𝙎𝙢𝙞𝙡𝙚 𝑶̂𝙢𝙚𝙜𝙖 ʰʸᵘⁿˡⁱˣ

05.

O loiro abriu os olhos, sentindo-se pesado e dolorido. Olhou em volta, confuso. A sala estava escura, ele piscou repetidamente enquanto seus olhos se adaptavam à escuridão. Quando finalmente conseguiu ver com mais clareza, ficou surpreso ao ver que ainda estava naquela sala.

Se levantou com cuidado, apoiando-se nos cotovelos e observando que seu corpo estava coberto por um cobertor fino. Franziu a testa e, completamente confuso, tentou se lembrar do que havia acontecido mas a única coisa que lhe veio à mente foi que ele havia desmaiado após ter feito sexo com aquele amigo Alfa do Chris.

Certo, ele teve que cuidar daqueles Alfas Kkangpae. Teve que dormir com aquele Alfa.

Lembrando disso, Felix se puniu mentalmente. Naquele momento ele odiava seu trabalho mais do que qualquer outra pessoa, odiava estar preso àquele lugar, odiava ter que fazer o que fazia, odiava tudo.

Félix se cobriu com o cobertor e foi até a saída da sala para saber o que havia acontecido depois que ele caiu inconsciente. Ao abrir a porta, ficou surpreso ao ver Jeongin, que por acaso estava passando. Os dois Ômegas se entreolharam, Félix ia falar mas Jeongin falou primeiro. — Fechamos há alguns minutos, os Alfas partiram há várias horas. — Se pronunciou e quebrou o contato visual, indo embora.

Felix ficou sem palavras. Não haviam sido capazes de tentar acordá-lo? Simplesmente lhe deixaram lá?

Seu sangue ferveu e ele se virou completamente indignado, fechando a porta da sala atrás de si. Caminhou até o sofá de couro para pegar sua lingerie, grato por não ter ficado suja.

— "O único sujo aqui é você Felix." — Pensou consigo mesmo.

Félix terminou de se vestir e correu para seu quarto, cumprimentando com uma leve reverência alguns Ômegas com quem costumava sair de vez em quando. — Uau Felix, você se saiu muito bem esta noite. O chefe está muito feliz! — Eles o parabenizaram e o sardento sorriu para eles sem parar os passos. — Agora teremos que trabalhar muito para chegar ao seu nível. — Comentaram. Felix podia sentir um pouco de ciúme e inveja em suas vozes.

O fato de ele ter se saído bem significava apenas uma coisa. Aquele Alfa pagou uma quantia muito grande em dinheiro pelos seus serviços.

Que pena que ele não recebeu um único won como pagamento por ele. Era tudo lucro do bordel, afinal ele havia sido vendido lá e deram tudo para ele, comida, abrigo, roupa.

Félix entrou em seu quarto suspirando pesadamente, foi até o banheiro e se despiu às pressas, sentindo-se pegajoso e sujo. Odiava essa sensação.

Ligou o chuveiro e teve que abafar um gemido de dor quando senti que a água saía quase como cubos de gelo. Ele pulou enquanto ajustava a temperatura do chuveiro.

Após o banho, vestiu um pijama confortável e caiu na cama, fechando os olhos de cansaço, adormecendo em segundos.

No dia seguinte, milagrosamente, ele teve um dia de folga, o que o deixou muito feliz quando naquela manhã. Yuna passou em seu quarto para lhe dizer que não estava trabalhando naquele dia, parabenizando-o pelo bom trabalho da noite anterior.

Felix se perguntou se era verdade que ele tinha sido bom o suficiente na noite anterior.

O homem sardento decidiu dar um passeio depois de almoçar. Ele fechou a porta de seu quarto e começou a caminhar em direção à saída do bordel. Ao chegar à porta de saída, cumprimentou o Beta encarregado de registrar as saídas e entradas dos trabalhadores. O Beta sorriu para ele e abriu a porta metálica.

