A Foto

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    Sim gente, eu já vim com outra, porque querendo ou não, nasci para agradar as minhas amigas loucas e suas ideias mirabolantes. Ou seria elas a caírem nas minhas loucuras e teorias da conspiração? (Amo vocês, minhas meninas do CAPS).

      Antes de começar, gostaria de dizer que essa fic ainda não tem um final certo, terá poucos capítulos e não se baseia em certezas, mas em uma série de acontecimentos que só existem na minha cabeça. Peço desculpas ao fandom de antemão, mas sempre me pego pensando no que passa na cabeça dos dois diante das situações e é claro que mesmo que ignorarmos, existem "fatores" na história desses dois que deixa uma lacuna ótima para uma fanfiqueira explorar. (por favor não derrubem minha conta)

                            •| ⊱✿⊰ |•

    Ela sumiu a três dias inteiros, e isso nunca foi algo normal para a Nic. Eu nunca vi ela ficar off dessa maneira! -Pensou.
     Eu já tentei entrar em contato com ela por todos os meios possíveis e é nítido que até mesmo os amigos dela estão querendo que eu fique longe. A Aimée desconversou, disse que passaria o recado, mas não confio que vá fazer. Ela nunca me tratou de uma maneira muito amigável, era profissional acima de tudo, mas desde a estréia da segunda parte aquele clima estranho estava sempre pairando sobre a minha cabeça.
      Algumas pessoas vinham me evitando e eu me recuso acreditar que seja por que estou namorando, não faz sentido. Nic e eu sempre fomos amigos, melhores amigos e todo mundo sempre entendeu o nosso jeito, mas por algum motivo eu vinha levando gelo de muitas pessoas e a maioria eram pessoas ligadas a Nic.
      Voltei a olhar para o notebook a minha frente. Cheguei ao ponto de apelar para e-mails. Ela sempre respondia e-mails, não importava muito que eram de pessoas aleatórias tentando entrar em contato com ela. Nicola sempre respondia com seu jeito educado e polido, mas dessa vez e logo comigo, ela não respondeu!
—O que está fazendo? -a voz femina veio ao meu ouvido junto com um abraço pelas minhas costas, os lábios rentes ao meu pescoço, mas eu não estava com clima para isso.
      Retirei os braços que me envolviam e me levantei indo em direção ao frigobar do quarto, peguei uma garrafa de água e bebi um gole antes de responder.
—Estou tentando falar com a Nic.
—Ah... Entendo. —Ela respondeu indiferente e sentou em cima da mesa ao lado do notebook e sem se importar muito com o que eu dizia, começou a zapear pelo celular.
—Ela não me responde a quatro dias e não posta nada a três! Isso não é do feitio dela. —Sento na ponta da cama encarando a varanda iluminada com vista para o mar.
—Deveria ser normal Luke, você também some. —Ela deu de ombros e abriu um chiclete, logo mastigando displicentemente
—Sim, mas ela não é assim.
      Percebi ela revirar os olhos e fazer uma bola de chiclete de maneira mal educada. Ela sabe que não gosto quando agi assim, pensei que tinha passado essa fase quando nossas fotos de LA começaram a surgir e eu não fiz nada para evitar.
—Ela está ocupada fazendo algo que nós dois deveríamos estar fazendo. -veio na minha direção, falando manhosa, mas não liguei para esse jeito irritante de falar. Meu foco estava na frase que ela disse.
—O que você está querendo dizer? —A encarei enquanto ela sentava no meu colo pegando o celular.
—Sua amiga está aproveitando o tempo livre dela do melhor jeito —Pegou o celular e me mostrou uma imagem que ao primeiro momento eu não entendi bem, mas aos poucos foram fazendo sentido.
      Na foto, mesmo que longe, eu podia ver a Nic sentada em uma mesa de um restaurante. Era uma mesa em um canto mal iluminado, algo que pessoas como nós costumamos usufruir para evitar fofoqueiros, mas dessa vez ela parecia a vontade demais, pois ao seu lado um cara loiro e alto conversava com ela segurando sua mão.
