Reino Inimigo

ᴄᴀᴘɪ́ᴛᴜʟᴏ 4

ᴀɪsʜᴀ
ᴀɪɴᴇ

Assenti, sabendo que precisava levar a flor ao rei. Era o terceiro segredo que ele exigira. Mas antes, precisava entender o que ela poderia revelar. Com a figura misteriosa ao meu lado, colhi a flor com cuidado, sentindo sua energia pulsar em minhas mãos. Fechei os olhos e deixei a flor tocar minha testa.

Imediatamente, fui transportada para um mundo de visões. Vi imagens do passado, presente e futuro. Vi o rei em diferentes momentos de sua vida, suas escolhas e sacrifícios. Vi o castelo em tempos antigos, suas fundações entrelaçadas com forças mágicas. E, finalmente, vi a mim mesma, não como uma princesa submissa, mas como uma líder forte e corajosa.

Quando as visões terminaram, abri os olhos e olhei para a figura ao meu lado. Ela sorriu, um sorriso de compreensão e encorajamento.

_Você tem a força necessária, princesa. - Disse a figura. - Use esses segredos com sabedoria e mostre ao rei o verdadeiro valor que você possui.

Com a Flor da Alma em mãos e as palavras da figura misteriosa ecoando em minha mente, agradeci silenciosamente e me afastei do jardim encantado. Sentia o peso das revelações e dos segredos, mas também uma nova sensação. Não tinha amigos no castelo, mas não precisava deles para cumprir minha missão. Tinha meu próprio valor e força, algo que o rei e seus conselheiros subestimavam.

Caminhando de volta pelo castelo, senti olhares de curiosidade e desdém seguindo-me. A corte estava sempre atenta, pronta para julgar e fofocar sobre qualquer movimento meu isso acontecia em todos os reinos. Mas eu não me deixaria abater por isso. Subi as escadas em direção aos meus aposentos, onde poderia pensar com clareza e planejar meu próximo passo.

No meu quarto, sentei-me à mesa e coloquei o livro proibido e a Flor da Alma diante de mim. Já havia encontrado dois dos segredos que o rei exigira, mas precisava de mais um. O retrato amaldiçoado, talvez, ou algo mais que ainda não descobrira. Eu precisava escolher com sabedoria e cautela.

O retrato amaldiçoado parecia a escolha mais óbvia, mas também a mais perigosa. Se realmente causava visões perturbadoras, eu precisava estar preparada para enfrentá-las. Decidi que essa seria minha próxima busca. Com uma respiração profunda, levantei-me e deixei meu quarto, dirigindo-me à galeria de retratos dos monarcas antigos.

A galeria era um longo corredor, suas paredes adornadas com retratos majestosos. Cada pintura mostrava um rei ou rainha do passado, seus olhares severos ou benevolentes observando todos que passavam. No final do corredor, pendia o retrato que eu buscava. O quadro era grande, emoldurado em ouro, e o monarca retratado parecia quase vivo, seus olhos fixos em mim com uma intensidade que me fez estremecer.

Aproximei-me lentamente, sentindo um frio na espinha. Parecia que os olhos do retrato me seguiam enquanto eu me movia. Lembrei-me das palavras do rei sobre a maldição e preparei-me mentalmente para o que estava por vir. Precisava encarar o retrato de frente, sem medo.

Quando finalmente parei diante do retrato, olhei diretamente nos olhos do monarca. Imediatamente, fui puxada para uma visão. Estava em um campo de batalha, cercada por soldados e o som ensurdecedor da guerra. Vi o monarca do retrato liderando suas tropas, sua presença imponente e inspiradora. Mas havia algo mais. Uma sombra pairava sobre ele, uma força escura que parecia manipulá-lo.

As visões mudaram rapidamente. Vi o monarca em seus momentos mais vulneráveis, suas decisões difíceis e os segredos que guardava. Vi o fardo da liderança e as escolhas que o levaram a seu fim trágico. E então, vi algo que me deixou perplexa: uma conexão entre ele e o rei atual. Uma linhagem de segredos e maldições que continuava até os dias de hoje.

Quem era ele?

Saí da visão ofegante, o olhar do retrato ainda fixo em mim. Eu entendia agora. O rei não estava apenas testando-me; ele estava me usando para desvendar os segredos que o atormentavam, segredos que ele não podia enfrentar sozinho. Sentia uma mistura de raiva. Não deixaria que ele me manipulasse sem lutar.