|Não Se Brinca Em Serviço|

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Cinco horas da manhã, ou da madrugada, como preferir chamar, é hora de levantar. O sol nem chegou direito, mas já fomos acordados pelo som da sirene infernal. O toque da alvorada indica o momento de tomar banho na água gelada, pois, dizem que serve para deixar todos os soldados dispostos, coisa que não fazia sentido. Você quer levantar da cama sabendo que vai ser obrigado a jogar seu corpo sob uma água fria para um caralho? Eu não, então só acordo na força do ódio e me jogo embaixo do chuveiro, tremo igual vara fina nos primeiros segundos, em seguida já me adianto para sair o mais rápido possível.

Já faz um ano que tento suportar essa rotina de bom soldado e a real é que eu não aguento mais. Tenho saudades dos palcos com os outros, do dormitório, do Chan me xingando na madrugada quando eu gritava com os jogos online, a comida do Felix, todas as brincadeiras que fazíamos e de tomar banho com cada um, especificamente no horário que queríamos.

Eu não vejo a hora de meter o pé daqui.

Assim que fiquei pronto, posicionei-me em frente à minha cama arrumada, esta que não é muito agradável. Eu fico estático esperando as primeiras ordens do dia, essas como comer algo para não morrer escravizado até o final do dia. Eu sei que parece que reclamo demais, mas pelo menos gosto do uniforme, essa roupa camuflada e o coturno preto fica uma beleza em mim, diria que curto somente por dar uma boa valorização nas minhas coxas e bunda.

No refeitório todo mundo se alimentou para o início dos afazeres. Ah, os afazeres, a parte em que mais sou trapaceiro. Caso fosse necessário fazer trinta flexões eu fazia pelo menos vinte, o mesmo acontecia com os abdominais, gostava do meu corpinho do jeito que estava, não precisaria definir mais minha barriga. Eu recebia algumas broncas, não somente por enrolar, e sim por ficar olhando Minho fazer flexões, descendo e subindo, com uma expressão séria.

Eu reclamo para um caralho desse lugar, porém ele é tipo um presente dos deuses. Aqui é onde posso ver de perto todos os corpos masculinos de conhecidos e de desconhecidos sem me preocupar com comentários alheios, afinal, nesse lugar não tem frescura de ficarmos pelados próximos um dos outros, só não vale encarar, é vergonhoso.

Aproveitando que cheguei nesta informação, preciso dizer que estou me sentindo fisicamente atraído pelo Lee. Não é como se nunca tivesse pensado nisso antigamente, pois lembro-me muito bem das placas escritas "Minsung" em nossos shows, porém, eu e o Min só nos aproximávamos para a felicidade dos Stays, tipo um fanservice.

Minho conseguiu me deixar atraído com detalhes que nunca pensei em reparar, tipo a maneira como tomava água. Era fascinante ver seu peitoral suado, braços definidos e juntamente da visão de seu pomo-de-adão indo para cima e para baixo, um combo perfeito no qual me desestabilizava por completo.

— Han! — A voz do sargento, Choi Siwon, me fez sair do transe, ele encontrava-se na minha frente com um semblante sério. Estávamos todos formando um corredor de soldados, quinze de cada lado, enquanto ele passava no meio explicando alguma coisa, que infelizmente não prestei atenção. — Tá dormindo ainda, princesa?

— Não, senhor.

— Então o que acabei de dizer?

Agora é tarde demais, o sargento e todos os outros haviam notado essa minha cara de paisagem. Eu não fazia ideia do que ele estava falando, nem sequer uma palavra de seu discurso veio na minha cabeça, eu estava definitivamente encrencado. Por sorte algo distraiu Siwon, era alguém querendo conter uma risada em meio àquela situação, isso o fez sair de minha frente e caminhar para a fileira oposta à minha.

— Achou alguma coisa engraçada, Lee?

Tinha que ser. Minho não conseguia segurar uma risadinha quando o assunto era eu me fodendo.

MILITARY | MINSUNGOnde histórias criam vida. Descubra agora