soltou uma risada calculada — de começo parecia, mas Yongbok não foi uma das minhas escolhas erradas.

— O que está querendo me dizer? — Abriu um sorriso cheio de escárnio. — Quer que eu acredite que realmente tem sentimentos pelo meu garoto?

— Eu estou querendo dizer que!... — Respirou fundo, impaciente. — Eu passei por muitos lugares, o senhor deve ter visto minha ficha, roubei em Busan, Nebraska, fui para Osaka e voltei quando quase me descobriram após ter acontecido alguns... problemas... com uma família muito importante de lá... e, sim, quando cheguei aqui pretendia roubar de novo, pretendia me dar bem às custas dos outros mais uma vez... Só que aí eu vi o Yongbok. — Riu pelo nariz, apoiando-se na mesa metálica que os separava e focou seu olhar no homem sem se desviar. — E foi de repente, velhote... Eu realmente quis me aproveitar dele no começo, era essa a minha intenção, mas caramba!... Não havia como ignorar a maneira como seu filho encara as coisas. — Olhou para um canto com um leve sorriso nos lábios, como se suas palavras criassem uma imagem. — Eu me encantei, Sr. Lee, me apaixonei pelo seu filho.

— Isso é mentira! — ralhou o oficial, socando a mesa e se levantando, mirando o jovem de cima. — Você apenas está o enganando como já deve ter feito com incontáveis pessoas por aí!

— Eu nem sequer consigo me imaginar fazendo isso com o Yongbok! — Também ficou de pé e apoiou suas mãos algemadas na estrutura gélida, encarando fixamente o outro. — Fiz coisas muito erradas, eu sei disso! Tirei vidas, bens, deixei famílias incapazes de se manterem e desoladas por um ente querido que se foi por minha causa, mas é porque eu nunca havia visto motivos para me abster ou que me fizessem pensar duas vezes e enfrentar as consequências, ver tudo por uma percepção diferente. — Suspirou avidamente e abaixou o tom de voz. — E eu procurei isso, sempre procurei... Eu andei por todos esses lugares, vi inúmeros rostos, me envolvi com diversas pessoas, atravessei esse mundo inteiro, mas por Deus, Sr. Lee, eu preciso que acredite em mim! — Respirou fundo mais uma vez e fitou aquele pai com toda a veemência que tinha. — Eu rodei por todo esse universo... e só me encontrei nos olhos dele.