      Segurei a cintura daquela que estava no meu colo e a levantei ouvindo ela dá um pequeno grito de surpresa, tomei seu celular e encarei a foto.
     Nic sorria do jeito mais bonito e iluminado e com certeza eu odiei cada detalhe daquele sorriso. Eu só a vi dar aquele sorriso para uma pessoa e essa pessoa era Eu.
—Tem mais. É só passar para o lado. —Tônya me falou deitada na cama encarando o teto.
     Passei para o lado e eu preferia não ter passado.
     Seis fotos em sequência de um flagra da minha melhor amiga com um homem ao qual eu nunca vi, e na última foto eu senti o maior aperto no peito.
      O homem com ela apoiava a mão sobre seu rosto e lhe dava um beijo no canto da boca.
       Fechei os olhos e estalei os dedos da minha mão livre. Eu conhecia aquela sensação, a mesma sensação que senti no Canadá, a mesma sensação que senti quando ela falou do Ryan, mas dessa vez era pior, dessa vez era pior dez vezes.
—Que fotos são essas? -Encarei a mulher deitada na minha cama, que olhava para as unhas da mão direita como se fosse a coisa mais interessante do mundo.
—Ah, me mandaram
—Quem?
—E isso importa? —Ela o encarou levantando uma sobrancelha.
—Importa.
—Não. Isso não importa, querido. –Ela levantou e veio andando até mim com um olhar felino, quase hostil.
—Eu só quero saber a fonte. Você sabe que esse tipo de conteúdo acaba carreiras e...
—E o que? Você não deve nada a ela Luke. –Tomando o celular da minha mão, se afastou e me encarou cruzando os braços.
—Ela é minha amiga, você sabe. Eu, eu me preocupo. -Meu corpo tremeu por dentro lembrando da foto.
—Uma amiga que você não tem contato há dias
—Ainda assim...
—Você me prometeu que seria só nós dois. Por que precisa trazer ela até nós?
—Você está entendendo errado. —a  encarei, mas meus olhos somente acompanhavam o celular que ela agitava ao se comunicar irritada.
—Eu estou entendendo bem, e preferia que você parasse.
—Com o que? Me preocupar? Entenda, ela está em evidência, qualquer escândalo, um envolvimento com alguém poderia acabar em um piscar de olhos e...-Eu não conseguia encontrar mais motivos. Havia um motivo não falado e eu preferia ter que morrer a falar isso em voz alta. Nunca deveria ser falado.
—Você não pareceu ligar ao se envolver comigo.
—Não é como se eu tivesse escolha quando você aparece em eventos sem me avisar. —me arrependi assim que conclui a frase. Aquele assunto tinha virado um taboo, nunca lembrar aquele dia era o melhor para ambos. Não, na verdade aquele maldito dia do evento em NY tinha se tornado um dia não pronunciado por muitas pessoas e uma delas era a Nic.
—Você não tem o direito de falar sobre esse dia. Você me convidou e eu fui.
—Eu convidei você para a festa, não para aparecer na frente de todo mundo no tapete vermelho!
—Luke! –Ela jogou o celular na cama e veio na minha direção com o dedo em riste —Eu estava de saco cheio!
—Era o meu trabalho! Você não tinha esse direito...
—De quê? De reivindicar o que é meu?
—Eu não sou seu. Eu não sou sua propriedade. —Respirei fundo. A gente já tinha tido uma prévia daquela discussão, mas eu estava muito empolgado na época, para dar ouvidos a todo aquele falatório dela. Eu estava prestes a sair para a Austrália e tudo, tudo estava diferente.
      Ela estreitou os olhos verdes na minha direção, sua cabeça mais baixa que meu queixo, mas não tão baixa que me fizesse ver similaridade com outra pessoa.
—Eu estava no meu limite.
—Limite? —respirei fundo— Me diga onde conseguiu as fotos.
—Isso não é da sua conta Luke.
—Isso, não deveria ser da SUA conta, mas veja só, mas uma vez você com acordos estranhos com fotógrafos.
—Eu já disse que não fiz aquilo. —Me lançou um olhar choroso que me levou ao limite.
—Então me fala quem lhe mandou essas fotos.
—Para quê? Para você tentar ser o super-herói da história dela? Ela não precisa de você, mas eu sim.
—Eu bem sei que você precisa de mim, mas nesse momento estou tentando ser um bom amigo.
