Eu Sou a Luna

Capitulo 61

ZAIA🦋

Olho para os oito homens que agora lotam meu escritório na casa de
bando; não sei o que dizer. Cinco deles são supostamente alguns dos
nossos mais confiáveis, para eles simplesmente permitirem que Annette
entre assim...
A porta se fecha depois do último e eu coloco meu queixo em cima das
minhas mãos entrelaçadas, meus cotovelos descansando na mesa. "Não
sei por onde começar", eu digo calmamente.
Estou um pouco inquieta, pois também não consegui falar com o papai.
Espero que ele tenha conseguido ficar um tempinho sozinho para clarear a
cabeça, mas preciso falar com ele. 2
Só espero que ele tenha recebido minha mensagem de voz, já que ele não
estava abrindo nenhuma de suas mensagens. "Peço desculpas, senhora,
por tudo. Eu nunca deveria ter deixado o Luna entrar na propriedade,
mas..." um dos homens diz sem parar.
“Mas o quê?”, pergunto ao guarda, inclinando a cabeça. “Estou realmente
decepcionado com a falta de segurança. Essa mulher estava gritando com
minha mãe, e vocês todos ficaram parados.”
“Ela disse que haveria consequências se não a deixássemos passar.” Outro
disse, e eu suspiro exasperado.
“Consequências? Então, se alguém vai chantagear ou ameaçar você, você
simplesmente vai se afastar e permitir que eles façam o que quiserem?”
Eu pergunto, incrédula. “Isso é absolutamente ridículo! Por que se
candidatar para ser um guarda, então?”
Volto minha atenção para os três guardas de Annette. “Vocês podem
trabalhar para a Luna, mas se houver algum problema em que sua família
seja ameaçada, vocês sabem que podem vir até mim. Além disso, por
favor, escrevam um relatório de que Luna está ameaçando sua família.
Isso é algo que posso garantir que meu pai não tolerará. Por favor, façam
isso agora, lá fora. Enquanto falo com minha própria equipe de
segurança.

Faço um gesto com a cabeça para que eles saiam da sala. Quando a porta
se fecha atrás deles, eu me levanto, olhando para os cinco homens à
minha frente enquanto começo a andar lentamente atrás da minha mesa,
o som dos meus saltos é alto na sala silenciosa.
“Meu pai selecionou todos vocês pessoalmente porque ele confiava em
vocês.” Eu começo.
Quatro deles foram os substituídos após o tiroteio, e eu entendo que eles
podem não ser tão experientes. No entanto, esta é uma situação terrível.
“Vocês todos estão cientes das ameaças que enfrentamos. Ninguém é
amigo, e o inimigo pode ser qualquer um entre nós e o bando. Ninguém
deve ser deixado nas dependências daquela propriedade sem a minha
permissão ou a do meu pai. Essa é uma regra absoluta!”
Minha raiva está aumentando, mas meus filhos estão lá! Sia não consegue
lidar com situações estressantes, ela precisa de tanta calma quanto
possível. Qualquer coisa poderia ter dado errado.
Eu sei que preciso contar aos meus homens sobre os Blood Born.
Precisamos estar prontos para tudo e se eles não forem alertados sobre as
ameaças reais, então o que?
“Lamentamos, Alpha, isso não vai acontecer novamente.”
“É melhor não. A questão é que, se você não está disposto a fazer o
trabalho direito, independentemente dos riscos que todos vocês sabiam
que vinham com ele quando aceitaram os pagamentos pesados, então me
diga agora. Você pode ir embora. Eu não preciso de uma equipe sem
coragem.” Eu digo, cerrando meu maxilar.
A maneira como eles estão agindo – além de Gordon, que era um dos
anteriores – agora estão se movendo ou abaixando suas cabeças como
crianças sendo repreendidas. Eu não confio neles… Eu nem os quero mais
perto de nós!
Calma, Zaia…

