00. o colapso

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SEMPRE FUI A IMAGEM da perfeição profissional, modéstia parte

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SEMPRE FUI A IMAGEM da perfeição profissional, modéstia parte. Desde que me formei em direito com louvor, construí uma carreira brilhante em um dos escritórios de advocacia mais prestigiados de Ribeirão Preto, minha cidade natal. Meus dias começavam às 4 da manhã, com uma corrida rápida seguida de um café da manhã leve, enquanto revisava e-mails e me preparava mentalmente para o dia agitado que me aguardava.

Meu escritório era impecável, cada papel, caneta e livro meticulosamente organizados. As reuniões eram cronometradas, os prazos rigorosamente respeitados e as noites frequentemente estendidas até altas horas. Para mim, não havia margem para erro. A perfeição era não apenas uma meta, mas uma exigência pessoal. O tempo para lazer ou descanso era um luxo que eu raramente me permitia.

Foi então que em uma manhã de segunda-feira, durante uma reunião crucial com um cliente importante, que tudo mudou. Enquanto apresentava uma estratégia legal complexa, senti uma súbita vertigem. Minha visão ficou turva, e um zumbido alto preencheu meus ouvidos. Tentando manter a compostura, agarrei a mesa para me equilibrar, mas foi em vão. Meu corpo cedeu, e desabei no chão do escritório, sob os olhares assustados de meus colegas e clientes.

Acordei em um leito de hospital, cercada por médicos e enfermeiras. Esther e Sasha, minha melhor amiga e minha prima, estavam ao meu lado, rostos marcados pela preocupação. O diagnóstico dos médicos foi claro: exaustão extrema e estresse acumulado. Meu corpo simplesmente não suportava mais o ritmo frenético que eu impunha a mim mesma.

— Você precisa de uma pausa, Isabela — disse o Dr. Almeida, o médico responsável por meu caso. — Seu corpo está te implorando por isso. Precisa sair de cena por um tempo, descansar, relaxar. Caso contrário, você estará se colocando em risco grave.

Eu, porém, não aceitei facilmente a recomendação. A ideia de deixar meu trabalho, mesmo que temporariamente, me aterrorizava. Como poderia simplesmente abandonar meus casos, meus clientes, minha responsabilidade?

— Eu não posso tirar férias agora. Tenho prazos, clientes que dependem de mim... — tentei argumentar, mas a voz falhou quando me deparei com os olhares firmes do médico e das minhas amigas.

Esther, uma jornalista aventureira e sempre disposta a ajudar, tomou a dianteira. — Bela, você precisa ouvir os médicos. Você não pode continuar assim. Vamos te levar para um lugar onde você realmente possa descansar. Sem trabalho, sem preocupações. Só você, a natureza e... a gente.

— Sim, Bel, por favor. Vamos para Fernando de Noronha. A Praia do Sancho é um paraíso. Eu e Esther já estamos planejando essa viagem há tempos, e agora é o momento perfeito. Vai fazer bem pra você, prometo — acrescentou Sasha, tentando suavizar a situação com seu jeito carinhoso e compreensivo.

Após muita relutância e argumentos internos, finalmente cedi. Talvez, pensei, realmente fosse necessário dar um passo para trás para recuperar o controle sobre minha vida. E com isso, a decisão foi tomada. As malas seriam feitas, e em poucos dias, eu estaria rumo a um dos destinos mais paradisíacos do Brasil, acompanhada por duas das pessoas que mais amo.

No fundo, ainda havia uma resistência em mim, uma voz insistente que me dizia que estava abandonando minhas responsabilidades. Mas, talvez pela primeira vez em anos, comecei a perceber que cuidar de mim mesma também era uma responsabilidade que não poderia mais ignorar.

 Mas, talvez pela primeira vez em anos, comecei a perceber que cuidar de mim mesma também era uma responsabilidade que não poderia mais ignorar

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◌ ˖   𝗢𝗟𝗛𝗔 𝗕𝗘𝗟𝗔.﹙𝖼𝗁𝗂𝖼𝗈 𝗆𝗈𝖾𝖽𝖺𝗌﹚Onde histórias criam vida. Descubra agora