Simplesmente Acontece (Hailey Upton/You G!P).

47- Mamães!

Hailey P.O.V

Três dias já se passaram voando, e no decorrer desse meio tempo, S/n e eu vimos a nossa pequena poucas vezes, infelizmente. Nós duas tivemos que trabalhar, e também precisávamos resolver todas as pendências, para que possamos obter a guarda provisória da Luísa. E com muito esforço, nós conseguimos fazer tudo o que precisava ser feito.

A assistência social, juntamente com o conselho tutelar já efetuaram o nosso cadastro no sistema de adoção, a partir dos documentos que nós mandamos digitalizados via e-mail. Amélia disse que nós precisamos de um advogado, pois é ele que precisa fazer a solicitação da adoção permanente e entrar em contato com o juiz. Mas quanto a isso, eu estou tranquila, pois a S/n disse que vai pedir ao Sargento uma recomendação de alguém que seja de confiança, depois que dermos a notícia de que ele vai se tornar avô.

- Uau! - o inspetor, Jason Davis exclamou surpreso ao adentrar o quarto em que minha namorada e eu montamos para a nossa pequena.

Durante o tempo que está por aqui, Jason já olhou minuciosamente todos os cômodos que contém na nossa casa, nós os seguimos por cada canto esperando alguma coisa e nada. Eu devo confessar que sinto como se estivéssemos sendo julgadas, e bem, nós realmente estamos sendo, de certa forma. O que está me deixando extremamente nervosa, e eu vejo que S/n não está muito diferente de mim, já que não proferiu nenhuma palavra até agora.

Na verdade, nem mesmo o próprio inspetor falou coisa alguma desde que começou a olhar tudo, pelo menos não até agora. Esse ato repentino dele me deixou em alerta. Eu comecei a vasculhar o local com os olhos, à procura de algo errado, ou fora do lugar. Não encontrei nada. E para piorar tudo, ele continuou calado olhando e não falou mais nada.

Eu busquei pela mão da minha namorada rapidamente, ansiando por apoio e conforto. E surpreendentemente, ela também fez o mesmo. Nós entrelaçamos as nossas mãos e nos olhamos por alguns segundos, antes de voltar a nossa atenção para o inspetor e esperar pela possível catástrofe.

- Algum problema, Davis? - foi Amélia quem perguntou, e naquele momento eu agradeci mentalmente por ela ter vindo acompanhar a inspeção dele.

- Não, na verdade não. - Jason respondeu ainda de costas para nós, e se dispôs a anotar alguma coisa na prancheta que estava segurando. - É que essa é a primeira vez que eu vejo um casal montar um quarto com tanto carinho para uma criança.

Eu fechei meus olhos e relaxei os meus ombros, deixando escapar um longo suspiro aliviado. S/n também suspirou aliviada. Eu não me contive e sorri, abraçando a minha namorada de lado.

- O desejo de vocês em ter essa garotinha como filha é nítido, e admirável. - Jason se virou para nós, sorrindo. - Eu já vi tantas pessoas que fingiram ser acolhedoras, quando na verdade, o que elas realmente queriam era maltratar crianças inocentes que só queriam ter um lar amoroso. Vocês estão sendo muito cuidadosas com tudo, antes mesmo de recebê-la, isso me faz ter um pouco de esperança. Eu acho que vocês nasceram para isso.

- Está vendo só? Eu te disse que elas serão ótimas mães para a Luísa. - eu escutei Amélia dizer de maneira convencida, e acabei rindo baixo.

- Sim você disse, e eu confesso que não acreditei antes, mas agora eu sei que é verdade. - Jason afirmou, e anotou mais coisas na prancheta. - E por isso, vou aprovar as duas na inspeção residencial.

Eu arregalei os olhos, sentindo o meu coração parar de bater por um milésimo de segundo antes de começar a bater em ritmo acelerado.

- Peraí, isso é sério? - eu perguntei incrédula, não conseguindo acreditar nas palavras que havia acabado de escutar através dele.