Eu Sou a Luna

Capitulo 3

ZAIA🦋

Uma vez de volta para casa, em todo lugar que olho eu o vejo, vejo a vida
que construímos juntos aqui. Uma dor paralisante me consome pelo que
estou deixando para trás, mas não vou permitir que ele tire mais de mim.

Não vou deixar que ele machuque a vida que cresce dentro de mim. Esses
bebês são tanto meus quanto dele e farei o meu melhor por eles.

Começo a fazer as malas, pegando apenas o essencial e jogando tudo em
uma mala. Quanto mais rápido eu sair daqui, melhor.

Escrevo uma nota rápida para Emma, agradecendo pelos seus serviços.
Pegando o acordo de divórcio, sento-me à mesa de jantar. O silêncio na
casa é ensurdecedor. Emma já deve ter terminado seu trabalho e ido embora.

Com mãos trêmulas, assino os papéis e fecho o arquivo e com ele, a porta para
aquele capítulo da minha vida.

Pegando meu telefone, olho para o número da minha mãe. Faz um tempo
que não ligo para ela... Embora ela e meu pai estejam separados, ela
também foi contra eu me casar com Sebastian.

No entanto, sei que ela me entenderá melhor do que ninguém... Afinal,
meu pai a deixou por ninguém menos que a mãe de Annalise.

Meus pais eram companheiros destinados, mas meu pai teve um caso
com outra mulher, e foi assim que Annalise nasceu, com poucos dias de
diferença de mim.

Minha madrasta não tirou apenas o companheiro da minha mãe, ela tirou
meu pai de mim também.

Quando eu era pequeno, éramos próximos, mas minha madrasta não
gostava e sempre o instigava contra mim e tentava causar uma rixa entre
nós. No final, ela conseguiu.

Embora eu tenha sido criada com luxos e tenha recebido a melhor educação, nosso relacionamento se tornou simplesmente uma formalidade para ele. Uma responsabilidade que ele não queria mais.

Conforme eu crescia, meu pai manteve contato. Claro, ele até aparecia
nos meus aniversários, mas no momento em que me recusei a desistir de
Sebastian por Annalise, ele me renegou também.

Vou até a casa da mamãe e pergunto se posso ficar lá por alguns dias. Só o
tempo suficiente para eu resolver as coisas comigo mesmo.

Lágrimas correm pelo meu rosto enquanto tiro minha aliança do dedo e a
coloco em cima do arquivo do divórcio. Agarrando a alça da minha mala,
puxo-a, dizendo a Ethan para trazer o carro.

Com um último e demorado olhar para o corredor, eu me despeço. Sua traição da noite passada ainda ecoa em meus ouvidos. A raiva em sua voz ainda me assombra. A lembrança dele e Annalise no escritório ainda arde.

Pensei que essa gravidez poderia salvar nosso vínculo, mas fui tola em pensar assim. Eu deveria saber que ele nunca acreditaria em mim em vez dela, quando mais uma vez ele me acusou de mentir para ele.

Saindo, vejo que a chuva parou, um arco-íris se espalha pelo céu, me recebendo de braços abertos, mas não consigo apreciar sua beleza, não
hoje. O peso sobre meus ombros é pesado, a dor já está começando a
arranhar minhas entranhas.

Uma pontada aguda no meu peito quase me faz cair de joelhos, minha visão fica turva. Um gemido suave escapa dos meus lábios antes que eu possa contê-lo.

O som de uma porta de carro batendo me faz olhar para cima. Bastião?

– Luna! Você está bem? -  Ethan…

Concordo, tentando permanecer forte.

– Sim. Por favor, me leve para a
casa da minha mãe.

– Sim, claro, venha Luna… - Ele me ajuda a entrar no carro, coloca minha
mala na bolsa e senta no banco do motorista.