Carolina e Alexandre chegaram ao centro da cidade ao cair da tarde. Porto das Névoas era conhecida por suas ruas de paralelepípedos e arquitetura colonial, com a praça central sendo o ponto focal de toda a atividade. No meio da praça, havia uma antiga fonte, adornada com esculturas de sereias e tritões.— O coração da cidade... — murmurou Carolina, olhando para a fonte. — Talvez seja aqui que devemos procurar.
Eles se aproximaram da fonte e examinaram cada detalhe. Havia inscrições desgastadas nas bordas, mas nada que parecesse uma pista óbvia. Enquanto Carolina circulava a fonte, Alexandre se deteve ao lado de uma das estátuas.
— Carolina, veja isso — chamou ele, apontando para a base da estátua de uma sereia. — Parece que há algo gravado aqui.
Ela se aproximou e viu que havia uma pequena fechadura oculta entre as escamas da sereia. — A chave! — exclamou ela, pegando a chave que encontraram na casa de guarda.
Com mãos trêmulas, Carolina inseriu a chave na fechadura e girou. Houve um clique suave e uma pequena gaveta se abriu na base da estátua. Dentro, havia outro pergaminho e uma pequena joia em forma de coração.
Alexandre pegou o pergaminho e leu em voz alta: — "No lugar onde os sonhos repousam, o segredo final se desvela. O amor verdadeiro encontrará o caminho."
— Onde os sonhos repousam... — repetiu Carolina, pensativa. — Poderia ser o antigo cemitério da cidade?
— Faz sentido — concordou Alexandre. — Muitos acreditam que os cemitérios são lugares onde os sonhos das pessoas se tornam eternos.
Eles seguiram para o cemitério, localizado na periferia da cidade. O local era tranquilo, com fileiras de lápides antigas e árvores majestosas. O sol começava a se pôr, lançando um brilho dourado sobre o cenário melancólico.
Enquanto caminhavam entre as lápides, Carolina sentiu uma estranha sensação de familiaridade. — Alexandre, você já esteve aqui antes? — perguntou ela, observando a expressão distante dele.
— Sim, uma vez, quando era criança. Meu avô está enterrado aqui. Ele sempre me contava histórias sobre um grande amor que ele perdeu quando jovem, algo que ele lamentou até o fim de seus dias.
Carolina parou diante de uma lápide particularmente ornamentada. — Pode ser isso. Veja, há outra inscrição aqui.
Na lápide estava escrito: "Aqui jaz aquele que guardou o segredo de um amor eterno