—Há -Riu falsamente —Você não seria um bom amigo, mesmo que quisesse muito. Eu não vi essa amizade toda quando ela estava tentando limpar sua barra. Você estava bem aqui, comigo, curtindo. —Ela foi se aproximando e tocou meu rosto —Você estava transando comigo enquanto ela declarava para todo mundo que você era um grande cavalheiro.
—Isso não vem ao caso. —Tirei a mão dela e me afastei.
—Sempre fugindo Luke, porque você não sabe o que quer.
—Que direito você tem em me questionar? O que você viveu? Você é nova e não sabe...
—Nessas horas você lembra da minha idade, mas quando tá me foden...
—Não seja baixa agora. -cortei.
—É por que eu não sou a boa moça, educada e polida que a sua amiguinha é? Mas é aqui comigo que você está. -ela virou de costas e pegou o celular. 
—Eu só quero saber quem tirou as fotos. A equipe dela precisa saber para ficarem de aviso. Eles precisam de uma estratégia para abafar o caso e...—eu não conseguia dizer, eu não podia dizer.
      Havia um motivo para eu querer saber de onde vieram aquelas fotos e não era com a reputação da Nicola que eu estava me preocupando.  Eu precisava saber quem era aquele cara da foto.
      Nic não me respondia, como eu poderia ter minha resposta se eu não consigo trocar uma mensagem com ela há dias? Eu tinha que arrumar um jeito de chegar até ela.
       Olhei nos olhos daquela a minha frente. Que confusão eu tinha me metido. Respirei fundo e recolhi meu celular, um casaco, um boné e óculos escuros.
—Onde você vai?
—Não interessa.
—Interessa sim. Você é meu...
—Namorado. Eu sei. Você não me deixa esquecer. -coloquei o boné e digitei um pedido de carro para o meu motorista.
—Você não vai até ela. –Deu de  ombros, de um jeito que me irritava. Um jeito petulante e infantil que doía aos olhos.
—Eu vou espairecer. Estou ficando sufocado aqui.
—Deve ser muito difícil para você não poder ir correndo atrás dela para te acalmar não é? –sorrindo de lado, continuou —Vai. Faz o que você quiser, mas a verdade queira ou não, você -apontou para mim que já estava com mão na porta – está aqui em LA e ela está em Londres. Supere e apoie-se em quem está perto de você e não em uma amiguinha qualquer em outro continente.
—Amiguinha qualquer? —Ela tirou meu último resquício de paciência. —Dobre a língua para falar dela. De “qualquer” ela não tem nada. E eu já disse para você que essa sua competiçãozinha com ela não vai dar certo.
     Virei de costas para ela e abri a porta dando de cara com Rory que já estava prestes a bater.
—Não entre nessa Tonya. Por que entre você e ela, eu sempre vou escolher ela.
     E sai.
     Ignorando completamente o meu amigo que tentou me alcançar, mas nas ficou dividido em me seguir e apoiar a mulher que deixei para trás.
      Eu entraria em colapso se eu escutasse qualquer coisa naquela hora. Eu precisava sair, precisava respirar longe de todos eles. Como eu queria te ver Nic. Só você consegue me trazer para a realidade.
       Entrei no elevador e mal percebi quando já estava na rua, andando em direção ao carro que pedi. Entrei e só pedi que rodasse. Rodasse até aquele aperto no meu peito passasse, mas as fotos me vinham a mente e mais sufocado eu estava. Minhas mãos tremiam e eu tentei focar numa lembrança que tinha da minha melhor amiga.
“—Respira Lukey. Vai dar tudo certo, eu estou aqui. Você tem que ficar bem para beber champanhe comigo no trailer. —sorriu calorosa —eu sempre vou está aqui pra você”
         Voltei a respirar aos poucos normalmente, enquanto pensava no toque nas mãos dela na minha, o quão aquilo era tranquilizador.
          Olhei para o celular e voltei a digitar uma mensagem rezando para que dessa vez ela me respondesse.
“Preciso falar com você, é urgente”
           E o quão surpreso eu fiquei quando veio a resposta:
—Oi Luke! Aconteceu alguma coisa?

Our Story Didn't HappenOnde histórias criam vida. Descubra agora