Às vezes me pergunto se as coisas não tivessem acontecido como aconteceram minha relação com a minha irmã seria diferente. Desde o início eu percebi que nos diferenciávamos uma da outra apesar de termos a mesma aparência. Para começar a contar essa história é preciso voltar à origem de tudo. Quando a minha vida começou a divergir da dela e sua obsessão e desejo de vingança nos afastou uma da outra.
***
— Arrependam-se dos seus pecados! Jesus está voltando e ele disse que se o seu olho direito o fizer pecar, arranque-o e lance-o fora. É melhor perder uma parte do seu corpo do que ser todo ele lançado no inferno! E se a sua mão direita o fizer pecar, corte-a e lance-a fora. É melhor perder uma parte do seu corpo do que ir todo ele para o inferno!
Pecado. O que é pecado? Talvez seja transgredir as leis de Deus. Um Deus que nunca vi e nem ouvi. Mas não importa o seu significado porque independentemente de qual seja eu sou puro pecado. Bem, minha família toda é. Talvez devesse me lançar toda fora para não ir pra esse tal de inferno que também não acredito que exista. Mas é fácil falar do que fazer. Duvido que o padre Danzou, apesar do seu discurso, abriria mão de uma parte do seu corpo mesmo que fosse para esse Deus.
— Por que estamos aqui mesmo? — Cochicho com desânimo para minha mãe sentada ao meu lado no último banco de madeira. Como todo domingo de manhã, estamos na igreja para ouvir a missa.
— Você sabe que devemos manter as aparências — cochicha minha irmã gêmea sentada do outro lado de minha mãe.
— Silêncio! — Mamãe leva o dedo indicador aos lábios e depois abaixa a mão colocando sobre o colo. — Quietas meninas. Quer que eles nos ouçam? Está quase acabando Hinata. Hanabi está certa, a aparência é tudo que importa. Precisamos parecer acima de qualquer suspeita. E quem vai suspeitar de uma viúva e suas filhas tão religiosas — ela diz isso com um sorriso irônico. Também sorrio ao voltar a prestar atenção no padre Danzou.
Ao acabar a missa, depois de minutos intermináveis, andamos para fora da igreja de pedra e paramos na entrada para cumprimentar os demais fiéis. Minha mãe é cumprimentada com olhares e acenos como se fosse da realeza. Como um pilar de fé e moralidade da igreja.
Um homem alto e musculoso vestido com um gibão, calças e uma bota sobe as escadas e aperta a mão de mamãe. Seus fios longos e lisos são pretos e seus olhos são da mesma cor de seus cabelos.
— Senhora Sayuri Hyuga. A que devo a honra? — Ele diz isso com um olhar intenso e significativo que não consigo decifrar. O mesmo olhar que alguns rostos deram a minha mãe assim que ela saiu.
— Eu que digo senhor conselheiro Orochimaru Uchiha. Não é todo dia que o vejo presenteando nossa comunidade com a sua presença. Acho que essa é a primeira vez. — Ela devolve o mesmo olhar.
— Eu precisava falar com a senhora e sabia que te encontraria aqui... — Ele repara em minha irmã e eu atrás de mamãe— E essas meninas? De quem são?
— São minhas filhas. Hinata Hyuga e Hanabi Hyuga.
— São belas e que olhos mais fascinantes. Parecem quatro ágatas rosas. Elas têm quantos anos?
— 15 anos cada uma. Hanabi é alguns minutos mais velha.
— Interessante... E tem o mesmo sobrenome da mãe? Quem é o pai? — Me aprumo mais para ouvir a resposta dela e percebo que Hanabi faz o mesmo.
— Morreu e não gosto de recordar o passado. Quem ele foi não importa. O importante é o agora. O que o senhor quer comigo mesmo? — Diz ela com uma carranca fazendo as esperanças de mim e minha irmã saber sobre o nosso pai murcharem.
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Sabá de Sangue (Versão Inicial)
FanfictionHinata Hyuga não sabe o que é. Antes de completar 16 ela já tinha poderes que nenhuma outra bruxa teria ao completar essa idade. Isso é um dos segredos que sua mãe guarda e que Hinata deseja saber. Ela e sua família assim como todos os bruxos desse...