FRIENDS TO LOVERS - UMA HISTÓRIA BRIDGERTON

CAPÍTULO 03

Músicas do Cap:

Falling For U! - Peachy!

Best Day Of My Life - Tom Odell

Fine Line - Harry Styles

Nervous - Shawn Mendes

Butterflies - (feat. Tom Odell) AURORA

Penelope sentiu-se um desastre após o encontro com Colin. A vergonha era tamanha que, depois da conversa – se é que poderia chamar aquilo de conversa –, ela mal conseguiu olhá-lo nos olhos. Trocaram duas ou três palavras antes que ela saísse praticamente correndo pelo Rotten Row. Colin também teria feito o mesmo, se não estivesse estático com o que acabara de presenciar.

Ele a conhecia. Sempre a conhecera.

Penelope frequentemente estava em sua casa, com sua família, crescera junto com Eloise, e talvez, pensou ele, a proximidade que tiveram a vida inteira o impedira de enxergá-la como uma mulher, em sua totalidade. Sempre a considerara uma figura espirituosa, mas sabia que ela era mais do que isso. Ela era... surpreendente. Sim, isso parecia resumi-la bem.

Poucas pessoas a conheciam verdadeiramente. Sem dúvida, ela não tinha a reputação de ser uma companhia requisitada. Colin tinha quase certeza de que Penelope resistira a festas de três horas sem jamais dizer nada além de monossílabos. No entanto, quando ela estava com alguém com quem se sentia confortável – e Colin se deu conta naquela manhã da existência desse grupo –, ela possuía um humor seco, um sorriso malicioso e uma inteligência admirável.

Ele nunca pensara no fato de ela jamais ter atraído qualquer pretendente sério; não tinha o costume de pensar sobre o assunto de modo geral, embora tenha notado que sua feição estava mais admirável do que ele recordava. Logo ele deduziu que os atrativos de Penelope não eram do tipo que os homens costumavam notar. Seus modos tímidos e, às vezes, até mesmo vacilantes, não serviam para exibir sua verdadeira personalidade. Ainda assim, era uma pena que ela fosse tão pouco popular. Seria uma esposa perfeitamente adequada para alguém.

Depois de muito divagar sobre o assunto, Colin percebeu que sabia exatamente quem era Penelope Featherington. Embora não tenha notado todas as nuances, se dera conta de que ela era a mesma garota que conhecera anos atrás. Poderia ter crescido e se ajustado à sociedade, assim como ele, mas ainda assim continuava... surpreendente, e capaz de fascinar qualquer um a quem se mostrasse de verdade.

A inquietação de Colin era tamanha que ele só saiu dos devaneios quando pousou a mão novamente sobre a bandeja de biscoitos apoiada sobre a mesa e a encontrou vazia.

Ele estava na sala de visitas da casa Bridgerton à espera dos irmãos e, apesar de ter chegado à cidade há alguns dias, ainda não havia tido tempo de aproveitar a companhia de todos como gostaria. Então, antes que os irmãos chegassem e dessem início às acusações sobre ele ter os deixado com fome, solicitou outra fornada de biscoitos.

Não demorou muito até que ele se sentisse em casa outra vez. Logo o vozerio tomou de conta do local e ele mal pôde ouvir os próprios pensamentos.

- Eu adorei, irmão, de onde veio? - disse Gregory enquanto manuseava um arco flecha.

- Eu adquiri em Marselha. - respondeu Colin com um sorriso de satisfação nos lábios.

Compartilhar com a família os artefatos de suas viagens era a melhor parte de voltar para casa.

- O meu perfume é de Paris? - questionou Hyacinth, empolgada.