“Sinto muito, mas ela disse que só ia ter uma palavrinha”, Gaspard diz
enquanto dá um passo à frente. “Assumo total responsabilidade por isso,
e você está certo, foi um erro perigoso, um que nunca deveria ter sido
cometido. O que quer que você decida, Alfa Zaia, nós aceitaremos. No
entanto, eu gostaria de mais uma chance, se você quiser. Vamos trabalhar
mais nisso, a formulação de Luna foi... inocente, mas aprendemos que não
importa se é uma mulher fingindo vir com boas intenções ou alguém
pedindo ajuda, devemos sempre seguir as regras, Luna e sua filha estão
incluídas nisso. Perdoe-nos.” 2
Ele coloca uma mão no peito, abaixando a cabeça para mim, e eu franzo a
testa. Fico feliz que ele entenda… Suspiro.
“Não deve haver mais erros. Um único erro pode custar uma vida. Deste
dia em diante, fiquem alertas... quanto ao que a Luna disse, eu quero
declarações escritas, fiquem tranquilos que vocês estarão sob minha
proteção e a dos Alfas. Se a Luna está ameaçando os membros de sua
própria matilha, isso é motivo de preocupação.” Eu digo, passando meus
dedos pelo meu cabelo.
“Sim, Alfa!”, eles dizem em uníssono. Eu estendo os arquivos para eles
escreverem seus relatórios antes de fazer sinal para que saiam. “Posso ter
uma palavra adicional?”
Gaspard pergunta, olhando para os outros homens. Eles olham para ele
curiosamente, mas eu aceno, dispensando-os. Assim que a porta se fecha
atrás deles, eu olho para ele.
“O que é isso?”, pergunto.
Ele abaixa a cabeça em respeito. “Eu só queria dizer, sua demonstração de
poder… é impressionante. A família da minha mãe é da França, e
frequentemente nos contavam a história de Alfas que podem invocar seu
lobo a qualquer momento, sem a necessidade da força da lua.” Ele faz
uma pausa e olha para mim com claro respeito enquanto continua.
“Eu nunca testemunhei isso e realmente cheguei a acreditar que era
apenas isso, um mito. Até que eu vi você hoje, meu Alfa. Você é um verdadeiro Alfa…” Ele sorri e abaixa a cabeça. “E eu vou servi-lo com tudo
o que tenho até o fim.”
Suas palavras me enchem de calor. Em um mundo onde não há cuidado
com nossos lobos, há aqueles que genuinamente querem valorizar a
bênção que é ter um lobo. Inclino minha cabeça, um pensamento vem à
minha cabeça.
“Gaspard, temos problemas com bandidos... aqueles que eles dizem ser
homens que se perderam para seus lobos... alguém já tentou falar com
bandidos?” É uma pergunta estranha... mas estou genuinamente curioso.
“Rogues estão perdidos, Alpha. Eu lutei com alguns e eles não parecem ter
a habilidade de interagir com as pessoas.”
“Talvez porque eles entrem no modo de sobrevivência, não houve um
relato de vários meses atrás sobre bandos de bandidos? Isso é novo, eles
geralmente não residem em bandos. Você pode rastrear algumas das
localizações deles? Quero ver uma coisa.” a Ele parece surpreso, mas
concorda. “Sim, Alfa, claro.”
Eu aceno. “Excelente, reúna os relatórios dos outros e convoque uma
reunião de matilha para amanhã. Há algo que preciso compartilhar com
todos. Você pode ir embora, obrigado.” Eu digo, dispensando-o.
“Sim, Alfa.” Ele diz antes de ir embora e eu sento no meu lugar, fechando
os olhos.
The Blood Born… Atticus e Sebastian precisam conversar. Não sei como
isso vai ser, mas é necessário.
Meu telefone começa a tocar, e eu abro os olhos, pegando-o. "Alô", eu
digo, é o homem que eu tinha enviado para localizar o papai.
"Olá Madame."
“Você o encontrou?”
“Sim, ele está no bar Atomic”, ele diz hesitante.
Isso não é do feitio do papai...

