04 | if this was movie

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Era uma noite chuvosa, daquelas em que as gotas caem incessantemente, criando um ritmo hipnótico contra as janelas. Taylor estava em seu apartamento, envolta em uma manta enquanto assistia a um filme antigo, um daqueles romances clássicos que ela adorava. O enredo era familiar, o casal que se separava apenas para se reencontrar em uma grande reviravolta cinematográfica, levando a um final feliz. Ela suspirou, perdida nos pensamentos.

Travis, seu namorado de longa data, estava fora da cidade em mais uma viagem de trabalho. Ele era jogador de futebol americano, e a carreira exigia muito dele. Mas dessa vez, algo parecia diferente. Eles não haviam brigado, mas a distância parecia maior do que nunca, como se algo invisível estivesse crescendo entre eles. Não era só a ausência física; era como se estivessem vivendo em mundos separados, cada um seguindo sua própria narrativa sem se cruzarem mais.

O telefone de Taylor vibrou em cima da mesa. Ela olhou para a tela e viu o nome de Travis brilhando, mas hesitou por um momento antes de atender.

"Oi", ela disse, tentando não soar abatida.

"Oi, Tay," a voz dele soava distante, mesmo que o som estivesse claro. "Eu... estou pensando em nós."

Aquelas palavras flutuaram no ar, pesadas. Taylor se ajeitou no sofá, tentando encontrar a postura certa para enfrentar a conversa que sabia que estava por vir.

"Eu também, Travis", ela respondeu. "As coisas estão diferentes, não estão?"

Houve uma pausa, e Taylor podia imaginar Travis passando a mão pelos cabelos, como fazia quando estava nervoso. "Sim, estão. Eu sinto falta de como éramos, de como tudo parecia tão... fácil antes."

"Eu também", ela sussurrou, sentindo uma pontada no coração. As lágrimas começaram a se formar nos cantos dos seus olhos, mas ela as segurou. "O que aconteceu com a gente, Trav? Como chegamos a esse ponto?"

"Eu acho que nos perdemos no meio de tudo. O trabalho, as viagens... É como se tivéssemos deixado o tempo e a distância tomarem conta da nossa história."

Taylor olhou para o filme ainda passando na tela. Uma cena familiar de um reencontro romântico em um aeroporto. Ela suspirou novamente, sentindo-se presa em uma ironia cruel.

"Eu não quero que seja assim", disse ela, a voz quase falhando. "Mas eu não sei como consertar isso."

Travis ficou em silêncio por um longo momento. "Eu tenho uma ideia", ele finalmente disse. "Pode parecer meio bobo, mas... você se lembra daquele filme que assistimos no nosso primeiro encontro? Aquele com o casal que se separa e depois se reencontra?"

"Sim, claro que me lembro", Taylor respondeu, agora mais curiosa do que triste.

"E se a gente fizesse algo parecido? Se recriássemos aquele momento? Não do jeito exato, mas... e se nós tentássemos nos encontrar de novo, como se fosse pela primeira vez? Eu sei que não podemos simplesmente apagar o passado, mas talvez possamos... sei lá, resgatar o que era bom nele."

Taylor ficou em silêncio, processando a ideia. Parecia insano, infantil até, mas havia algo reconfortante na proposta. Como se, por um instante, eles pudessem voltar a ser aquele casal jovem e despreocupado que acreditava em finais felizes.

"Eu topo", disse ela, com uma convicção renovada na voz. "Quando você volta?"

"Na sexta-feira à noite. Posso te encontrar naquele mesmo café onde fomos depois do cinema?"

"Sim", respondeu Taylor, sentindo um pequeno sorriso surgir. "Vou estar lá."

Os dias seguintes passaram lentamente, mas com uma antecipação crescente. Taylor se pegou pensando em Travis com mais frequência, lembrando-se de momentos bons que há tempos não surgiam em sua mente. Na sexta-feira, ela se preparou como se fosse para um primeiro encontro: passou mais tempo escolhendo a roupa, fez um penteado diferente e até usou o perfume que Travis sempre elogiava. Quando estava pronta, olhou para o reflexo no espelho e percebeu algo que não via há algum tempo: esperança.

O café onde haviam tido seu primeiro encontro estava decorado para o outono, com abóboras e folhas secas espalhadas pelos cantos. Taylor chegou alguns minutos mais cedo, como tinha feito naquele primeiro encontro. Escolheu uma mesa no canto, perto da janela, e esperou.

Travis chegou pouco depois, o coração acelerado. Quando viu Taylor sentada, o tempo pareceu parar por um momento. Ela estava linda, como sempre, mas havia algo diferente, algo que ele não via há meses: o brilho nos olhos dela, aquele brilho que ele temia ter apagado.

"Oi", ele disse, um pouco sem fôlego.

"Oi", ela respondeu, sorrindo para ele como se fosse a primeira vez.

Eles se sentaram juntos, e por um momento, o silêncio foi confortável, quase como se as palavras não fossem necessárias. Mas então, Travis começou a falar, e as palavras fluíram naturalmente. Ele falou sobre seus medos, sobre como estava assustado com a ideia de perder Taylor, sobre como se sentia culpado por ter deixado a distância afetar tanto a relação deles.

Taylor ouviu em silêncio, mas com o coração aberto. Quando Travis terminou, ela segurou a mão dele sobre a mesa.

"Eu também estava com medo", disse ela. "Medo de que o que tínhamos se perdesse para sempre. Mas hoje... hoje eu percebo que ainda podemos encontrar um caminho de volta. Se quisermos."

Travis apertou a mão dela, sentindo uma onda de alívio e gratidão. "Eu quero, Tay. Mais do que qualquer coisa. Eu quero que a gente seja mais do que apenas uma lembrança boa."

Eles continuaram conversando, relembrando histórias antigas, rindo de momentos bobos e se reconectando de uma forma que não faziam há muito tempo. Quando finalmente saíram do café, caminhando lado a lado pelo parque que ficava próximo, sentiam-se mais leves, como se um peso tivesse sido tirado de seus ombros.

Enquanto caminhavam, Taylor parou de repente, olhando para Travis com um sorriso no rosto.

"Se isso fosse um filme", ele começou, "acho que esse seria o momento em que o casal principal se beijaria na chuva."

Taylor riu, olhando para o céu limpo e estrelado. "Infelizmente, não está chovendo."

"Mas não precisa", respondeu Travis, puxando-a para perto. Eles se beijaram ali, sob as estrelas, sem a necessidade de uma trilha sonora dramática ou de um final de filme perfeito.

Porque, ao contrário dos filmes, a vida real é cheia de imperfeições, e era exatamente isso que fazia o momento tão especial e único.

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(não revisado)
Lembrei que essa fanfic existeeee
vou tentar atualizar mais vezes, eu juro 👀

beijocas da tiana 💋

forever & always |  Taylor & TravisOnde histórias criam vida. Descubra agora