Félix saiu. Finalmente não tinha chovido naquele dia, olhou para o beco e pensou onde poderia ir, pensou em vários lugares até que decidiu simplesmente dar um passeio pela cidade sem direção fixa, por enquanto. Ele pensaria em algum lugar para ir.

Caminhou por vários minutos, observando cada detalhe ao seu redor para poder memorizar o caminho de volta. Seul era uma cidade enorme, Felix ficava na zona norte da cidade, ainda ficava bem próximo do bairro onde ele morava, Miari.

Miari se destaca como um dos maiores distritos da luz vermelha de Seul, com muitos bordéis e bares. Entre eles, o bordel ao qual pertence, considerado o melhor de todos do país.

Félix parou para esperar um semáforo ficar verde para poder atravessar a rua. Ele viu um Ômega ao seu lado conduzindo pela mão uma menina alegre. A menina observava ansiosamente tudo ao seu redor, recebendo constantes estímulos visuais e auditivos. O Ômega sorriu ao vê-la, absorvendo por um momento a alegria da garota. Quando o semáforo mudou, Félix atravessou a rua e ao fazê-lo parou para olhar a enorme cafeteria à sua frente, no balcão havia muitos tipos de sobremesas e comidas, pareciam deliciosas. Então, seu estômago roncou, lembrando-o de que ele só havia comido uma pequena tigela de ramen no almoço. Enfiou as mãos no casaco, na esperança de encontrar algum dinheiro, e ficou emocionado ao encontrar uma nota velha e amassada no bolso interno da jaqueta.

Embora sua excitação não tenha durado muito, quando de repente ele sentiu uma forte dor na parte inferior do abdômen, fazendo-o gemer, sua respiração ficou mais rápida, assim como seus batimentos cardíacos. O Ômega congelou em sua posição.

— Não, não, não... — Começou a negar em desespero enquanto olhava em volta. — Merda.

Seu cio havia começado.

Como ele havia esquecido algo tão importante?

Felix não esperou mais um segundo e começou a andar rapidamente, pensando no que deveria fazer.

Ir à farmácia comprar supressores? ou voltar para casa?

O Ômega não sabia o que fazer, a dor aumentava e ele começava a sentir muito calor.

— Merda. — Amaldiçoou.

Finalmente decidiu ir em busca de uma farmácia próxima, era muito mais fácil do que arriscar ir para casa, já que era longe do seu bairro e provavelmente ele não chegaria ileso.

Quando ele finalmente conseguiu localizar uma farmácia à distância, sentiu um cheiro forte de pinho, um Alfa. Felix entrou em pânico ao ver que aquele Alfa, que ainda não havia notado o cheiro doce do Ômega, caminhava em sua direção. O Ômega agiu rapidamente e se escondeu em um beco à sua esquerda, correndo até a parte mais profunda para que o Alfa não sentisse seu cheiro por perto.

Ele viu como o Alfa ignorou o cheiro que havia deixado para trás. Franzindo a testa porque seu plano rápido aparentemente funcionou. Tinha quase 100% de certeza que aquele Alfa devia ter problemas com o olfato. Quem não notaria seu aroma marcante, principalmente quando estava no cio?

Suspirou de alívio, estava perto. Félix começou a se acalmar, até sentir uma mão em seu ombro, fazendo-o pular e se virar de medo.

— Ora Ora, o que temos aqui? — Um enorme Alfa estava na frente dele. — O que um Ômega fofo está fazendo sozinho, e... no seu cio? — Ele lambeu os lábios, observando o Ômega com luxúria. Felix tentou correr, mas o Alfa reagiu rapidamente e segurou seu braço direito. — Onde você pensa que está indo?

Felix sentiu sua pressão cair ao sentir mais dois aromas, diferentes dos que aquele Alfa tinha.

— Lindo Ômega, acalme-se. Nós vamos te ajudar com seu doloroso cio. — Sussurraram em seu ouvido.

Estava fudido.