As coisas ficaram difíceis para ele chegar a esse ponto. "Muito bem,
obrigado. Vou até ele." Eu digo, encerrando a ligação. Eu me levanto,
caminhando até a janela antes de ligar para Sebastian.
“Já está com saudades?”, ele pergunta, e eu consigo imaginá-lo. Posso
ouvir as crianças rindo e conversando ao fundo, parece que elas lhe
fizeram companhia o dia todo.
“Você queria, na verdade eu preciso ir buscar o papai. Ele está no bar local
aqui. É na periferia da cidade.”
“Não vá sozinha, principalmente porque você acabou de me ligar. Eu não
confio em nada, Zaia. Mande alguém para trazê-lo de volta. Eu iria com
você, se eu suspiro. “Você tem razão, tudo bem. Vou mandar alguém
buscá-lo.”
"Boa menina." Ele diz, sua voz profunda e sexy fazendo meu estômago
revirar e eu mordo meu lábio.
Por que isso soou tão sexy?
“Comporte-se, vejo você hoje à noite, parece que as crianças estão
mantendo você ocupado.”
“Estou me comportando, acredite, Raposinha, estou me comportando… e
sim, eles estão. Nunca um momento de tédio.”
“Ótimo, então é melhor eu chamar alguém para buscar o papai.”
"Tudo bem."
Desligo e sento-me novamente, entrando em contato com o guarda
pessoal do papai por mensagem de texto.
ZAIA: Avise meu pai que se ele não for até a casa da matilha agora, serei
forçada a ir até a Atomic eu mesma, e sei que ele não iria querer isso. Vou
esperar sua resposta. Se eu não receber uma nos próximos cinco minutos,
vou até lá.

Coloco meu telefone na minha mesa, empoleirando-me nele enquanto
cruzo as pernas e olho pela janela, esperando. Um minuto se passa antes
que a tela acenda e eu pegue meu telefone, desbloqueando-o.
GORDON: Estamos a caminho.
Finalmente! Passa-se cerca de meia hora antes de o pai finalmente
aparecer, ouve-se uma batida forte na porta antes de eu dizer para entrar
e Gordon a abre, afastando-se e permitindo que o pai entre.
O cheiro forte de álcool me surpreende, e eu limpo a garganta, tentando
não inalar. Nunca vi meu pai assim.
Seu cabelo está bagunçado, e seus olhos estão sombreados. Pela primeira
vez na minha vida, ele parece um homem sobrecarregado com o peso do
mundo.
“Papai…” Eu me levanto e vou até ele, gesticulando para Gordon nos
deixar. Eu o ajudo a se sentar e vou até a pequena geladeira ao lado e
pego uma garrafa de água. Desatarraxo-a, passo para o papai e sento na
cadeira ao lado dele.
“O que aconteceu?” pergunto suavemente.
“Nada só precisava de uma pausa.” Eu suspiro, passando meus dedos pelo
meu cabelo. “Por favor, agora não é hora para segredos. Durante toda a
minha vida, você e a mamãe não fizeram nada além de guardar segredos
de mim. Quando isso vai parar? Um problema compartilhado é um
problema resolvido, pai.”
Ele olha para sua mão que segura a garrafa de água frouxamente. Nem
mesmo tendo tomado um gole. "Por onde eu começo? Com aquela
mulher covarde?" Ele olha para mim, e eu posso ver a raiva e a dor em
seus olhos.
“Comece do começo…” eu digo gentilmente, pegando a garrafa. Eu a pego
dele e a coloco na mesa, pegando a dele. Eu não vou mostrar. Eu não vou
deixar ele ver que vê-lo assim me abalou… Eu sempre o vi como
intocável… mas até o mais forte dos homens pode ser posto de joelhos…

Por uma mulher..

~~🐺~~