Dia 2

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Dia 2
Prazer em conhecê-lo

-Urgh... O que...? O que... Aconteceu...?- Você resmunga enquanto olhava tudo ao redor.

Logo você reconhece o local, seu quarto, ou melhor, um quarto que será seu. Você escuta o barulho da campainha, o que te desperta completamente.

-Espera, como eu vim parar aqui? Eu não estava no meu quarto... Estava...? Nossa, que sonho estranho- Você murmura e se levanta da cama para ir atender a campainha, sem perceber o boneco que estava bem ao seu lado no colchão em que você estava dormindo.

Assim que você abre a porta de casa dá de cara com o homem do caminhão de transporte.

-Boa tarde, mocinha. É aqui a nova casa da família Moondear?- Pergunta o homem, com um sorriso um tanto forçado. Provavelmente já cansado do trabalho.

-Sim, é aqui. Pode deixar as caixas aqui no corredor, por favor- Você diz e assim o homem faz.

Caixas e mais caixas. Móveis e mais móveis são deixados ali antes do homem ir embora. Você tranca a porta assim que ele sai e decidi ir conferir as caixas. Você abre as caixas uma por uma e finalmente encontra o que estava procurando, sua caixa de brinquedos. Você pega a caixa com um pouco de dificuldade e começo a levar ela para o seu novo quarto, subindo as escadas com o máximo de cuidado para não cair e se ralar inteira.

Você finalmente chega no quarto e coloco a caixa lá dentro. Pegando o seu caderno de colorir e alguns lápis de cor você começa a pintar calmamente enquanto cantarolava uma música aleatória. De repente uma sensação estranha toma o quarto. Era uma aura pesada, quase sufocante, e assustadora. O mais estranho é que a aura sumiu em um piscar de olhos, do mesmo jeito que apareceu. Você fica um tempo travada até decidir virar sua cabeça para tentar ver o que era, encontrando apenas o boneco olhando para você.

-Desde quando essa coisa está aí...? Espera, eu não tenho esse boneco!- Você diz para si mesma antes de finalmente se lembrar do acontecimento no quarto escuro.

Rapidamente você se levanta e corre até o boneco, começando a analisar ele com atenção e cuidado.

-Esse boneco... Qual o motivo dessa máscara estranha?- Você diz.

-Estranha? Que garotinha mal educada. Seus pais são ensinaram a não dizer esse tipo de coisa sobre a aparência dos outros- Diz uma voz. Uma voz de homem, mas era desconhecida. Desconhecida? Espera, eu lembro dessa voz. Estava no porão!

Rapidamente você se vira e dá de cara com um... Garoto? Ele não parecia ter mais do que uns 16/17 anos. Ele tinha a aparência igual a do boneco e usava um moletom preto, calça vermelha cor sangue e all star azul.

Por impulso você dá um grito quando vê o estranho garoto no seu quarto, mas em um piscar de olhos ele estava tapando sua boca.

-Shh... Nada de barulhos. É assim que você recebe as visitas? Você realmente é uma garota malcriada- Diz o garoto com uma voz um tanto brincalhona antes de tirar a mão da sua boca.

-Quem... É você?! E por qual motivo você está no meu quarto?! Não, espera, como você entrou aqui?!- Você diz em um tom de desespero e pânico, até porque esse garoto brotou do além.

-Calma, uma coisa de cada vez. Primeiro: Me chamo Sal Fisher e a partir de hoje sou seu novo amigo. Segundo: Estou aqui pois gostaria de te conhecer e gostaria que você me conhecesse. Terceiro: Eu me projetei aqui, não entrei- Ele diz com uma voz assustadoramente calma, como se não tivesse falado nada de mais.

-... Você é louco... Saia agora do meu quarto ou eu vou gritar!- Você ameaça, olhando tudo ao redor para tentar encontrar uma forma de escapar dele.

-Nossa, é assim que você trata um amigo? Me sinto ofendido- Ele diz em falso drama antes de soltar uma risada- Vamos lá, criança, eu não estou fazendo nada de errado, estou? Eu só vim me apresentar. Se eu realmente quisesse fazer alguma coisa com você, eu já teria feito há muito tempo. Só vim dizer um oi.

Sem ouvir nem uma palavra do que ele falou, você simplesmente se esquivou e correu para a porta do quarto, só para perceber que ela estava trancada.

-Hahaha, garota tonta, achou mesmo que eu deixaria você escapar tão fácil- Diz o garoto com um tom de ânimo, se divertindo com sua tentativa inútil de escapar dele.

Você estava sem escapatória. Não sabia o que ele era capaz de fazer e não poderia se dar ao luxo de irritar ele. Você decidiu apenas ficar ao lado da porta, rezando para um milagre acontecer.

-Vejo que está nervosa, mas não há necessidade. Escute, não irei te fazer mal, só vim querer conhecer minha nova amiga. Qual seu nome, pequena- Ele diz. Sua voz não era mais uma voz assustadora de ânimo, agora estava calma.

Uns minutos de silêncio foram ouvidos antes de hesitantemente você responder.

-... {Nome}...- Diz você com a voz muito baixa, quase inaudível.

-{Nome}? Prazer em conhecê-la. Olha, eu prometo que não irei fazer mal algum. Foi você que me tirou daquela caixa, e eu não teria coragem de machucar uma criancinha igual a você- Ele diz, caminhando em passos lentos até se agachar na sua frente. Os olhos dele eram de um azul-celeste e transmitia paz. Era incrivelmente lindo e ao mesmo tempo hipnótico.

Vocês ficaram encarando os olhos um do outro por um bom tempo. Era como se ele estivesse falando "vai ficar tudo bem". Mas logo o momento foi interrompido pelo som da porta da frente sendo aberta e da sua mãe chamando você, o que fez o garoto bufar levemente.

-Droga... Bem, está na hora de ir atrás da mamãe, garotinha- Diz ele antes de soltar uma leve risada e se levantar.

-Err... Espera, quem exatamente é você, moço?- Você pergunta, mas tudo o que recebe é uma risada.

-Um dia você irá descobrir, criança- Ele diz antes do barulho da porta destrancando ser ouvido.

Por impulso você vira a cabeça para olhar para a porta e assim que volta para o garoto...

-Sumiu... Ele sumiu...- Você diz com uma expressão incrédula, olhando para o quarto que estaria vazio se não fosse pelo colchão e pela caixa de brinquedos.

Logo a sua mãe aparece no quarto com um sorriso nos lábios, olhando para você que parecia estar em uma espécie de transe.

-{Nome}? Não me ouviu? Eu falei que seu padrasto e eu estamos precisando de sua ajuda lá embaixo- Diz a mulher, olhando preocupada para a filha.

-Eh?! Oh... Err... Já estou indo- Você diz, se virando para sair do quarto antes de dar uma última olhada dentro.

-Quem era aquele garoto?- Você sussurra para si mesma, se virando novamente e correndo para ajudar sua mãe e seu padrasto.

Uma coisa era certa: não seria a última vez que você iria ver ele.

Meu amigo imaginário- Sally Face Onde histórias criam vida. Descubra agora