Mudanças Explosivas

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Narração - Ruby Lerman.

Ruídos repetitivos chegavam aos meus ouvidos desnorteados. Vozes, um som conhecido de sirenes e um longo pi abafava tudo.

O que está acontecendo?

Dor! A única coisa que eu tinha certeza nesse momento era que eu estava com dor, muita dor para conseguir identificar qualquer coisa com minha individualidade.

- Ela está acordada! Peguem um sedativo. - Alguém falou perto de mim. Sedativos? Me esforcei um pouco para pelo menos ativar minha quirk e parar com minha dor. Não está indo! Células, neurônios... Se concentre! Nociceptores¹. A dor foi embora, agora era mais fácil e natural pensar sem tanto esforço.

Aos poucos meus sentidos voltavam ao normal enquanto identificava inúmeros ferimentos para serem fechados no meu corpo. Mas o que tinha acontecido? Abro os olhos aos poucos, mas volto a fechá-los quando sinto substâncias desconhecidas serem injetadas em mim. Preciso eliminá-las!

- Ela está rejeitando os medicamentos! - Algum infeliz que provavelmente colocou aquilo em mim, voltou a gritar. - Preparem para entubar. Agora! Não vai dar tempo de chegar no hospital.

Hospital? Espera, ENTUBAR?! QUER ME MATAR, PORRA? Abro os olhos rapidamente e me levanto assustada, todos me olham assombrados. Tento me afastar até perceber estar em uma ambulância e duas mãos me seguravam pelos ombros, ou tentavam, até perceber um grande sangramento na minha barriga. Que merda é essa? O que aconteceu aqui?! Tento me soltar novamente, mas ouço um som de reclamação da pessoa que me segurava. - Fica quieta, porra! Você está tendo uma hemorragia. - A voz era profunda e irritadiça.

Isso lá é forma de falar com quem está morrendo?!

Deixo de lado e tento focar nos sangramentos, preciso fazê-los pararem, sem dor é mais fácil, porém continuo assustada. O que não ajuda em nada. Enquanto tentava reconstruir as camadas de tecido e órgãos que foram danificados, que pelo cheiro aparentavam ser explosões, o pessoal da ambulância tentavam continuar com o trabalho deles. Não é por mal não, mas me deixa fazer essa merda quieta. - Licença, por favor! - Digo até que em um tom pouco grosseiro, mas estou destroçada, tenho meus motivos.

- S-senhorita, se acalme! Por favor. - O paramédico diz nervoso, quem precisa de calma é ele pelo visto. - Estamos te encaminhando para o hospital mais próximo, não se mexa é muito perigoso. Precisamos aplicar u-um... Meu Deus! O ferimento está sumindo! - O cara de aparência jovem e até mesmo iniciante para uma carreira na saúde exclama cada vez mais branco. - Um anjo... - Completa com a chave de ouro para reafirmar minha ideia sobre sua idade.

Sinto uma bufada perto do topo da minha cabeça sendo seguida por um sonzinho irritante de descontentamento do cara que está ainda segurando meus braços. Que tipo de paramédico segura uma vítima assim?! - Deixe de ser idiota, é a quirk dela. Figurantes! - Juro que consegui escutar os olhos dele rolando sem ao menos olhar pra saber, mas acertou.

ATOMIC - Katsuki BakugouWhere stories live. Discover now